Adão no antigo testamento na Bíblia. Significado e Versículos sobre Adão no antigo testamento
Adão no antigo testamento
(Interpretação Evolucionária):
NOTA: Deve ser supérfluo dizer que o desdobramento ou desenvolvimento da personalidade humana aqui identificado com a evolução é algo muito superior, mais profundo e diferente de qualquer coisa que possa ser atribuída a Darwin ou Herbert Spencer.
A Evolução (desdobramento) é o grande processo ou movimento; seleção natural e sobrevivência dos mais aptos nomeiam apenas suposições de alguns de seus métodos. ‘adham, “homem”, Gênesis 1.26, ou “um homem”, Gênesis 2.5; ha-‘adham, “o homem”; em sua maioria como um termo genérico, não sendo usado como o nome próprio de um patriarca até 5:3, depois do qual o nome dado inicialmente para ambos, homem e mulher (5:2), é usado apenas para o homem: O ser no qual está incorporada a ideia escritural do primeiro homem criado e ancestral da humanidade.
A narrativa, que pertence principalmente à camada mais antiga da históra do Gênesis (Jahwista) merece uma atenção cuidadosa, porque ciência evolucionista, história e nova teologia têm discutido ou rejeitado por vários motivos, sem fornecer a menor abordagem de um substituto satisfatório.
_I. O que o Escritor Pretendia Descrever._
É importante antes de tudo, se pudermos, entender o que o autor pretendia descrever, e como isso esta relacionado, se de alguma maneira, a declarações literais e fáticas.
1. Derivação e Uso do Nome:
Estudiosos exercitaram-se muito, mas com pouca certeza sobre a derivação do nome; uma questão que, por estar relacionada a uma das palavras mais comuns da língua, não é de grande importância quando comparada ao próprio entendimento do autor.
A conjectura mais plausível, talvez, seja aquela que o conecta com o assírio adamu, “fazer” ou “produzir”, consequentemente, “o produzido”, “a criatura”. O autor de Gênesis 2.7 parece associá-lo, mais por um jogo de palavras do que por derivação, com ha-‘adhamah, “o solo” ou “terra”, como a fonte da qual o corpo do homem foi tirado (compare com 3:19,23) O nome ‘adhamah em si parece estar intimamente ligado ao nome Edom (‘edhom, Gênesis 25.30), que significa “vermelho”; mas é incerto se é devido à vermelhidão do solo, à vermelhidão do homem, ou simplesmente ao incidente registrado em Gênesis 25.30.
Sem dúvida, o autor de Gênesis 2/3 tinha em mente a origem terrena do homem, e entendeu o nome conforme.
2. Resumo da Narrativa do Gênesis:
A história da criação é apresentada duas vezes, e de dois pontos de vista muito diferentes. Na primeira conta, Gênesis 1.26-, o homem é representado como criado no sexto dia junto com os animais, uma espécie do mundo animal; mas diferenciando-se deles por carregar a imagem e semelhança de Deus, por ter domínio sobre todas as coisas criadas, e por ter grãos e frutas como alimento, enquanto eles têm ervas.
O objetivo do escritor nisso tudo parece ser tanto identificar o homem com a criação animal quanto diferenciá-lo dela. Na segunda conta – Gênesis 2.4-3:24, a identidade do homem com os animais é ignorada ou pelo menos minimizada (compare com 2:20), enquanto o objetivo é determinar seu status em um domínio espiritual individualizado onde ele tem a companhia de Deus.
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Yahweh Deus “forma” ou “modela” ele da poeira do solo, sopra em suas narinas o sopro da vida, e com tal distinção especial ele se torna, como outras coisas criadas, uma “alma vivente” (nephesh chayyah; compare 2:7 com 1:30).
Ele é colocado em um jardim localizado entre os rios da Babilônia, sua ocupação primitiva sendo cultivar e guardar o jardim. No meio do jardim estão duas árvores misteriosas, a árvore da vida, cujo fruto parece ter a potência de conferir imortalidade (compare com 3:22), e a árvore do conhecimento do bem e do mal, cujo fruto não deve ser comido sob pena de morte.
