Enterro na Bíblia. Significado e Versículos sobre Enterro
Entre os judeus, o funeral realizava-se, em regra, tanto quanto possível, logo depois da morte. Desde os tempos mais remotos, o método mais seguido no funeral entre os mais abastados, era o de depositar num túmulo o corpo do falecido.
A cremação era considerada prática pagã, e por isso contrária ao espírito da lei. A razão pela qual se preferia sepultar o morto era porque a Escritura dizia: ‘Tu és pó, e ao pó tornarás.’ o respeito pela ordem e pelo decoro era tão grande na família israelita que até ao inimigo assassinado e ao malfeitor se fazia o enterro (1 Reis 11.15 – Deuteronômio 21.23). As classes mais pobres, que não podiam ter túmulos, adotavam o enterramento. Era grande a consideração pelos mortos, de sorte que profanar uma sepultura era tido como ato selvagem, que somente se podia justificar, praticado naqueles que tinham ultrajado a religião g Rs 23.1 – Rs 17 – Jeremias 8 – Jeremias 2).
Devido à natureza dura do terreno da Palestina, eram numerosas as cavernas, que naturalmente eram usadas como túmulos. Nestas cavernas, que eram alargadas e arranjadas de forma a poderem servir de túmulos, se encerravam os corpos dos mortos, havendo apenas uma simples cerimônia religiosa.
Jacó e José, que morreram no Egito, são os únicos exemplos conhecidos de terem sido sepultados segundo os elaborados métodos do Egito. Estes sepulcros em cavernas ou na encosta de outeiros eram, muitas vezes, preparados durante a vida do possuidor, e freqüentes vezes se encontram em jardins particulares junto da estrada, mas sempre fora das cidades.
Parece provável que nenhuma pessoa, à exceção dos reis e dos profetas, era sepultada nas cidades (1 Samuel 25.1 – 1 Reis 2.10 – 2 Reis 10.35 – 2 Crônicas 16.14). Era uma afronta para as famílias que tinham sepulcros, que já eram dos seus antepassados, não poderem ter ali a sua sepultura (1 Reis 13.22).
E era sinal de profunda simpatia com uma pessoa, que não era da família, desejar ser sepultada com ela no mesmo sitio (Rute 1.17 – 1 Reis 13.31), ou dar-lhe um lugar na sua própria sepultura (Gênesis 23.6). As pessoas das classes inferiores eram sepultadas em cemitérios, fora dos muros da cidade.
Semelhante lugar público para enterramentos acha-se mencionado em 2 Reis 23.6, onde se faz referência às ‘sepulturas do povo’, as quais estavam situadas no vale de Cedrom, fora de Jerusalém. Tal era, também, o ‘campo do oleiro’ (Mateus 27.7).
Nestes cemitérios enterravam-se os cadáveres em covas, não levando eles mais que uma simples mortalha. Não era permitido que correntes de água ou caminho público atravessassem os cemitérios, e tampouco se consentia que os carneiros pastassem ali.
Era costume visitar as sepulturas (João 11.31), ou para orar, ou para chorar de saudade – e era coisa ilegítima comer, beber, ler, ou mesmo passear, sem necessidade, por entre as campas. Os corpos de crianças de menos de um mês eram levados por suas mães para o lugar do sepulcro, sendo outros transportados em esquifes, como aconteceu naquele funeral do filho da viúva de Naim. É fato interessante que a maior parte dos funerais mencionados no A.
T. São os dos patriarcas, reis, profetas, ou outras pessoas de distinção – ao passo que no N. T. São apenas referidos aqueles enterros de pessoas de modesta posição social. Mas em ambos os casos eram usados, segundo a maneira dos judeus, as especiarias, quando elas podiam ser fornecidas (2 Crônicas 16.14).
Nos cemitérios públicos era obrigatório haver um espaço de quarenta e cinco centímetros entre uma sepultura e outra. As grutas, ou sepulcros cavados na rocha, constavam de uma antecâmara, na qual se depositava o caixão, havendo ainda uma cavidade de certa profundeza, na qual eram metidos os corpos, que se colocavam deitados dentro de nichos cavados na rocha.
