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Pão na Bíblia. Significado e Versículos sobre Pão

19 min de leitura

Em todos os tempos, mesmo nos maisremotos, foi o pão o principal alimento dos hebreus. Trigo e cevada, ou em separado, ou juntamente com outros grãos ou legumes, eram triturados ou pisados no pilão – misturava-se depois a farinha, com água, podendo deitar-se-lhe um pouco de sal, e por fim era cozida.

Mais tarde começou a usar-se o fermento e substâncias aromáticas. Para fazer pão, amassava-se a farinha em gamelas, com as mãos ou com os pés, como os árabes ainda hoje fazem (Gênesis 18.6). A amassadura era, algumas vezes, feita numa peça circular de couro, que facilmente podia ser levantada e levada de terra em terra, como convinha a um povo nômade.

Davam, às vezes, ao pão a forma de um bolo muito delgado, outras vezes tinha a espessura de um dedo. O processo de cozer o pão era rápido. Todas as manhãs era moído o trigo, e até se fazer o pão decorriam vinte minutos.

Este era o pão asmo, que somente se usava em caso de necessidade (Gênesis 19.3), ou para fins cerimoniais. O pão fermentado requeria mais tempo, por causa da fermentação. Um pouco de massa do dia anterior era dissolvida em água, e com isto se misturava a farinha, sendo depois tudo bem amassado.

Esperava-se, então, que a massa estivesse completamente levedada. O A. T. Refere-se a três diferentes métodos de cozer o pão. Em 1 Reis 19.6 lê-se: ‘olhou ele e viu, junto à cabeceira um pão cozido sobre pedras em brasa.’ Este é, ainda hoje, o processo seguido pelos árabes.

Sobre lajes acendia-se o lume com palha, ramos secos, e esterco de camelo. Quando a pedra estava bem quente, as cinzas eram removidas, sendo depois os bolos da massa postos sobre as pedras quentes, e as cinzas trazidas outra vez para o seu lugar.

Passados alguns minutos, eram as cinzas novamente retiradas mas simplesmente pelo tempo necessário para se voltar o pão. Nas cidades havia padarias, havendo uma classe de padeiros profissionais. Mas geralmente possuía cada casa o seu próprio forno, que era um grande vaso de barro, no fundo do qual se acendia o lume.

Quando estava aquecido, os pães era cozidos tanto na parte interior como na parte exterior daquele fogão. Nas pequenas povoações fazia-se uma cova no chão, revestindo-se o fundo e as paredes com uma camada de barro, a qual, com o fogo, se tornava dura e macia – a parte mais baixa oferecia boas condições de aquecimento para receber a massa para o pão.

Em geral eram as mulheres que se ocupavam neste trabalho, mas os profissionais eram sempre homens. Em Jerusalém havia um bairro onde se fabricava o pão (Jeremias 37.21). (*veja Pão asmo.).

Pão – Dicionário Bíblico de Easton

Pão

No meio dos judeus, o pão era geralmente feito de trigo (Êxodo 29.2; Juízes 6.19), embora às vezes também de outros grãos (Gênesis 14.18; Juízes 7.13). Grãos tostados eram algumas vezes usados para alimentação sem nenhuma outra preparação (Rute 2.14).

O pão era preparado por sova em tigelas de madeira ou “gamela de amassar” (Gênesis 18.6; Êxodo 12.34; Jeremias 7.18). A massa era misturada com fermento e feita em bolos finos, redondos ou ovais, e então assados.

O pão comido na Páscoa era sempre sem fermento (Êxodo 12.15-20; Deuteronômio 16.3). Nas cidades havia fornos públicos, que eram muito utilizados para a panificação; havia também padeiros de ofício (Oséias 7.4; Jeremias 37.21).

Seus fornos não eram muito diferentes dos tempos modernos. Mas às vezes o pão era assado sendo colocado no chão que havia sido aquecido pelo fogo, e cobrindo-o com as brasas (1 Reis 19.6). Esse foi provavelmente o modo como Sara preparou o pão na ocasião referida em Gênesis 18.6.

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Em Levítico 2 há uma conta dos diferentes tipos de pães e bolos usados pelos judeus.

O pão da proposição consistia de doze pães de oferta sem fermento preparados e apresentados quentes sobre a mesa de ouro todo sábado. Eles eram quadrados ou retangulares, e representavam as doze tribos de Israel.

Os pães velhos eram retirados todo sábado e só podiam ser comidos pelos sacerdotes no átrio do santuário (Êxodo 25.30; Levítico 24.8; 1 Samuel 21.1-6; Mateus 12.4).