Enquanto isso, como em nomear os animais o homem não encontra uma verdadeira companheira, Yahweh Deus “constrói” uma das costelas do homem em uma mulher, e o homem reconhece a unidade espiritual com ela, nomeando-a adequadamente.
A história continua a relatar, sem nota de tempo, como a serpente, o mais astuto dos animais, insistiu na mulher sobre as qualidades desejáveis do fruto da árvore proibida, insinuando que Deus fez a proibição por inveja, e negando categoricamente que a morte seria a consequência de comer.
Consequentemente, a mulher tomou e comeu, e deu ao seu marido, que também comeu; e a consequência imediata foi um sentimento de vergonha, que os levou a cobrir sua nudez com cintas de folhas de figueira, e um sentimento de culpa (não diferenciado por Adão da vergonha – Gênesis 3.10), que fez o casal relutante em encontrar Yahweh Deus.
Ele obtém a confissão da desobediência deles, no entanto; e passa a sentença profética:
sobre a serpente, de antipatia perpétua entre sua espécie e os humanos; sobre a mulher, de tristezas e dores e submissão ao homem; e sobre o homem, de dificuldades e trabalhos árduos, até que ele retorne ao pó de onde foi tirado.
Como o par escolheu comer da árvore do conhecimento, para que agora não comessem da árvore da vida são expulsos do jardim, e o portão é guardado por uma espada flamejante e Querubins.
3. História ou Exposição?:
É impossível ler essa história com o total desapego que concedemos a um mito antigo, ou mesmo a um conto histórico condicionado por tempo e espaço. Ela continuamente sugere relações íntimas com as verdades permanentes da natureza humana, como se houvesse uma fibra nela mais verdadeira que o fato.
E isso provoca a indagação se o próprio autor pretendia que a conta do estado edênico e a Queda fossem tomadas como história literal ou como exposição. Ele uniformemente torna o nome genérico pelo artigo (o adão ou homem), as únicas exceções, que não são reais exceções em significado, sendo Gênesis 1.2 – Gênesis 2.5, já notado.
Não é até 5:3, onde o nome próprio Adão é, por assim dizer, oficialmente dado, que tal história que é condicionada por cronologia e genealogia começa. O que vem antes disso, exceto a localização um tanto vaga da região do Éden – Gênesis 2.10-14, lê mais como uma descrição da natureza primordial da humanidade não em linguagem filosófica, mas em narrativa.
Não é fábula, não é um mito trabalhado, não é uma parábola didática; é (tecnicamente falando) exposição por narração. Por uma história descritiva, ele traça o movimento elementar da humanidade em seu primeiro impacto espiritual nesta vida terrena.
Em outras palavras, ao invés de estar preocupado em relatar uma série factual de eventos do passado remoto, a intuição penetrante do escritor vai para baixo e para dentro para aqueles movimentos espirituais de ser que são germinantes em toda a humanidade. É uma análise espiritual da natureza intrínseca do homem, e como tal deve ser discernida espiritualmente.
Um modo análogo de exposição pode ser visto na conta da tentação de nosso Senhor no deserto, Mateus 4.1-11, que se for autêntica, deve ter vindo finalmente do próprio Senhor.
_II. Como a História Parece Hoje._
Nenhuma outra história das Escrituras sofreu tanto com as mudanças trazidas pelo pensamento moderno quanto esta história de Adão. Por um lado, sente-se que referenciar a queda e a culpa herdada da humanidade a essa experiência de Adão como uma causa é impor um grande ônus, dogmático e histórico, nessa história primitiva.
No entanto, por outro lado, a história, incluindo esta implicação da queda primal, recusa-se a ser descartada como um mito ultrapassado ou fantástico. Ela agarra-se tão vitalmente às raízes da natureza humana que nosso único curso não é rejeitá-la, mas relê-la com a melhor luz que nossa época oferece.