Estas moradas dos mortos eram usualmente de 1.80 m de comprimento por 2.70 m de largura, sendo a altura de 3 metros. Nestes mausoléus havia nichos para oito corpos. Era esta a forma geral – mas havia sepulcros de maior e de menor capacidade.
A entrada para esta espécie de sepulcro era fechada com uma grande pedra, tendo a forma de uma enorme mó, que rolava em sulcos feitos para esse fim – ou se tapava por meio de uma porta. A forma de construção dos túmulos explica o fato de terem as mulheres ficado admiradas, quando, havendo chegado de manhã cedo ao sepulcro de Cristo, acharam a grande pedra revolvida e, entrando lá dentro, viram, espantadas, um mancebo sentado à direita (Marcos 16.4,5 – João 20.1 a 12).
Competia ao parente mais próximo dirigir toda a cerimônia do funeral, mas desde certo tempo, certamente por urgente necessidade, havia-se estabelecido o costume de tratarem do enterramento determinados funcionários públicos (Atos 5 – Atos 10).
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Raras vezes se usavam caixões, e quando usados, eram caixões abertos – mas sarcófagos de pedra eram muito empregados nos túmulos de pessoas eminentes. Durante todo o tempo que o corpo estava dentro de casa, era proibido comer, ou beber, ou pôr filactérias.
O alimento era preparado, e sendo possível, também tomado fora de casa.
Enterro – Dicionário Evangélico de Teologia Bíblica de Baker
Enterro
O enterro era uma questão de grande importância no Antigo Testamento. A história da negociação de Abraão para comprar uma caverna para o enterro de Sara é contada em detalhes (Gênesis 23). As sepulturas eram às vezes marcadas com pilares (Gênesis 35.20; 2 Reis 23.17), e os lugares onde figuras famosas do Antigo Testamento foram enterradas eram conhecidos por gerações a seguir (Atos 2.29) e até mesmo adornados por eles (Mateus 23.29).
Os escritores do Antigo Testamento rotineiramente descrevem os enterros dos principais personagens na narrativa (para um número dos juízes pouco é registrado sobre eles exceto onde foram enterrados — cf. Juízes 10.1-2; Juízes 10.3-5; Juízes 12.8-10; Juízes 12.11-12; Juízes 12.13-15); de fato, o local do túmulo de Moisés ser desconhecido é tão incomum que necessita um comentário especial (Deuteronômio 34.6).
Por outro lado, não receber um enterro adequado era motivo de grande vergonha (Isaías 14.18-20; Jeremias 16.4).
A forte ênfase no Antigo Testamento sobre o enterro serve para unir os mortos com seus ancestrais e, portanto, os judeus juntos como um povo. Expressões típicas de enterro incluem “ele foi reunido aos seus povos” (Gênesis 35.2 – Gênesis 49.33) e “ele descansou com seus pais” (1 Reis 2.1 – 1 Reis 11.43).
De fato, as famílias eram enterradas juntas (Gênesis 49.29-33), mesmo que isso significasse viajar uma grande distância para fazê-lo (Gênesis 50.12-13). Que o enterro resultava na corrupção do corpo era compreendido (Gênesis 3.19; João 17.13-16; Salmos 16.10; Atos 13.36), mas foi precisamente contra esse reconhecimento comum do destino dos mortos que a esperança da ressurreição nasceu (Isaías 26.19; Daniel 12.2).
A prática judaica de enterrar os mortos é levada adiante para o período do Novo Testamento. Os discípulos de João Batista enterraram seu corpo (Mateus 14.12), e José de Arimatéia enterrou Jesus (Mateus 27.57-60; Marcos 15.42-46; Lucas 23.50-53; João 19.38-42).
Com o dinheiro pago a Judas, os principais sacerdotes compraram um campo para usar como local de enterro para estrangeiros (Mateus 27.5-7). Os primeiros cristãos, sendo judeus, continuaram essa prática, enterrando Ananias e Safira (Atos 5.6-10) e Estevão (Atos 8.2).