A palavra pão é usada figurativamente em expressões como “pão de dores” (Salmos 127.2), “pão de lágrimas” (80:5), isto é, dor e lágrimas são como o pão diário, eles formam uma parte tão grande na vida.

O pão da “maldade” (Provérbios 4.17) e “de engano” (20:17) denotam de maneira semelhante que maldade e engano são uma parte da vida cotidiana.

Easton, Matthew George. “Entrada para Pão”. “Dicionário Bíblico de Easton”.

Pão – Dicionário Bíblico de Smith

Pão.

A preparação do pão como um artigo de alimento data de um período muito antigo. (Gênesis 18.6) O milho ou grão empregado era de vários tipos. O melhor pão era feito de trigo, mas “cevada” e espelta também eram utilizados. (João 6.9; João 6.13; Isaías 28.25) O processo de fabricação do pão era o seguinte: primeiramente a farinha era misturada com água ou leite; depois era amassada com as mãos (no Egito também com os pés) em uma pequena tigela de madeira ou “gamela de amassar” até se tornar massa. (Êxodo 12.34; Êxodo 12.39; 2 Samuel 13.3; Jeremias 7.18) Quando a amassadura estava completa, geralmente adicionava-se fermento; mas quando o tempo para preparação era curto, ele era omitido, e bolos não fermentados, assados às pressas, eram comidos, como ainda é o costume predominante entre os beduínos. (Gênesis 18.6; Gênesis 19.3; Êxodo 12.39; Juízes 6.19; 1 Samuel 28.24) A massa fermentada era deixada descansar por algum tempo, (Mateus 13.33; Lucas 13.21) a massa então era dividida em bolos redondos, (Êxodo 29.23; Juízes 7.13; Juízes 8.5; 1 Samuel 10.3; Provérbios 6.26) não muito diferentes em formato e aparência de pedras planas, (Mateus 7.9) com cerca de uma palma de diâmetro e uma polegada de espessura.

Nas cidades onde residiam padeiros profissionais, sem dúvida havia fornos fixos, na forma e tamanho semelhantes aos usados por nós; mas mais comumente cada família possuía um forno portátil, consistindo de um jarro de pedra ou metal, com cerca de três pés de altura que era aquecido internamente com madeira, (1 Reis 17.12; Isaías 44.15; Jeremias 7.18) ou gramíneas secas e talos de flores. (Mateus 6.30)

Smith, William, Dr. “Entrada para ‘Pão’”. “Dicionário da Bíblia de Smith”. 1901.

Pão – Enciclopédia Internacional da Bíblia Padrão

Pão

Pão (lechem; artos):

I. Preeminência Dietética

II. Materiais

1. Cevada

2. Trigo

3. Três Tipos de Farinha

III. Fazendo Pão

1. Moagem

2. Amassando

3. Assando

(1) Pedras Quentes

(2) Frigideiras

4. Fornos

(1) O Forno em Forma de Tigela

(2) O Forno-Jarro

(3) O Forno-Cova

5. Formas de Pão Assado

6. Trabalho para Mulheres

IV. Santidade e Simbolismo do Pão

1. Santidade

2. Simbolismo

Literatura

A arte de fazer pão é muito antiga. Ela já era conhecida pelos egípcios muito cedo, pelos hebreus do Êxodo e, claro, pelos gregos e romanos mais tarde. O pão teve um papel importante no vocabulário e na vida dos hebreus antigos.

I. Preeminência Dietética.

(1) No Oriente, o pão é primário, outros artigos de comida meramente acessórios; enquanto no Ocidente carne e outras coisas constituem principalmente a refeição, e o pão é apenas secundário. Assim “pão” no Antigo Testamento, a partir de Gênesis 3.19, representa comida em geral.

(2) Além disso, nos tempos antigos, como agora provavelmente, quando o camponês, carpinteiro, ferreiro ou pedreiro saía de casa para o trabalho do dia, ou quando o arrieiro ou mensageiro partia em uma viagem, ele embrulhava outros alimentos, se houvesse algum, nos finos pães e assim os mantinha prontos para uso conforme necessário.

(3) Frequentemente o fino pão glutinoso, estufado com ar, é visto hoje, aberto de um lado e usado de forma a formar um saco natural, no qual carne, queijo, uvas passas e azeitonas são colocadas para serem comidas com o pão.

A peça de pão assim faz incluir tudo e, por essa razão também, pode ser apropriadamente falado como sinônimo de comida em geral. Para os discípulos de Jesus, sem dúvida, “Dá-nos hoje o nosso pão cotidiano” seria naturalmente uma súplica por toda comida necessária, e no caso da alimentação milagrosa da multidão era suficiente fornecer-lhes “pão” (Mateus 14.15).

