Início Dicionário C Ceia

Ceia na Bíblia. Significado e Versículos sobre Ceia

7 min de leitura

Havia apenas duas refeições por dia na vida de um oriental. A primeira era ao meio-dia, pouco mais ou menos (Gênesis 43.161 Reis 20.16Rute 2.14Lucas 11.37Lucas 14.12). A segunda, chamada a ceia, constituía a principal refeição, e era a certa hora da tarde (Juízes 19.21).

A festa do cordeiro pascal era, também, celebrada a essa hora (Êxodo 16.12).

Ceia do senhor na Bíblia.

Trata-se da ceia do Senhor de um modo distinto em cinco passagens do N. T. : nas três narrativas dos Evangelhos, quando se referem à sua instituição – em 1 Coríntios 10 – e em 1 Coríntios 11 Os nomes pelos quais é conhecida esta ordenação no N.

T. São: o ‘partir do pão’ (Atos 2.42), e a ‘ceia do Senhor’ (1 Coríntios 11.20). Esta cerimônia foi instituída na véspera da morte de Jesus Cristo, e na presença dos Seus discípulos mais intimamente a Ele ligados, mostrando isto que só podiam tomar parte naquele ato os que já estavam instruídos nas doutrinas do Mestre, e não os que se andavam preparando para ser do número dos crentes.

Há uma estreita conexão entre a ceia do Senhor e a morte de Cristo – e é essencial estudar todas as passagens que derramam luz sobre a Sua morte. Ele havia simbolizado antecipadamente a Sua morte em linguagem altamente metafórica (Jo cap. 6) e numa clara exposição a tinha anunciado (Mateus 16.21), explicando que esse fato era ‘pela vida do mundo’ (João 6.51), pois ia ‘dar a sua vida em resgate por muitos’ (Mateus 20.28).

Foi em Cafarnaum, cerca de um ano antes da Sua crucifixão, que Cristo proferiu o Seu mais completo ensinamento a respeito da Sua morte (João 6). Duma maneira solene e enfática Ele afirmou que era o pão do céu para vida do mundo – e que era absolutamente necessário que cada um comesse a Sua carne e bebesse o Seu sangue para receber e conservar a vida eterna.

E assim Ele ensinou a absoluta necessidade de participar da Sua morte para a posse da vida eterna. Este discurso em Cafarnaum foi principalmente dirigido a incrédulos, e a certos indivíduos que eram crentes de nome.

Em vista da clara referência feita à Sua morte, vê-se logo a relação entre aquelas Suas palavras e a ceia do Senhor instituída na véspera da Sua paixão. Essa relação é a de ser uma verdade universal com particular aplicação – a ceia é um meio pelo qual os discípulos de Cristo podem apropriar a si mesmos o beneficio da Sua morte.

Tanto o discurso como a ceia se referem à mesma coisa – a cruz. Vamos, agora, examinar nos seus pormenores a linguagem de Cristo na instituição da ceia. A instituição foi imediatamente depois da refeição da Páscoa.

Tomou Jesus primeiramente o pão, e depois o cálice, bendizendo a Deus por um, e dando graças pelo outro. Com efeito, dirige a Deus louvores e dá-lhe graças. E no ato de partir o pão, disse Jesus: ‘Tomai, comei – isto é o meu corpo’, e quando tomou o cálice exprime-se deste modo: ‘isto é meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados’ (Mateus 26.26,28).

As palavras: ‘isto é meu corpo’ referem-se àquele pedaço de pão que Jesus deu a Seus discípulos – e estão elas em conformidade com as usadas pelos judeus por ocasião da sua Páscoa: ‘Este é o pão da aflição que os nossos antepassados comeram na terra do Egito.’ E por isso a frase de Jesus tem esta significação: ‘Este bocado de pão representa o Meu corpo, que é dado por vós.’ o termo ‘aliança’ traz à memória fatos e promessas do A.