O enterro de Jesus é especialmente importante, é claro, porque é seguido por sua ressurreição. Além de todos os quatro escritores do Evangelho registrarem o túmulo sendo encontrado vazio (Mateus 28.1-7; Marcos 16.1-7; Lucas 24.1-12; João 20.1-12), Mateus observa o cuidado com o qual os chefes dos sacerdotes e os fariseus foram para tornar o túmulo de Jesus seguro (27:6-66) e o boato subsequente que espalharam quando seus esforços falharam (28:11-15).
Paulo, em sua recitação da tradição da ressurreição que ele havia passado para os coríntios, observa que Cristo “foi enterrado” (1 Coríntios 15.4). Portanto, os primeiros cristãos passaram a entender o enterro de Jesus como uma premissa necessária (mas temporária!) para sua ressurreição.
Paulo avança ainda mais a conexão entre enterro e ressurreição ao aplicá-la ao batismo. Tanto em Romanos (6.4) quanto em Colossenses (2.12) ele apresenta o batismo como um símbolo de ser enterrado com Cristo.
Através da fé, os cristãos são então ressuscitados com Cristo para viver uma nova vida. Assim, o enterro passa a estar conectado não apenas com a esperança de uma futura ressurreição garantida pela ressurreição de Jesus (1 Coríntios 15.20-23; 1 Tessalonicenses 4.14), mas também com a realidade de uma nova vida em Cristo no presente.
A Bíblia contém outros usos metafóricos da terminologia do enterro. A corrupção do corpo no túmulo fornece um elo natural para a fala corrupta (Salmos 5.9; Romanos 3.13) e para pessoas que são corruptas internamente (Mateus 23.27).
Da mesma forma, Jesus usa a menção de Isaías ao verme que não morre em seu ataque a um cadáver como uma imagem do inferno (Marcos 9.48). Jesus também fala de enterrar os mortos como uma antítese espiritual a segui-lo (Mateus 8.21-22; Lucas 9.59-60).
Joseph L. Trafton
Enterro – Dicionário Bíblico de Easton
Enterro
O primeiro enterro de que temos registro é o de Sara (Gênesis 23). A primeira transação comercial registrada é a da compra de um local de sepultura, pela qual Abraão pesou para Efrom “quatrocentos siclos de prata corrente com os mercantes”.
Assim, o patriarca se tornou dono de uma parte da terra de Canaã, a única parte que ele jamais possuía. Quando ele mesmo morreu, “seus filhos Isaque e Ismael o enterraram na caverna de Macpela,” ao lado de Sara, sua esposa (Gênesis 25.9).
Débora, ama de Rebeca, foi enterrada sob o carvalho de Baquim, “o carvalho do choro” (Gênesis 35.8), próximo a Betel. Raquel morreu e foi sepultada perto de Efrata; “e Jacó erigiu um pilar sobre seu túmulo” (16-20).
Isaque foi sepultado em Hebrom, onde ele havia falecido (27,29). Jacó, ao instruir seus filhos a enterrá-lo na caverna de Macpela, disse: “Ali sepultaram Abraão e Sara sua esposa; ali sepultaram Isaque e Rebeca sua esposa; e lá sepultei Lia” (Gênesis 49.31).
Em cumprimento ao juramento que fez com que ele jurasse para ele (Gênesis 47.29-31), José, auxiliado por seus irmãos, sepultou Jacó na caverna de Macpela (Gênesis 50.2 Gênesis 50.13). No Êxodo, Moisés “levou consigo os ossos de José”, e estes foram sepultados no terreno que Jacó comprara dos filhos de Hamor (Josué 24.32), o qual se tornou a herança de José (Gênesis 48.22; 1 Crônicas 5.1; João 4.5).
Dois sepultamentos são mencionados como tendo ocorrido no deserto: o de Miriam (Números 20.1) e o de Moisés, “na terra de Moabe” (Deuteronômio 34.5 Deuteronômio 34.6 Deuteronômio 34.8). Não há relato do sepultamento real de Arão, que provavelmente, contudo, aconteceu no cume do Monte Hor (Números 20.28 Números 20.29).