E seja a melhor luz ou não, a luz evolutiva na qual todo o pensamento moderno é colorido não pode ser ignorada.
1. À Luz da Evolução:
As suposições divergentes da visão tradicional e da evolutiva podem ser grosseiramente declaradas como:
da tradicional, que em consequência deste lapso no Éden, o homem é uma natureza arruinada, necessitando de redenção e restabelecimento, e que portanto o subsequente trato espiritual com ele deve ser essencialmente patológico e remedial; da evolutiva, que pelos próprios termos de sua criação, que o desvio da obediência não anulou, o homem é espiritualmente uma criança necessitando de crescimento e educação, e que portanto o subsequentemente tratamento com ele deve favorecer o desenvolvimento dentro dele de uma natureza essencialmente normal e verdadeira. É evidente que estas duas visões, assim declaradas, consideram apenas duas linhas de potencia numa única natureza.
Sem rejeitar a tradicional ou parar para indagar como ela e a evolutiva podem coexistir, podemos aqui considerar como a história diante de nós responde à visão evolutiva. Somente—deve-se premir—a evolução cujo início descreve não é a evolução da espécie humana; podemos deixar ciência natural e história tomar conta disso; mas, começando onde isso deixa de lado, a evolução do indivíduo, desde o primeiro avanço da iniciativa individual e escolha em direção à longínqua personalidade adulta e completa.
Esta, que à vista de sua culminância podemos chamar a evolução da personalidade, é evolução distintivamente espiritual, esse estágio e grau de ser em movimento ascendente que sucede ao material e psíquico (compare com 1 Coríntios 15.45,46).
No estágio material da evolução, o qual a espécie humana compartilha com a besta e a planta, as Escrituras são silentes. Tampouco está muito preocupada com o desenvolvimento psíquico, ou cultural da espécie humana, exceto para revelar em uma história divinamente ordenada e literatura sua inadequação essencial às maiores potências da hombridade.
Ao invés disso, seu campo é a evolução do espírito no qual somente os mais altos valores pessoais são realizados. Na delimitação deste campo, ela possui uma origem, curso e culminância consistentes, enquanto traça a linha de ascensão e crescimento espiritual desde o primeiro Adão, que como uma “alma vivente” estava sujeito ao determinismo da espécie, ao último Adão, que como um “espírito vivificador” é identificado com a Personalidade suprema na qual o Divino e o humano se encontraram e misturaram.
Desta tremenda evolução a história de Adão, com uma clareza que o estilo de exposição narrativo não prejudica, revela os fatores primordiais e direcionadores.
2. O Habitat no Jardim:
Assim como a habitação e a natureza das coisas criadas respondem uma à outra, o ambiente no qual o homem é colocado quando ele vem da mão de seu Criador denota o tipo de vida que ele está adaptado para viver.
Ele é colocado não na Natureza selvagem e refratária, mas em um jardim irrigado e plantado com uma noviddez para receber cuidado e nutrição de cima. A Natureza é amigável e responsiva, fornecendo frutos prontos para a sua mão, e requerendo apenas que ele “cultive e guarde” o jardim.
De todas as árvores ele pode livremente comer, incluindo a árvore da vida; salvo apenas a mais centralmente localizada de todas, a árvore do “conhecimento do bem e do mal”
O ser adaptado a este habitat é um homem adulto em estatura e inteligência, mas ainda como uma criança; ainda não individualizado para um caráter determinado, ainda não exercendo uma vontade própria separada da vontade de seu Criador; em outras palavras, como espiritualmente considerado, ainda não destacado do espírito de sua Fonte pessoal.