II. Materiais.

1. Cevada:

Cevada era nos tempos antigos, como é hoje, o principal alimento de pão dos camponeses da Palestina (ver Juízes 7.13; onde “o bolo de pão de cevada” é dito ser “a espada de Gideão”), e das classes mais pobres do Oriente em geral (ver João 6.13, onde a multidão foi alimentada pelo aumento milagroso dos “cinco pães de cevada” e compare com Josephus, BJ, V, x – João 2).

2. Trigo:

Mas o trigo também era amplamente utilizado como alimento de pão então, como é agora, o trigo das planícies e terras altas sírias sendo notável por suas qualidades nutritivas e de conservação.

3. Três Tipos de Farinha:

Três tipos, ou qualidades de farinha, são distinguidos, de acordo com a maneira de fazer:

(1) um tipo mais grosso, rudemente feito pelo uso de pilão e argamassa, o “trigo batido” de Levítico 2.14,16 (a versão Revisada (Britânica e Americana) “machucado”);

(2) a “farinha” ou “fubá” de uso comum (Êxodo 29.2; Levítico 2Levítico 6.15), e

(3) a “farinha fina” para convidados de honra (ver Gênesis 18.6, onde Abraão ordena a Sara que “prepare… três medidas de farinha fina”) com a qual podemos comparar a “farinha fina” para a cozinha do rei (1 Reis 4.22) e a “farinha fina” exigida para a oferta de refeição ritual, como em Levítico 2Levítico 5.11Levítico 7.12Levítico 14.10Levítico 23.13Levítico 24.5; etc.

III. Fazendo Pão.

1. Moagem:

Após peneirar e limpar completamente o grão, o primeiro passo no processo era reduzi-lo a “fubá” ou “farinha” esfregando, socando ou moendo. (Em Números 11.8 diz-se sobre o maná “O povo andava, e o recolhia, e o moía em mós, ou o batia em almofarizes.”)

2. Amassando:

A “farinha” era então normalmente misturada simplesmente com água, amassada em uma bacia de madeira ou tigela de amassar (Êxodo 8.3) e, em caso de urgência, imediatamente transformada em “bolos” e assada. (Ver Êxodo 12.34, “E o povo levou sua massa antes que fosse fermentada.”)

3. Assando:

Encontramos no Antigo Testamento, como na prática do Oriente hoje, três modos de fogo ou cozimento do pão:

(1) Pedras Quentes:

Isso representava o bolo de Elias assado nas pedras quentes (1 Reis 19.6 a versão revisada, margem; compare “os bolos sobre a brasa,” Gênesis 18.6 a versão do Rei Tiago, e veja Robinson, Researches, II – Gênesis 406).

As pedras eram colocadas juntas e um fogo era aceso sobre elas. Quando as pedras estavam bem aquecidas, as cinzas eram raspadas, e os bolos colocados nas pedras e cobertos com cinzas. Depois de um tempo, as cinzas eram removidas novamente e o bolo virado (ver Oséias 7.8) e uma vez mais coberto com as cinzas incandescentes.

(2) Frigideiras:

Um método antigo de cozimento, ainda prevalente entre os beduínos da Síria e Arábia, é empregar uma chapa de ferro convexa aquecida, ou seja, o que chamamos de frigideira, em vez da areia aquecida ou pedras.

O “forno de panificação” hebraico (machabhath, Levítico 2Levítico 7.9; compare Ezequiel 4.3) deve ter sido desta espécie de “frigideira.”

4. Fornos:

O tannur (compare árabe), sem dúvida, foram usados pelos hebreus, quando se estabeleceram na Palestina, como eram usados pelas populações estabelecidas do Oriente em geral, cada vez mais à medida que se aproximavam das condições civilizadas.

Esses “fornos” eram de vários tipos:

(1) O Forno em Forma de Tigela:

O mais simples usado pelos antigos era pouco mais primitivo do que o tipo comum usado na Palestina hoje. Pode ser chamado de “forno em forma de tigela.” Consiste em uma grande tigela de barro, que é fornecida com uma tampa móvel.

(2) O Forno-Jarro:

O forno-jarro é outra forma de forno encontrada em uso lá hoje. Este é um grande jarro de cerâmica que é aquecido com combustível de grama (Mateus 6.30), restolho (Malaquias 4.1), galhos secos ou espinhos (1 Reis 17.12) e similares, que são colocados dentro do jarro para o fogo.

