Queda na Bíblia. Significado e Versículos sobre Queda
A palavra queda, embora não sejausada na Escritura com o sentido de degeneração, designa geralmente o afastamento do estado de inocência em que vivia o homem para o estado de corrupção que predomina na Humanidade.
A história da queda é narrada no cap. 3 do Gênesis. Este capítulo tem sido interpretado, ou literalmente, ou figurativamente. Muita coisa se lê na narrativa, sugerindo-nos o que é figurativo e metafórico – isto é, as duas árvores não são determinadamente simples árvores, e a serpente é mais alguma coisa do que mero réptil.
O homem é criado, não no estado de perfeição, não no seu mais alto grau de desenvolvimento, mas na inocência, sem pecado. Está unido a Deus por certas leis de obediência, leis que ele transgride. O primeiro ato de infração constitui a queda – ele reconhece conscientemente essa queda – e, no seu primeiro conhecimento íntimo do pecado, recebe o aviso do plano divino da redenção.
Além disso, vem ao conhecimento de que, de algum modo misterioso, o primeiro pecado não é simplesmente o pecado de um indivíduo, mas é contaminador da raça humana. Adão é representativo – ele é a origem da espécie humana – nele todos pecam, e todos morrem – como, e por que é isso assim, nunca a mente pôde descobrir.
A Escritura revela o fato, e a experiência humana testemunha a sua realidade. A continua luta com o pecado, na esperança firme de que por último o bem surgirá vitorioso, segundo as palavras do proto-evangélico vers. 15 do cap. 3º do Gênesis, não diz respeito a Adão somente, mas a todos os homens.
A vida humana é, pois, de conflito, pelas suas tendências pecaminosas, existindo na alma a esperança da vitória final. Não sendo assim, a vida seria inexplicável. Um ou dois pontos reclamam especial atenção: i.
A origem do mal. Deus, o Ente Supremo que existe por Si mesmo, infinitamente bom, podia ter-nos criado perfeitamente bons. A capacidade para o mal podia ter sido afastada por uma retidão inabalável do coração e consciência.
Deus, porém, não quis assim: a Sua vontade é que nós sejamos aperfeiçoados pelo sofrimento da tentação, esse sofrimento que o próprio Jesus suportou – e contentes devemos estar em sustentar o combate, até alcançarmos gloriosamente a vitória por meio do Salvador.
Ii. A queda e Cristo. O N. T. Aceita e esclarece as duas doutrinas: a do pecado como absolutamente nocivo, e a de homens, sem exceção, pecaminosos, não tendo esperança alguma em si mesmos: mas refere-se pouco, se na verdade se refere, à própria queda.
O nosso Salvador nunca fez alusões a esse fato, mas toma a própria queda como caso aceito, em todos os seus ensinamentos. Todos pecam – o pecado é um mal profundamente enraizado na vida interior – todavia, o homem é um ser de superior valor e dignidade.
Tudo isto Cristo nos ensina, e nas parábolas do cap. 15 de S. Lucas, como em outros lugares, ele relaciona o caráter pecaminoso do homem, e a queda, com a Sua própria redenção e obra renovadora. S. Paulo, como já se observou, baseia a sua doutrina do pecado e da expiação no que o Gênesis nos revela.
A doutrina do pecado original, como resultado da queda do homem, implicitamente ensinado em diversas passagens, é-o explicitamente em Romanos 5.12 a 21, e 1 Coríntios 15.22,44 – 1 Coríntios 47 Iii. A queda e a encarnação. Algumas vezes se tem feito esta pergunta: se o homem não tivesse pecado, ter-se-ia tornado homem o nosso Salvador Jesus Cristo?
Essa é uma pergunta inútil a que não podemos responder. Tenhamos de memória que a encarnação e a morte de Cristo fazem completa a expiação. Sugere a revelação que Cristo encarnou para realizar-se a redenção (Mateus 20.28 – Lucas 19.10 – Gálatas 4.4 e seg.).
A queda, a encarnação, a expiação, e a restauração final são fatos da história humana, e atos da presciência divina. Antes da queda, era perfeita a comunhão com Deus – no Reino tornará a ser perfeita: se, no caso de serem os homens impecáveis, o Filho de Deus se tornaria homem por amor à Humanidade, essa é uma questão metafísica, cuja solução não traria qualquer vantagem prática. (*veja Pecado.).
Queda – Enciclopédia Internacional da Bíblia Padrão
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Queda
fol (vb.):
A ideia de cair é mais frequentemente expressa em hebraico por naphal, mas também por muitas outras palavras; em grego por pipto e seus compostos. Os usos da palavra nas Escrituras são muito variados.
Há a queda literal por descida; a queda do semblante em tristeza, vergonha, raiva, etc. (Gênesis 4.5,6); a queda em batalha (Gênesis 14.10; Números 14.3, etc.); a queda em problemas, etc. (Provérbios 24.16,17); prostração em súplica e reverência (Gênesis 17.3; Números 14.5, etc.); queda do Espírito de Yahweh (Ezequiel 11.5; compare 3:2 – Ezequiel 8.1); de apostasia (2 Tessalonicenses 2.3; Hebreus 6.6; Judas 1.24), etc.
A versão revisada (britânica e americana) frequentemente muda “cair” da versão King James para outras palavras ou frases, como “tropeçar” (Levítico 26.37; Salmos 64.8; 2 Pedro 1.10, etc.), “desvanecer” (Isaías 33.4), etc.; em Atos 27 a versão revisada (britânica e americana) lê “ser lançado em terra rochosa” para “ter caído sobre rochas” (Atos 27.29), “perecer” para “cair” (Atos 27.34), “iluminando-se” para “caindo em” (Atos 27.41).
W. L. Walker
Orr, James, M.A., D.D. Editor Geral. “Entrada para ‘QUEDA’”. “Enciclopédia Bíblica Internacional Padrão”. 1915.
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