Tudo isso lê-se como a descrição de uma vida essencialmente negativa, ou melhor neutra, com comunicação livre tanto para baixo quanto para cima, mas nem aquela de um animal domesticado nem de um deus cativo; um ser balanceado, por assim dizer, entre o terreno e o Divino, mas ainda sem consciência de possuir aquele desejo e escolha individuais que sozinhos podem dar significado espiritual a um comprometimento com um ou outro.
3. O Fator Orgânico:
Na primeira história da criação do homem, Gênesis 1.26-31, descrevendo sua criação como uma espécie, a distinção de masculino e feminino está explicitamente incluída (Gênesis 1.27). Na segunda história (Ge 2-3), na qual o homem é contemplado mais como um indivíduo, a descrição de sua natureza começa antes que qualquer distinção de sexo exista.
Se o escritor pretendia com isso retratar uma condição do homem no tempo ou em fato natural, há então uma discrepância nas contas. Se o considerarmos, no entanto, como fornecendo um fator na evolução espiritual, ele não apenas se torna cheio de significado, mas agarra-se profundamente à teleologia definitiva da criação.
A história ingênua relata que a mulher foi “construída” a partir do material já formado do corpo do homem, para fornecer uma companhia que os animais não podiam; uma ajuda “correspondendo a” em (keneghdo; compare Gênesis 2.18 margem).
Então faz o homem reconhecer essa relação conjugal, não de todo com referência à paixão sexual ou a propagação da espécie, mas como fornecendo ao homem ocasião, por assim dizer, para amar e ser amado, fazendo essa capacidade essencial à integridade de sua natureza.
O valor disso para o propósito criativo e revelação finais é tão maravilhoso quanto é profundo; é o fator orgânico na realização do design abrangente daquele que está evoluindo um ser carregando Sua imagem e derivado dele o sopro de vida.
Que Deus é espírito (João 4.24), que Deus é amor (1 João 4.8,16) e o amor criação da “lei final”, como uma ideia pode ser posterior revelação, mas enquanto isso desde o início, na relação mais comum da vida, uma pulsação de amor mútuo é implantada, ao fazer o homem uma natureza dual, onde o amor, que é a antítese da autopromoção, tem o objeto igual e companheiro necessário para sua existência.
Assim, na relação conjugal, a potência do valor espiritual mais elevado e amplo é feita intrinsecamente. No curso duvidoso da evolução subsequente, esta capacidade de amar, embora ela própria sujeita à corruptio optimi pessima, é como um elemento redentor no coração tanto do indivíduo quanto da sociedade.
4. A Invasão da Subtileza:
Mesmo nesta existência neutra do jardim é notável que a natureza do homem evidencie sua superioridade sobre o animal, na ausência de determinismo; ele não está escravizado a um instinto de cega conformidade com uma vontade externa Em outras palavras, ele pode cooperar inteligentemente em sua própria evolução espiritual.
Ele possui o poder de escolha, ministrado pelo estímulo de uma proibição sem motivação. Ele pode se abster e viver, ou comer e morrer (Gênesis 2.16,17). Não são dadas razões, nenhum trem de consequências espirituais, para alguém cujo espírito ainda não está desperto; nesta fase pré-espiritual, os começos da lei e da prescrição devem ser arbitrários.
Mas mesmo em tal relação rudimentar, estamos cientes do contraste essencial entre evolução animal e espiritual, na medida em que a última não é imposição cega e instintiva de fora, mas um curso livre submetido à inteligência e cooperação do homem.
E é uma característica extremamente significativa da narrativa fazer o primeiro impulso auto-interessado vir pela via da subtileza.
“A serpente”, o escritor pressupõe, “era mais sutil do que qualquer animal do campo que Iahweh Deus havia feito.” Aponta para uma característica que ele coloca na fronteira entre as espécies e o indivíduo, a disposição, não de fato de se rebelar contra uma lei do ser, mas de submetê-la a refinamento e acomodação ou talvez por pura curiosidade de experimentar conclusões com ela.