(3) O Forno-Cova:

O forno-cova sem dúvida foi um desenvolvimento deste tipo. Era formado parcialmente no chão e parcialmente construído em argila e revestido por toda parte, estreitando em direção ao topo. Os antigos egípcios, como mostram os monumentos e pinturas murais, colocavam os bolos na parte externa do forno (Wilkinson, Ancient Egyptians); mas na Palestina, em geral, se os costumes de hoje são conclusivos, o fogo era aceso no interior do forno-cova.

Grandes números de tais fornos foram desenterrados em escavações recentes, e nós podemos bem acreditar que eles sejam contrapartes exatas do forno dos padeiros profissionais na rua nomeada após eles em Jerusalém “a rua dos padeiros” (Jeremias 37.21).

5. Formas de Pão Assado:

(1) O grande pone ou o pão grosso e leve do Ocidente é desconhecido no Oriente. O bolo oriental comum ou o pão é proverbialmente fino. O pão caseiro fino é realmente chamado tanto em hebraico quanto em árabe pela sua finura, como é refletido na tradução “bolacha” em Êxodo 16.3Êxodo 29.23; Levítico 8.26; Números 6.19; 1 Crônicas 23.29.

Tal pão era chamado em hebraico raqiq.

(2) Ainda é costume significativo em uma refeição síria pegar um pedaço desse pão e, com a facilidade e habilidade de um hábito antigo, dobrá-lo na ponta segurada na mão para fazer uma espécie de colher, que então é comido junto com o que quer que seja levantado pelo mesmo do prato comum.

Mas esse “mergulho no prato comum” é tão realizado que não permite que o conteúdo do prato seja tocado pelos dedos, ou por qualquer coisa que tenha estado em contato com os lábios daqueles que se sentam à mesa.

(3) Tais “pães” são geralmente hoje cerca de 18 cm de diâmetro e de um centímetro e meio a dois centímetros e meio de espessura. Provavelmente, eram esses os “pães de cevada” trazidos a Cristo na época da alimentação dos 5.000 (João 6.9,13).

Bolos ainda mais finos, tanto de pão levedado quanto não levedado, às vezes são feitos agora, como antigamente, especialmente em tempos de festivais religiosos. Muitas vezes eles são revestidos na superfície superior com azeite de oliva e ganham uma cor marrom brilhante ao cozinhar; e às vezes eles são polvilhados com sementes aromáticas, que aderem e conferem um sabor picante.

Eles bem podem nos lembrar o “pão ungido” de Levítico 8.26 e “as bolachas ungidas com óleo” de Êxodo 29.2 e Levítico 2.4.

(4) Às vezes grandes discos de massa com cerca de dois centímetros e meio de espessura – Levítico 20 cm de diâmetro são preparados e dispostos em filas em tábuas longas e finas como remos de canoa, e assim inseridos no forno; então, com um rápido e hábil movimento da mão, eles são deslizados para o pavimento quente e assados.

Esses são tão feitos e assados que quando prontos são macios e flexíveis, e por esta razão são preferidos por muitos aos bolos mais finos que são cozidos rígidos e marrons.

(5) A natureza precisa dos cracknels de 1 Reis 14.3 não é conhecida. Uma variedade de assados (Gênesis 40.17, literalmente “comida, a obra do padeiro”) é encontrada no Antigo Testamento, mas apenas em poucos casos é possível ou importante identificar sua natureza ou formas.

Um bolo usado para fins rituais (Êxodo 29.2 e frequentemente) parece, a partir de seu nome, ter sido perfurado com buracos, como os bolos modernos da Páscoa.

6. Trabalho para Mulheres:

(a) Todo lar oriental de importância parece ter tido seu próprio forno, e a fabricação de pão na maior parte estava nas mãos das mulheres. Mesmo quando e onde a padaria, como sob civilização avançada, tornou-se uma indústria pública reconhecida, e homens eram os padeiros profissionais, uma grande parte do trabalho do padeiro, como é verdade hoje, era para cozinhar o pão preparado e de certo modo pré-assado pelas mulheres em casa.

(b) As mulheres do Oriente são frequentemente vistas hoje participando da semeadura, da colheita e da debulha do grão, bem como nos processos de “moagem” (Eclesiastes 12.3; Mateus 24.41; Lucas 17.35), “amassar” (Gênesis 18.6; 1 Samuel 28.24; 2 Samuel 13.8; Jeremias 7.18) e “assar” (1 Samuel 8.13), e sem dúvida foi assim nos tempos antigos em igual medida.

