Refeição na Bíblia. Significado e Versículos sobre Refeição
Os termos no hebraico (Gênesis 43.16 – Provérbios 15.17) têm uma significação geral: qualquer porção de alimento que se come. O jantar a que há referência em Lucas 14.12 é, em certos países, o almoço. Os egípcios tinham a sua principal refeição ao meio-dia (Gênesis 43.16) – os trabalhadores tomavam uma leve refeição àquela hora (Rute 2.14) – e em certas ocasiões esta mesma hora era consagrada a excessos de comida e bebida (1 Reis 20.16).
Os judeus seguiam o costume, que ainda prevalece entre os beduínos, de tomarem a sua principal refeição depois do sol posto (Gênesis 19.1 a 3 – Êxodo 16.12 – Êxodo 18.12, 14 – Rute 3.7). Nos tempos do N. T. O almoço era de manhã (João 21.5,12) – mas não antes das nove horas em dias de trabalho, pois era essa a primeira hora de oração (Atos 2.15) – e no sábado almoçava-se depois do meio-dia, quando o serviço da sinagoga estava terminado.
Os antigos hebreus sentavam-se para tomar as suas refeições (Gênesis 27.19 – Juízes 19.6 – 1 Samuel 20.5,24 – 1 Reis 13.20) – com o aumento da suntuosidade da vida, o costume de comer sentado mudou-se no modo de estar reclinado.
O profeta Ezequiel censura um indivíduo que se sentava ‘num suntuoso leito, diante do qual se achava mesa preparada’ (Ezequiel 23.41). No tempo de Jesus já era universal o uso de se reclinarem as pessoas para comer.
Em regra, somente três pessoas se acomodavam em cada leito, mas ocasionalmente quatro, e até cinco. Os leitos estavam providos de almofadas, sobre as quais se firmava o cotovelo esquerdo, ficando livre o braço direito.
O convidado, que ocupava com outros o mesmo leito, estava sobranceiro ao seu vizinho, de forma que cada um descansava a sua cabeça junto do peito do que ficava atrás dele, dizendo-se, então, que estava recostado no seio desse (João 13.23).
Esta proximidade de pessoas tornava agradável o costume de colocar-se um amigo em seguida a outro, e isso proporcionava a ocasião de se fazerem confidenciais comunicações (João 13.25 – João 21.20). Como era às mulheres que cabia o dever de prestar atenção aos hóspedes (Lucas 10.40), provavelmente tomavam elas qualquer refeição irregular e de curta duração.
Antes de comer lavavam os convidados as mãos – porquanto não estavam em uso as facas e os garfos, e todos eles comiam do mesmo prato. Há, no A. T., um exemplo apenas de se darem graças a Deus antes da comida (1 Samuel 9.13) – mas por várias vezes se afirma, no N.
T., que Jesus pronunciava a oração de graças, no princípio das refeições (Mateus 15.36 – Lucas 9.16 – João 6.11). Geralmente havia um simples prato, no qual cada comensal metia a sua mão (Mateus 26.23) – ocasionalmente eram servidas separadas porções a cada um (Gênesis 43.34 – Rute 2.14 – 1 Samuel 1.4).
Um pedaço de pão, em que se pegava com o polegar e dois dedos da mão direita, era mergulhado numa tigela com molho de gordura, chamando-se a isso sopa (João 13.26), ou então era molhado no prato da comida, sendo depois levado à boca.
Era julgado ato de delicadeza passar a um amigo um bocado de pão (João 13.26). Terminada a refeição, davam-se graças a Deus em conformidade com o que se prescreve em Deuteronômio 8.10, sendo outra vez lavadas as mãos.
Por ocasião das festas, ou em ocasiões especiais, usava-se maior cerimonial os visitantes eram recebidos com um beijo (Lucas 7.45): uma bacia com água era trazida para lavarem a cabeça, a barba, os pés (Lucas 7.44) – e algumas vezes os vestidos eram perfumados com ungüento (Salmos 23.5 – Amós 6.6 – Lucas 7.38 – João 12.3) – em ocasiões mais solenes providenciava-se a respeito das vestes no banquete (Mateus 22.11) – e a cabeça era adornada com grinaldas (Isaías 28.1).
A ordem da festa estava sob o cuidado de uma certa pessoa, o ‘mestre-sala’ (João 2.8), que provava a comida e as bebidas antes de irem para a mesa. Os lugares eram estabelecidos segundo a posição dos convidados (Gênesis 43.33 – 1 Samuel 9.22 – Marcos 12.39 – Lucas 14.8 – João 13.23): certas quantidades de comida eram postas diante de cada um (1 Samuel 1.4 – 2 Samuel 6.19 – 1 Crônicas 16.3), recebendo os mais categorizados ou maior (Gênesis 43.34) ou mais escolhida porção do que os outros (1 Samuel 9.24).
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