A sugestão veio primeiro da criação inferior, mas não do que é animal nela, e foi avidamente respondida pela mulher, a mais fina e espiritualmente desperta do par. Não pressionando isso muito longe, é significativo que o primeiro impulso em direção à iniciativa individual surja através do livre jogo da intelectualidade e da razão.
Parece prometer um caminho mais sutil de ser “como Deus”. Diferenciar mais detalhadamente as partes respectivas do homem e da esposa no assunto, que são retratadas à luz das distinções sexuais, seria além do nosso escopo atual.
5. A Aventura Fatídica:
Dois árvores “no meio do jardim” (Gênesis 2.9) são mencionados logo de início; mas a árvore da vida, a permitida, parece não ter sido mais pensada até que ela não foi mais acessível (Gênesis 3.22); de fato, quando a mulher fala com a serpente sobre “a árvore que está no meio do jardim” (Gênesis 3.3) ela tem apenas uma árvore em mente, e essa a proibida.
O outro, conforme era contado em seu alimento e oportunidades diárias, parece ter sido colocado por eles junto com aqueles privilégios da vida que são ignorados ou adiados, além disso, a vida que simbolizava era a perpetuação da vida do jardim que viviam, tal vida como o homem viveria antes de seu espírito estar desperto para as alternativas de viver – uma vida inocente e feliz, mas sem o estímulo da reação espiritual.
E foi exatamente este último que a alternativa das duas árvores ofereceu; uma reação destinal para o bem ou para o mal, precisando apenas do impulso que colocasse o espírito humano em movimento. Considere o caso.
Se a masculinidade fosse alguma vez se elevar desde um estado de infância, onde tudo foi feito e prescrito para ele, para uma vida de livre escolha e sabedoria autônoma, é difícil ver como isso poderia ter ocorrido exceto por algo envolvendo inibição e proibição; algo que ele não poderia fazer sem incorrer em um risco.
Isso é o que “a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gênesis 2.17) significa. A árvore pelo seu próprio nome era igualmente um teste e uma isca. Em certo sentido, podemos dizer que a tentação começou com Deus; mas não era uma tentação para o mal.
Simbolizados nas duas árvores, mas real na oportunidade de comprometimento espiritual, dois caminhos de vida ficaram abertos diante dele. De um lado, estava aberto para ele fortificar seu gasto em obediência e contra a isca do conhecimento perigoso, aprofundando e temperando sua inocência negativa em santidade positiva.
Que tal curso era viável foi mostrado séculos depois no Filho Divino do Homem, que em lealdade perfeita da criança, mas na sabedoria perfeita da idade adulta, cumpriu o ideal primal sem pecado do primeiro Adão.
Por outro lado, havia a isca do conhecimento proibido, ao qual a serpente deu o falso glamour de divindade, e que poderia ser obtido ao desvincular sua vontade individual da de Deus, e ao incorrer na experiência de autopromoção e assumindo o risco.
Foi a última que foi escolhida, isso, no entanto, não no espírito de rebelião ou tentação, mas no desejo de um bem além do que as limitações infantis do Éden proporcionavam (Gênesis 3.6). Isso então foi a primeira revolta motivada do espírito da masculinidade, tomando a iniciativa e agindo por si mesma.
Até então, como a autoafirmação do indivíduo, era tão verdadeiramente um estágio de evolução espiritual como se o homem tivesse mantido a obediência; mas houve nisso a ruptura da união do espírito com sua Fonte pessoal; e o comprometimento infeliz consigo mesmo, que é justamente chamado de Queda.
Tão estranhamente misturados foram os elementos espirituais nesta iniciativa primordial da masculinidade.
6. A Sequência Adequada:
A Escritura não diz, nem sequer implica, que por esse avanço de iniciativa o homem foi comprometido com uma vida de pecado e depravação. Essa foi a ideia de um tempo posterior. Pela natureza do caso, no entanto, ele estava comprometido com a falibilidade e a falta de sabedoria de sua própria natureza inexperiente; em outras palavras, aos perigos da autossuficiência.