Josué foi sepultado “nos limites de sua herança em Timnate-Sera” (Josué 24.30).
No livro de Jó, encontramos uma referência a locais de sepultamento que foram provavelmente as Pirâmides (Joshua 3:14 Joshua 3:15). A palavra hebraica para “lugares desolados” aqui se assemelha em som à palavra egípcia para “pirâmides”.
Samuel, assim como Moisés, foi homenageado com um enterro nacional (1 Samuel 25.1). Joabe (1 Reis 2.34) “foi sepultado em sua própria casa no deserto”.
A respeito do sepultamento de Saul e seus três filhos, encontramos pela primeira vez a prática de cremar os mortos (1 Samuel 31.11-13). A mesma prática é novamente mencionada por (Amós 6.10).
Absalão foi enterrado “na floresta” onde foi morto (2 Samuel 18.17 2 Samuel 18.18). A construção de um monte de pedras sobre seu túmulo tinha a intenção de marcar abominação pela pessoa sepultada (Compare Josué 7.26 – Josué 8.29).
Não havia um local de sepultamento real fixo para os reis hebreus. Porém, aconteceram vários sepultamentos reais “na cidade de Davi” (1 Reis 2.1 – 1 Reis 11.43 – 1 Reis 15.8; 2 Reis 1 Reis 14:19 1 Reis 14.2 – 1 Reis 15.38; 1 Reis 14.31; 1 Reis 22.50; 2 Crônicas 1 Reis 21:19 1 Reis 21.20; 2 Crônicas 24.25 , etc.).
Ezequias foi sepultado no monte dos sepulcros dos filhos de Davi; “e todo Judá e os habitantes de Jerusalém fizeram-lhe honras na sua morte” (2 Crônicas 32.33).
Pouco se diz sobre o sepultamento dos reis de Israel. Alguns deles foram enterrados em Samaria, a capital do reino (2 Reis 10.3 – 2 Reis 13.9 – 2 Reis 14.16).
Nosso Senhor foi sepultado em um novo túmulo, talhado na rocha, que José de Arimatéia tinha preparado para si mesmo (Mateus 27.57-60; Marcos 15.46; João 19.41 João 19.42).
O túmulo de Lázaro era “uma caverna, e sobre ela jazia uma pedra” (João 11.38). As sepulturas frequentemente eram cavernas naturais ou escavações artificiais feitas nos lados das rochas (Gênesis 23.9; Mateus 27.60); e caixões raramente eram usados, a menos que o corpo fosse trazido de longe.
Easton, Matthew George. “Entrada para Enterro”. “Dicionário Bíblico de Easton”.
Enterro – Enciclopédia Internacional da Bíblia Padrão
Enterro
Enterro imediato considerado urgente.
1. Razões para isso
2. O Enterro de Jesus
3. A Hora Usual
4. Deveres dos Familiares Mais Próximos
Preparações para o Enterro:
1. Muitas Vezes Informais e Apressadas
2. Normalmente com Mais Cerimônia
3. Contrastes entre os Costumes Judaicos e de Outros Povos
(1) Cremação
(2) Embalsamamento
A Caminho do Túmulo:
1. Caixões Desconhecidos
2. Profissionais Lamentadores
No Túmulo:
1. Sepulturas Cavadas na Terra
2. Túmulos Familiares. Costumes Posteriores
3. Pedras Seladas
4. Tempos Estabelecidos de Luto
5. Luto Excessivo
6. Canções Fúnebres
Falhar ao Receber Enterro uma Calamidade ou Julgamento
Lugares de Enterro: Como Marcados
Literatura
É bom lembrar de início que há pontos de semelhança e de contraste marcante entre os costumes de enterros orientais e ocidentais em geral, bem como entre os costumes de enterros do antigo Israel e daqueles de outros povos antigos.
Esses serão expostos ou sugeridos mais tarde neste artigo.
