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Paixão na Bíblia. Significado e Versículos sobre Paixão

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Esta palavra aparece no sentidode sofrer tribulações, quando se trata dos sofrimentos de Jesus Cristo (Getsêmani, o julgamento, a flagelação, a zombaria, e a cruz), nalguns lugares do Novo Testamento (Atos 1.3Hebreus 2.91 Pedro 1.111 Pedro 4.13).

Literalmente, a frase ‘depois de ter padecido’ significa ‘depois de Ele ter sofrido’, fazendo ver na forma intransitiva do verbo que todos os incidentes da traição e da morte de Jesus Cristo se concentraram num só grandioso fato de redenção.

S. Paulo não emprega intransitivamente o verbo, embora ele fale dos ‘sofrimentos de Cristo’ (2 Coríntios 1.5Filipenses 3.10Colossenses 1.24) – mas nos últimos escritos do N. T. Não são geralmente ativos os verbos sofrer e padecer (Lucas 24.46Atos 1.3Atos 3.18Atos 17.3Hebreus 2.18Hebreus 9.26Hebreus 13.121 Pedro 2.21Atos 3.181 Pedro 4.1).

Expressões mais limitadas, mas virtualmente equivalentes, notam-se nas referências à morte, crucificação, cruz de Cristo, e de um modo especial à humilhação e ignomínia da cruz, um gênero de morte de que o próprio S.

Paulo estava isento na sua qualidade de cidadão romano (Gálatas 3.13Filipenses 2.8 – cp. Com Hebreus 12.2Hebreus 13.13). Não nos ocupamos neste lugar da interpretação, que se dá à ‘paixão de Jesus Cristo’, mas somente da narração dos acontecimentos.

Os evangelhos sinópticos demoram-se pouco na significação, mas muito na exposição dos fatos. No mais antigo entre eles, em S. Marcos, cuja narrativa é usada pelos outros dois, anuncia Jesus por três vezes os Seus sofrimentos (Marcos 8.31Marcos 9.31Marcos 10.33), refere-Se uma vez à morte, como ‘resgate por muitos’ [10.45 ], e uma vez também ao Seu ‘sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos’ (14.24).

Todavia, aos acontecimentos, que de um modo imediato têm relação com a cruz, e que não chegaram a encher uma semana, consagra S. Marcos mais que um terço de todo o seu livro. Se a exposição até à última semana era fragmentária, torna-se afinal diária – a maneira vigorosa como é tratado o assunto da Paixão apóia e justifica a concentração que, nos últimos acontecimentos, a igreja primitiva manifesta.

Com respeito aos incidentes da Paixão, os fatos, contados nos sinópticos, podem ser resumidamente comparados. (Para o quarto evangelho *veja adiante.) 1. Getsêmani. Na triste emoção de Jesus, Mar- cos põe na descrição um sinal de ‘assombro’, ou de ‘espantosa surpresa’, omitido por Mateus.

Lucas notavelmente abrevia esta parte da narrativa, e registra ele só o aparecimento do anjo e a ‘agonia’ (Lucas 22.43,44). As pequenas variantes que aparecem na oração para que o cálice da amargura seja afastado, acabando o incidente com a vitoriosa submissão à vontade do Pai, não produzem alteração na substância. 2.

A prisão. Marcos não refere palavra alguma de Jesus em resposta ao beijo da traição – Mateus diz ‘amigo, para que vieste?’ – e Lucas narra ‘Judas, com um beijo trais o Filho do homem?’. Nalguns pequenos pormenores a narrativa completa-se, recorrendo aos três autores. 3.

A zombaria. Os três evangelhos referem-se à zombaria na casa do sumo sacerdote. Em Marcos e Mateus este caso vem exposto em seguida à condenação, em Lucas acha-se antes. Marcos e Mateus falam da flagelação e da zombaria, levadas a efeito pelos soldados de Pilatos.

Lucas omite estes fatos, mas apresenta um caso anterior de zombaria, que os soldados de Herodes praticaram. 4. A crucifixão. Os sarcasmos do povo, dos magistrados, e dos soldados, junto à cruz, aparecem nas três narrações: segundo Marcos e Mateus, ambos os ladrões crucificados se uniram nas injúrias ao Salvador – mas Lucas descreve o lindo acontecimento do ladrão arrependido.

Mateus fala da bebida que por duas vezes foi oferecida a Jesus, revelando esses atos a compaixão dos oferentes: era a costumada bebida estupefaciente (‘vinho com fel’), que era dada aos crucificados, e que Jesus recusou, e, numa esporja, algum vinagre (ou vinho azedo), para aliviar as dores nos últimos instantes de esgotamento.

O primeiro destes casos é apresentado por Mateus, como sendo um ato adicional de crueldade (‘vinho com fel’) Lucas menciona o oferecimento do vinagre, como ato de escarnecimento dos soldados, logo que Jesus foi crucificado. 5.

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As sete palavras na cruz. A provável ordem por que foram as sete palavras proferidas, cotejando os Evangelhos, é a seguinte: (1) ‘Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem’ (Lucas 23.34). (2) ‘Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso’ (Lucas 23.43). (3) ‘Mulher, eis aí o teu filho!… Eis aí a tua mãe’ (João 19.26,27). (4) ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’ (Mateus 27.46Marcos 15.34). (5) ‘Tenho sede’ (João 19.28). (6) ‘Está consumado!’ (João 19.30). (7) ‘Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito’ (Lucas 23.46).

As palavras do quarto evangelho que descrevem a Paixão de Jesus são o produto de uma elevada concepção da pessoa de Cristo. Nota-se menos vigor narrativo na humilhação e sofrimentos humanos de Jesus, e mais tocantes expressões no divino sacrifício daquele que, embora na Sua submissão, permanece Senhor e Rei (João 18.6,36João 19.11).

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