T., especialmente a nova aliança, anunciada por Jeremias (Jeremias 31.31 – Hebreus 8.7 a 13). ‘Em memória de mim’ (Lucas 22.19) que dizer ‘para recordação’, sendo a lembrança do fato o fim primário e fundamental da instituição.

E ‘fazei isto’ significa ‘praticai este ato’. Passando dos Evangelhos para as Epístolas, achamos um ou dois pontos adicionados às palavras da ceia na narração de S. Paulo. Em 1 Coríntios 10.16 lemos ‘o cálice da bênção que abençoa-mos’, e isto quer dizer: ‘o cálice sobre o qual é pronunciada a bênção.’ No N.

T. Nunca a bênção se acha associada com as coisas como sendo o seu objeto, mas somente com Deus, como sendo Aquele, o Único Ser, a quem bendizemos e glorificamos. ‘A comunhão do corpo de Cristo’ significa a participação com outras pessoas do que é ‘comum’.

Apoie Nosso Trabalho

Faça agora uma contribuição para que possamos continuar espalhando a palavra de Deus. Clique no botão abaixo:

Deste modo S. Paulo segue de um modo restrito a primitiva instituição, relacionando a ceia com a morte de Cristo. Note-se que o Apóstolo usa o termo ‘mesa’, e não ‘altar’, para a ceia do Senhor. Em 1 Coríntios 11.26 há um pensamento adicional: ‘todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha’.

O Apóstolo avisa para que na Santa Ceia ninguém coma nem beba indignamente, isto é, que ninguém deixe de considerar a significação sagrada e solene do que o Senhor instituiu. Porquanto, quem de um modo indigno participa ‘será réu do corpo e do sangue do Senhor’, isto é, réu por profanar os meios divinos da nossa redenção, o próprio Senhor.

Apoie Nosso Trabalho

Faça agora uma contribuição para que possamos continuar espalhando a palavra de Deus. Clique no botão abaixo:Contribua usando o Google

Deve haver um determinado exame e discernimento – isto quer dizer que cada um deve discernir espiritualmente o fim sagrado e os desígnios do ato. São estas as passagens do N. T. Que se referem à ceia do Senhor.

Em todo o ensinamento da Sagrada Escritura se nota a extrema simplicidade da instituição – o lugar era uma casa e não um templo – as pessoas eram simples judeus – a hora era à tarde – as circunstâncias eram as de uma refeição social, fazendo ver uma família que se reunia por ocasião da Páscoa.

A idéia fundamental da ordenação acha-se nestas palavras de Jesus: ‘Fazei isto em memória de mim.’ Recordamos o Salvador e o Seu sacrifício para o nosso bem. Mas o pão deve ser comido e o vinho deve ser bebido.

Isto quer dizer que não se trata simplesmente de uma lembrança, mas de uma aplicação a cada crente. Devemos, em nossos corações, ‘alimentar-nos dele por fé’, praticando o ato não em segredo e isoladamente, mas em companhia de outros, pois confessamos a nós próprios e aos que comungam conosco a nossa confiança no sacrifício expiatório de Cristo.

Realizamos, então, a posse em comum de tudo o que o Calvário significa, manifestando igualmente a nossa unidade com Aquele que morreu na cruz (1 Coríntios 10.17). Mais ainda: tanto Jesus como S. Paulo relacionam de um modo precioso aquele ato com o futuro, com o segundo advento – e nós proclamamos a Sua morte ‘até que Ele venha’.

Desta forma a Santa Ceia envolve, simboliza e apresenta o Evangelho inteiro em miniatura, Cristo para nós, oferecido no Calvário – Cristo em nós, apropriado por fé – Cristo entre nós, sendo o nosso centro de unidade – Cristo vindo, como nosso Senhor e Rei.

E assim a ceia do Senhor revela e exprime a ‘totalidade da sal.

Apoie Nosso Trabalho

Faça agora uma contribuição para que possamos continuar espalhando a palavra de Deus. Clique no botão abaixo:

Faça um comentário

0 Comentários
Mais Antigo
Recente
Inline Feedbacks
Ver todos comentários