O enterramento dos mortos no Oriente em geral era e muitas vezes é feito de forma a sugerir pressa indecente para o ocidental. A defilement to contact with a dead body dava ocasião e o julgamento que poderia vir sobre uma casa por abrigar o corpo daquele que morria sob um julgamento divino explica tal urgência e pressa.
Gênesis 23.1-4; e ajuda a explicar a rapidez com que os corpos de Nadabe e Abiú foram levados para fora do acampamento, Levítico 10.4, e aqueles de Ananias e Safira foram apressados para o enterro, Atos 5.1-11.
Então, claro, a impureza à qual o contato com um cadáver dava ocasião, e o julgamento que poderia recair sobre uma casa por abrigar o corpo de alguém que morreu sob um julgamento divino, explicam mais dessa urgência e pressa.
2. O Enterro de Jesus:
Foi estritamente de acordo com tais costumes que José de Arimateia foi até Pilatos e pediu o corpo de Jesus para o enterro no mesmo dia da crucificação, conformemente à lei mosaica, Deuteronômio 21.23; compare Gálatas 3.13, assim como em conformidade com os impulsos da verdadeira humanidade, Mateus 27.39.
3. A Hora Usual:
Os mortos normalmente estão em seus túmulos dentro de duas ou três horas após a morte, segundo o costume atual. Entre os judeus orientais, o enterro acontece, se possível, dentro de 24 horas após a morte, e frequentemente no dia da morte.
4. Deveres dos Familiares Mais Próximos:
Tão logo o último suspiro é dado, o filho mais velho, ou na falta deste, o familiar mais próximo presente, fecha os olhos do morto (compare Gênesis 46.4, “e José colocará sua mão sobre teus olhos”). A boca também é fechada e as mandíbulas são amarradas (compare João 11.44, “e seu rosto estava envolto em um pano mortuário”).
I. Preparações para Enterro:
1. Muitas Vezes Informais e Apressadas:
As preparações são muitas vezes informais e apressadas. No caso de Ananias, “os jovens… o enrolaram, e o carregaram para fora e o enterraram”, Atos 5.6.
2. Normalmente com Mais Cerimônia:
Normalmente, contudo, havia mais cerimônia e mais tempo dispensado.
III. A Caminho do Túmulo:
Quando as preparações estavam feitas e chegava a hora, o corpo era levado ao túmulo em uma maca, ou liteira.
1. Caixões Desconhecidos:
Caixões eram desconhecidos no antigo Israel, como ainda são entre os judeus do Oriente até hoje. O único mencionado na Bíblia é o sarcófago onde o corpo embalsamado de José foi preservado, a menos que a cama de Asa seja outra, como alguns acreditam, 2 Crônicas 16.14.
2. Profissionais Lamentadores:
A procissão de lamentadores é composta em grande parte, claro, pelos familiares e amigos do falecido.
“Haverá pranto em todas as amplas estradas; e nas ruas dirão: Ai! ai! E chamarão o lavrador para o luto, e aos que são habilidosos no lamentar, para o pranto.” (Jeremias 9.17,18) diz: “Chamem as mulheres que choram, para que venham;….
apressem-se e levantem um lamento por nós, para que nossos olhos transbordem de lágrimas, e nossas pálpebras jorrem águas.” Dr. Fred. Bliss conta sobre uma delegação de luto na mahal, ou casa de luto, de um grande homem. “Não importa o quão animadamente possam estar conversando à medida que se aproximam, quando alcançam a casa, avançam correndo, lenços no rosto, soluçando, chorando, com demonstrações máximas de dor, repetindo isso várias vezes conforme necessário.” Amelia B.
Edwards dá um relato vívido de sua primeira experiência com esse tipo de luto: “Ele subiu como o som distante e oscilante de muitas corujas. Foi estridente, cresceu, oscilou, caiu e depois se desvaneceu, como o gemido do vento no mar.
Nunca ouvimos nada tão selvagem e triste.”
$ IV. No Túmulo.$
Quando o túmulo, ou local de sepultamento, é alcançado, cerimônias mais ou menos características e peculiares ao Oriente ocorrem.
