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Doutrina na Bíblia. Significado e Versículos sobre Doutrina

8 min de leitura

Conjunto de princípios em que se baseia um sistema religioso, político ou filosófico. 2. Opinião em assuntos científicos.

Doutrina – Dicionário Evangélico de Teologia Bíblica de Baker

Doutrina

(Gk. didaskalia). Ato de ensinar ou aquilo que é ensinado. O uso do termo nas Escrituras, no entanto, é mais amplo do que uma simples referência à informação passada de uma pessoa para outra ou de uma geração para a próxima.

O cristianismo é uma religião fundada em uma mensagem de boas novas enraizada no significado da vida de Jesus Cristo. Nas Escrituras, então, doutrina refere-se ao corpo inteiro de verdades teológicas essenciais que definem e descrevem essa mensagem (1 Tim 1:1 – 4.16 – 6.3; Titus 1:9).

A mensagem inclui fatos históricos, como aqueles sobre os eventos da vida de Jesus Cristo (1 Cor 11:23). Mas é mais profunda do que apenas fatos biográficos. Como J. Gresham Machen apontou anos atrás, a morte de Jesus é um fato histórico integral, mas não é doutrina.

A morte de Jesus pelos pecados (1 Cor 15:3) é doutrina. Doutrina, então, é o ensino bíblico sobre verdades teológicas.

A doutrina é indispensável ao cristianismo. O cristianismo não existe sem ela. O Novo Testamento enfatiza repetidamente o valor e a importância da sã doutrina, sã instrução (1 Tim 6:3), e um padrão de ensino saudável (2 Tim 1:13-14).

Os apóstolos defenderam a proclamação fiel do evangelho (Gal 1:8). Eles formularam a fé cristã em termos doutrinários e depois chamaram para sua preservação. Eles eram inflexíveis quanto à proteção, apropriação e propagação da doutrina porque ela continha a verdade sobre Jesus Cristo.

Conhecer a verdade era e é a única maneira de uma pessoa chegar à fé. Então, os apóstolos entregaram um corpo de verdade teológica à igreja (1 Cor 15:3). Eles encorajaram os crentes a serem fiéis a esse corpo de informações que tinham ouvido e recebido no início (1 John 2: – 24 2 – 3.11), aquela “fé que foi de uma vez por todas confiada aos santos” (Jude 3).

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Os crentes, em geral, foram instruídos a guardar a fé, isto é, a permanecer firmes na sã doutrina (2 Tim 1:13-14). Pastores, em particular, foram advertidos a se apegar à sã doutrina para que pudessem ser bons ministros do evangelho (1 Tim 4:6).

O uso do termo “doutrina” nas Escrituras é importante por pelo menos três razões. Primeiro, afirma que a igreja primitiva era confessional. A primeira geração de crentes confessava o ensino apostólico sobre o significado da vida de Cristo.

Eles entregaram um corpo de informações que incluía fatos sobre Cristo com interpretação de sua importância. Segundo, o uso do termo reflete o desenvolvimento do pensamento na igreja primitiva. Didaskalia é usado nas Pastorais com referência ao conjunto do ensino, especialmente daquele que veio dos lábios dos apóstolos.

A doutrina desempenha um pequeno papel no judaísmo e no Novo Testamento, exceto nas Epístolas Pastorais, e ainda assim é muito importante nelas. Na época das Pastorais, a mensagem apostólica havia sido transformada em ensino tradicional.

Terceiro, afirma o vínculo indispensável entre espiritualidade e doutrina. O cristianismo é um modo de vida fundado na doutrina. Alguns desprezam a doutrina em favor da vida espiritual. Paulo, no entanto, ensinou que o crescimento espiritual em Cristo depende da fidelidade à sã doutrina, pois sua verdade fornece os meios de crescimento (Col 2:6).

O apóstolo João desenvolveu três testes para discernir a espiritualidade autêntica: crer na doutrina correta (1 João 2.18-27), obedecer à doutrina correta (2:28-3:10) e expressar a doutrina correta com amor (2:7-11).

A obediência fiel e o amor, então, não são alternativas à sã doutrina. Eles são o fruto da doutrina correta à medida que ela se manifesta no caráter e nos relacionamentos do crente.

Sam Hamstra, Jr.

Bibliografia. J. G. Machen, Christianity and Liberalism; D. F. Wells, No Place For Truth: Or Whatever Happened to Evangelical Theology; TDNT, 2:160-63.

Elwell, Walter A. “Entrada para ‘Doutrina’”. “Dicionário Evangélico de Teologia”. 1997.

Doutrina – Dicionário King James

Doctrine

The act or result of teaching.

For the time will come when they will not endure sound DOCTRINE; but after their own lusts shall they heap to themselves teachers, having itching ears; and they shall turn away their ears from the truth, and shall be turned unto fables. 2 Timothy 1:1 Luke 4:3-4

“Entry for ‘Doctrine’”. A King James Dictionary.

Doutrina – Enciclopédia Internacional da Bíblia Padrão

Doutrina

Latim doctrina, de doceo, “ensinar”, denota tanto o ato de ensinar quanto aquilo que é ensinado; agora usado exclusivamente no último sentido.