Naturalmente, também, o abismo de desligamento de seu apoio espiritual tenderia a se ampliar à medida que confiasse mais exclusivamente em si mesmo. Cabia a ele e à sua espécie aperfeiçoar a personalidade individual na liberdade que havia escolhido.
E nisso as possibilidades tanto para cima em direção à divindade quanto para baixo em direção aos abismos do eu foram imensamente ampliadas. A vida deve doravante ser vivida em uma escala mais ampla e profunda.
Mas para isso o Éden com seu cultivo gentil de jardim não pode mais ser seu habitat, nem a existência do homem pode ser adequadamente simbolizada por uma árvore da qual ele só precisa retirar e subsistir indefinidamente (Gênesis 3.22).
Ela deve enfrentar adversidades e suor e labuta; ela deve trabalhar para subjugar um solo relutante a seu serviço (Gênesis 3.17-19); ele deve retornar afinal ao pó de onde o corpo do homem foi formado (Gênesis 3.19).
No entanto, é garantido um presságio baço e distante da vitória final sobre o poder da serpente, que doravante é para ser o inimigo mortal do homem (Gênesis 3.15). Neste ponto da exposição é que a masculinidade incoativa é transplantada do jardim para o mundo indomado, para trabalhar sua evolução sob as condições da espécie humana.
O par torna-se a família, com seus interesses e cuidados familiares; a família torna-se a unidade da vida social e organizada; os membros recebem nomes individuais (Gênesis 3.2 – Gênesis 5.2); e começa a história cronologicamente medida.
_III. Como Adão é Reconhecido no Antigo Testamento._
Depois da história de Adão é contada até o nascimento de Caim e Abel (Gênesis 4.1,2) e Seth (Gênesis 4.25), o “livro das gerações de Adão” começa em Gênesis 5.1, e cinco versículos são ocupados com um esboço estatístico de sua vida, sua prole e seus 930 anos de existência terrena.
1. Nos Livros Canônicos do Antigo Testamento:
Aqui em (Gênesis 5.5), nos livros canônicos do Antigo Testamento quase todas as alusões a ele cessam, e nada é feito de sua relação fatídica com o pecado e a culpa da raça.
2. Nos Apócrifos:
As referências nos livros Apócrifos (Eclesiástico, Tobias, 2 Esdras) lidam com a origem de Adão, seu domínio sobre a criação e no livro mais recentemente escrito com o legado de pecado e miséria que a raça herda dele.
As passagens mais marcantes, estão em Eclesiástico (132 a.C.) onde ele é mencionado em 33:1 – Gênesis 40.1, – Gênesis 49.16. Em Tobias (2º século a.C.) ele é mencionado uma vez (8:6), “Tu fizeste Adão, e lhe deste Eva como companheira”. 2 Esdras, supostamente escrito algum tempo após 70 d.
C., tem um tom sombrio e desalentador ao longo do texto; e suas referências a Adão (2 Esdras 3:5,10,21,2 – 2 Esdras 4.30 – 2 Esdras 6.54 – 2 Esdras 7.11,46,48) são quase todas em lamentação sobre o mal que ele implantou na raça dos homens por sua transgressão.
A primeira referência (3:5) é bastante notável por sua teoria sobre a natureza de Adão: “E tu ordenaste ao pó, e dele fizeste Adão, um corpo sem alma, contudo obra de tuas mãos”, etc. Sua acusação contra Adão culmina (7:48) na apóstrofe: “Ó tu Adão, que fizeste?
Pois embora tenhas sido tu quem pecou, o mal não caiu sobre ti sozinho, mas sobre todos nós que viemos de ti.”
John Franklin Genung
(NOTA EDITORIAL.–Os promotores da Enciclopédia não devem ser entendidos como endossando todas as visões expressas no artigo do Dr. Genung. Contudo, achou-se correto que uma apresentação completa e adequada de uma interpretação tão sugestiva fosse fornecida.)
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