1. Covas Cavadas na Terra:
Quando o corpo é baixado para a terra, a maca, é claro, é posta de lado, e primeiramente um monte de pedras apenas é amontoado sobre o túmulo raso – para preservar o morto das temidas depredações de hienas, chacais ou ladrões.
Sem dúvida, sepulturas entre os antigos judeus eram frequentemente simplesmente cavadas na terra, como conosco, e como estão com judeus em Jerusalém e outros lugares do Leste hoje. 2. Túmulos de Família.
Costumes Posteriores:
Mas originalmente, parece ter sido costume cada família possuir um túmulo familiar:
ou uma caverna natural, preparada com prateleiras de pedra para receber os corpos, ou então escavada na colina, cada tumba, ou sepulcro, tendo muitos nichos ou loculi, em cada um dos quais um corpo poderia ser colocado (Gênesis 25.1 – Gênesis 49.31 – Gênesis 50.13 – Gênesis 35.19; Josué 24.32).
Como diz o Dr. Nicol, “Todos entre os israelitas que possuíam algum terreno ou que podiam pagar, tinham seus túmulos familiares, escavados na rocha, cada sepulcro contendo muitos nichos. Muitas gerações de uma família poderiam assim ser colocadas no túmulo ancestral.” Incontáveis números de tumbas como essas podem ser encontradas por toda a Palestina, mas Machpelá, é claro, é o exemplo principal (Gênesis 23).
3. Pedras Seladas:
Quando o túmulo era uma caverna ou era escavado de alguma rocha, a entrada era frequentemente fechada com uma grande pedra circular posta em sua borda ou aro e rolada em seu sulco até a frente da boca do túmulo, para fechá-lo seguramente.
Esta pedra era então frequentemente ainda mais assegurada por uma tira ou selagem. Neste caso, poderia facilmente ser visto ou saber se o túmulo havia sido perturbado. Pilatos, será lembrado, ordenou que o túmulo de José de Arimatéia, no qual o corpo de Jesus foi colocado, fosse cuidadosamente selado e tornado tão seguro quanto os oficiais podiam fazer. “Eles foram e asseguraram o sepulcro, selando a pedra com a guarda” (Mateus 27.66).
4. Tempos Determinados para Luto:
Na Síria, como em outros lugares do Leste, é costumeiro ter tempos determinados após o enterro para luto no túmulo – por exemplo no terceiro, sétimo e quadragésimo dias, e novamente no aniversário do enterro.
Os parentes ou amigos então vão ao túmulo sem adornos, frequentemente com cabelos desgrenhados; às vezes com cabeça coberta e rostos enegrecidos com fuligem, ou cinzas, ou terra, em suas roupas mais velhas e mais pobres, que às vezes são violentamente rasgadas, e, sentados ou se movendo em um círculo ao redor ou perto do túmulo, eles irrompem em espasmos em cantos tristes ou lamentos estranhos.
5. Luto Excessivo:
A violência do sofrimento às vezes leva a lacerações do corpo e ao derramamento de sangue. Morier (Segunda Viagem pela Pérsia), descrevendo uma celebração que ocorre anualmente para comemorar a morte do neto de Maomé, diz:”Eu vi os mais violentos deles, enquanto gritavam Ya Hosein!
caminhar pelas ruas com seus corpos jorrando sangue pelos cortes voluntários que fizeram em si mesmos”. Esse corte da carne em luto pelos mortos era especificamente proibido pela lei mosaica (Levítico 19.2 – Levítico 21.5; Deuteronômio 14.1).
Mas o luto excessivo pelos mortos é frequentemente aludido nas Escrituras (2 Samuel 1.11,12; Salmos 6 – Salmos 119.136; Lamentações 1.1 – Lamentações 3.48; Jeremias 9.1).
6. Canções Fúnebres:
A costumização de canções fúnebres parece ser aludida (Mateus 9.23; Marcos 5.38) na narrativa da cura da filha do governante:
“Jesus veio à casa do governante, e viu os tocadores de flauta, e a multidão fazendo tumulto.” Uma procissão fúnebre oriental característica e sepultamento é vividamente retratada na narrativa do enterro de Jacó (Gênesis 50.6-13).