1. Significado dos Termos:

(1) No Antigo Testamento para

(a) leqach “o que é recebido”, portanto, “a matéria ensinada” Deuteronômio 32.2; João 11.4; Provérbios 4.2; Isaías 29.24, a Versão Revisada Americana “instrução”;

(b) she-mu`ah, “o que é ouvido” Isaías 28.9, a Versão Revisada (Britânica e Americana) “mensagem”, a Versão Revisada, margem “relato”;

(c) mucar, “disciplina” Jeremias 10.8 margem, “O tronco é uma doutrina” (a Versão Revisada Britânica e Americana) “instrução” de vaidades, ou seja, “A disciplina de deuses irreais é madeira (é como eles mesmos, desprovidos de verdadeira força moral” (BDB)).

(2) No Novo Testamento para

(i) didaskalia =

(a) “o ato de ensinar” 1 Timóteo 4.13,11 Timóteo 5.17; 2 Timóteo 3.10,16, todos na Versão Revisada (Britânica e Americana) “ensino”;

(b) “o que é ensinado” Mateus 15.9; 2 Timóteo 4.3. Em algumas passagens o significado é ambíguo entre (a) e (b).

(ii) didache, sempre traduzido como “ensino” na Versão Revisada (Britânica e Americana), exceto em Romanos 16.17, onde “doutrina” é mantida no texto e “ensino” inserido na margem =

(a) o ato de ensinar Marcos 4.2; Atos 2.42, a Versão King James “doutrina”;

(b) o que é ensinado João 7.16,17; Apocalipse 2.14,15,24, a Versão King James “doutrina”. Em alguns lugares o significado é ambíguo entre (a) e (b) e em Mateus 7.28; Marcos 1.22; Atos 13.12, o modo, mais do que o ato ou a matéria do ensino, é denotado, ou seja, com autoridade e poder.

2. Ensino Informal de Cristo:

O significado dessas palavras no Novo Testamento variou à medida que a igreja desenvolveu o conteúdo de sua experiência em um sistema de pensamento, e passou a considerar tal sistema como parte integrante da fé salvadora (compare o desenvolvimento do significado do termo “fé”):

(1) As doutrinas dos fariseus eram um corpo de ensino bastante compacto e definido, uma tradição fixa transmitida de uma geração de mestres para outra Mateus 16.12, a Versão King James “doutrina”; compare Mateus 15.9; Marcos 7.7.

(2) Em contraste com o sistema farisaico, o ensino de Jesus era não convencional e ocasional, discursivo e assistemático; derivava seu poder de Sua personalidade, caráter e obras, mais do que de Suas palavras, de modo que Seus contemporâneos ficaram admirados e reconheceram como um novo ensino Mateus 7.2Mateus 22.33; Marcos 1.22,27; Lucas 4.32.

Assim o encontramos nos Evangelhos Sinópticos, e a forma mais sistemática dada a ele nos discursos joaninos é sem dúvida obra do evangelista, que escreveu mais para interpretar Cristo do que para registrar Suas ipsissima verba João 20.31.

3. Doutrinas Apostólicas:

O ensino mais antigo dos apóstolos consistia essencialmente em três proposições:

(a) que Jesus era o Cristo Atos 3.18;

(b) que Ele ressuscitou dos mortos Atos 1.2Atos 2.24,32; e

(c) que a salvação era pela fé em Seu nome Atos 2.3Atos 3.16. Enquanto proclamavam essas verdades, era necessário coordená-las com a fé hebraica, baseada na revelação do Antigo Testamento.

O método da reconstrução mais antiga pode ser deduzido dos discursos de Pedro e Estevão Atos 2.14-3Atos 5.29-32Atos 7.2-53. Uma reconstrução mais completa da coordenação dos fatos cristãos, não apenas com a história hebraica, mas com a história universal, e com uma visão do mundo como um todo, foi empreendida por Paulo.

Ambos os tipos de doutrina são encontrados em seus discursos em Atos, o primeiro tipo no discurso proferido em Antioquia Atos 13.16-41, e o segundo nos discursos proferidos em Listra Atos 14.15-17 e em Atenas Atos 17.22-31.

As ideias apresentadas em esboço nesses discursos são mais plenamente desenvolvidas em um sistema doutrinário, com seu centro removido da ressurreição para a morte de Cristo, nas epístolas, especialmente em Gálatas, Romanos, Efésios, Filipenses e Colossenses.

Mas ainda é o sistema teológico de um professor, e não há sinal de qualquer tentativa de impô-lo pela autoridade sobre a igreja como um todo. Na verdade, o sistema paulino nunca foi geralmente aceito pela igreja.

Compare Tiago e os Pais Apostólicos.

4. Inícios do Dogma:

Nas Epístolas Pastorais e Gerais, aparece um novo estado de coisas. A repetida ênfase na “sã” ou “saudável doutrina” 1 Timóteo 1.11 Timóteo 6.3; 2 Timóteo 1.12 Timóteo 4.3; Tito 1Tito 2.1, “boa doutrina” 1 Timóteo 4.6 implica que um corpo de ensino havia surgido que era geralmente aceito e que deveria servir como padrão de ortodoxia.

A fé tornou-se um corpo de verdade “uma vez por todas entregue aos santos” Judas 1.3. O conteúdo dessa “sã doutrina” não é formalmente dado em nenhum lugar, mas é uma inferência provável que correspondia muito de perto à fórmula romana que se tornou conhecida como o Credo dos Apóstolos.

T. Rees

Orr, James, M.A., D.D. Editor Geral. “Entry for ‘DOCTRINE’”. “International Standard Bible Encyclopedia”. 1915.

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