Santidade e Simbolismo do Pão.

1. Santidade:

Parece que a santidade do pão permanece inalterada no Oriente como a santidade de santuários e túmulos. Como no Egito tudo dependia para a vida do Nilo, e como o Nilo era considerado “sagrado”, então na Palestina, como tudo dependia da colheita de trigo e cevada, o “pão” era em um sentido peculiar “sagrado”.

A psicologia da questão parece ser a seguinte:

toda a vida era vista como dependente da colheita de grãos, o que por sua vez dependia da chuva na estação certa, e assim o pão, o produto no final desses processos divinos, era considerado peculiarmente “um presente de Deus”, um lembrete diário de seu cuidado contínuo e muitas vezes imerecido (Mateus 5.45; considere neste contexto a Oração do Senhor, “Dá-nos hoje o nosso pão diário”, Mateus 6.11; compare com Lucas 11.11).

Viajantes geralmente notam como uma característica especial do oriental de hoje que, vendo um pedaço de pão na beira da estrada, ele vai pegá-lo e lançá-lo a um cão de rua, ou colocá-lo numa fenda da parede, ou num galho de árvore onde os pássaros possam pegá-lo.

Uma coisa está resolvida para ele, não deve ser pisoteado no pó comum, pois, na estimativa de todos, tem nele um elemento de mistério e sacralidade como vindo do Doador de todo bem.

2. Simbolismo:

(a) Participando da hospitalidade dos camponeses primitivos da Palestina hoje, a leste e oeste do Jordão, vê-se qual sinal e símbolo de hospitalidade e amizade é o dar e receber do pão. Entre os árabes, de fato, isso se tornou um provérbio, que pode ser traduzido em inglês assim:

“Coma sal juntos, sejam amigos para sempre.” Uma vez que o árabe partilhe o pão com você, você está seguro. Você pode encontrar o pão sendo o mais pobre pão de cevada, ainda marcado pelas impressões dos seixos, com pequenos pontos da cinza da lareira, e aqui e ali um pedaço incrustado de grama queimada ou espinho carbonizado, o resultado de seu processo primitivo de assar; mas é pão, o melhor que o homem pobre pode lhe dar, “um presente de Deus”, de fato, e é oferecido pelo árabe mais selvagem, com algum senso de sua sacralidade e com algo da alegria e dignidade do elevado dever da hospitalidade.

Não é de se admirar, portanto, que seja considerado o cúmulo da falta de educação, sim, uma violação da lei sagrada da hospitalidade, recusá-lo ou descartá-lo como impróprio para uso.

(b) Cristo deve ter sido influenciado por Seu conhecimento de algum sentimento e lei como este quando, ao enviar Seus discípulos, Ele os encarregou de “não levar pão consigo” (Marcos 6.8). Não esperar tal hospitalidade, e não usar o que seria assim oferecido livremente a eles pelo povo, teria sido uma grosseria, para não dizer uma ofensa, por parte dos discípulos, o que teria impedido a recepção das boas novas do Reino.

(c) Foi bem apontado que o presente de Deus do alimento natural para Seu povo entra nos louvores do Magnificat (Lucas 1.53), e que quando Cristo se chamou de “o pão da vida” (João 6.35) Ele realmente apelou para todas essas associações caras e indissolúveis ligadas na mente oriental com o significado e uso do pão.

Mais natural e apropriadamente na inauguração da Nova Aliança Cristo adotou como Seu memorial, não um monumento de pedra ou bronze, mas este humilde ainda sagrado artigo de comida, familiar e acessível a todos, para se tornar, com o “vinho” de uso comum, na Ceia do Senhor, o símbolo perpétuo entre Seus discípulos da comunhão dos santos.

LITERATURA.

Wilkinson. Antigo Egito – João 1878 II – João 34 Erman, Aegypten und aegyptisches Leben – João 1885 191; Nowack, Lehrbuch der hebr. Archaologie – João 1894 Maimônides, Yadh, Temidhin U-Mucaphin, v – João 6.8; Bacher, Monats-schrift – João 1901 299; Mishna B.

M., II – João 1 2; Robinson, Pesquisas Bíblicas na Palestina, II – João 416 Doughty, Viagens na Arábia Deserta, I – João 131 Josefo, BJ; e Dicionários Bíblicos sobre “Pão”, “Leis Dietéticas”:

“Matstsoth”, “Challah”, etc.

George B. Eager

Orr, James, M.A., D.D. Editor Geral. “Entrada para ‘PÃO’”. “Enciclopédia Bíblica Internacional Padrão”. 1915.

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