$ V. Falhar em Receber Enterro Considerado uma Calamidade ou um Juízo.$
Qualquer falta de enterro apropriado ainda é considerada no Leste, como era nos tempos antigos, como uma grande indignidade ou um juízo de Deus. É considerada a maior calamidade que pode acontecer a uma pessoa.
Ainda causa inextrincável aflição aos homens pensar que não receberão sepultamento adequado, de acordo com os costumes de sua respectiva raça, ou família, ou religião – um fato ou sentimento que é frequentemente aludido ou apelado por meio de ilustração nas Escrituras.
Para que um cadáver permaneça insepulto e se torne alimento para bestas de rapina era o clímax da indignidade ou julgamento (2 Samuel 21.10,1 – 1 Reis 1 Reis 13:2 – Reis 14.11 – Reis 16.4 – Reis 21.24 – Gênesis 2 Reis 9:37; Jeremias 7.3 – Jeremias 8.1; Ezequiel 29.5; Salmos 79.3; Apocalipse 11.9), e sangue descoberto clamava por vingança (Ezequiel 24 – Ezequiel 39.11-16), a ideia sendo a mesma que entre outros povos orientais, que o morto insepulto não só causaria problemas à sua família, mas também traria contaminação e uma maldição sobre toda a terra.
Era, portanto, uma obrigação que todos enterrassem mesmo os mortos encontrados pelo caminho (Tobias 1:1 – Ezequiel 2.8). Mesmo os malfeitores deveriam ser permitidos sepultamento (Deuteronômio 21.22,23), e a negação excepcional disso para os filhos de Rispa deu ocasião à tocante história de seu cuidado abnegado pelos mortos encontrada em 2 Samuel 21.10,11.
$ VI. Lugares de Sepultamento:
Como Marcados.$
Sepulturas ordinárias eram marcadas pelo acúmulo de pedras brutas, mas pedras talhadas e às vezes pilares custosos eram erguidos como memoriais dos mortos (Ezequiel 39.1 – Ezequiel 2 Reis 23:17 Versão Revisada (Britânica e Americana), “Que monumento é aquele que eu vejo?” a referência sendo a um pilar sepulcral).
Jacó erigiu um pilar sobre a sepultura de Raquel (Gênesis 35.20), e seu túmulo é marcado por um monumento até hoje. O túmulo de Absalão na floresta de Efraim tinha um monte de pedras levantado sobre ele (2 Samuel 18.17), mas neste caso, como no caso de Acã, não era por honra, mas por desonra.
Nos tempos do Novo Testamento, o local de sepultamento era uniformemente fora das cidades e vilas (veja Lucas 7.12; João 11.30). Havia provisões públicas feitas para o sepultamento de estranhos (Mateus 27.7), como nos últimos dias da monarquia havia um cemitério público em Jerusalém (Jeremias 26.23), provavelmente onde ele está até este dia entre o muro da cidade e o Vale de Cedrom.
Milhares de túmulos judaicos nas encostas do Vale de Josafá, onde os judeus vieram de todas as terras para serem enterrados, testemunham hoje a crença que associa a vinda do Messias com uma ressurreição abençoada.
Muitos judeus sustentam que o Messias, quando Ele vier, descerá sobre o Monte das Oliveiras e passará por esses locais de repouso dos mortos quando entrar na Cidade Santa em glória.
LITERATURA.
HDB, artigo “Burial”; Keil, Biblical Arch., II – Jeremias 199 Nowack, Heb Arch., I – Jeremias 187 “Sepultamento” e “Tumbas” em Kitto, Ciclo.; Thomson, LB (veja “Funerais” no Índice); Tristram, Costumes Orientais em Terras Bíblicas; Mackie, Costumes e Tradições da Bíblia.
George B. Eager
Orr, James, M.A., D.D. Editor Geral. “Entrada para ‘BURIAL’”. “Enciclopédia Bíblica Internacional Padrão”. 1915.
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