Jeremias (livro de) na Bíblia. Significado e Versículos sobre Jeremias (livro de)
A autoria deste Livro, na sua forma primitiva, acha-se indicada no cap. 36. A seguinte classificação é sugerida por certas notas de ocasião em algumas das passagens, e também pelos assuntos tratados: – No reinado de Josias – 1 a 12. O princípio do cap. 11 parece designar o tempo em que foi novamente descoberto no templo o livro da Lei g Rs 22.3 a 13). – Reinado de Jeoaquim – Rs 13 a 20.
Em relação com a série de discursos proferidos nesse período, acha-se narrada a conspiração dos ‘príncipes de Judá’ contra o profeta, com o livramento deste (25,26). Ele, no cap. 22.1 a 19, censura Jeoaquim pela sua impiedade, e declara qual o fim que havia de ter o seu irmão e predecessor (Joacaz ou Salum).
O cap. 35 apresenta-nos lições de constância e obediência, na conduta dos recabitas. O cap. 45 (a Baruque, o escriba do profeta) e o cap. 36 referem-se ao rolo daquelas profecias, que foram lidas a Jeoaquim no quinto ano do seu reinado, sendo por este rei cortadas as folhas e queimadas. – Reinado de Jeoaquim – Rs 22.20 a 30.
O triste destino do rei (que aqui se chama Conias) é pintado de forma patética. Ele devia ficar prisioneiro por toda a vida em Babilônia, e sem herdeiro para ocupar o trono de Davi, e desta forma era ele virtualmente um rei sem filhos. – Reinado de Zedequias.
Pertencem a este período as seguintes passagens: os caps. 21,27 (aconselhando submissão ao jugo babilônico) – Rs 28 (referindo a profecia do falso profeta Hananias sobre a libertação dos judeus dentro de dois anos) – Rs 34 (descrevendo o destino do rei, e o castigo dos pérfidos possuidores de escravos) – Rs 37 – Rs 38 (narrando a prisão do profeta e o seu encarceramento) – Rs 39 – Rs 52.1 a 30 (tratando da tomada de Jerusalém).
Os caps. 30 a 33 dão a certeza da restauração, e da realização do Novo Pacto, sendo notável no cap. 32 o episódio da compra que Jeremias fez da sua propriedade de Anatote, na firme esperança de que a terra devia ser novamente recuperada. – Profecias contra as nações inimigas – Rs 46 a 52.
Estas profecias foram, provavelmente, anunciadas em tempos diferentes, e estão reunidas nestes quatro capítulos pela semelhança do assunto. Referem-se ao Egito, à Filístia, a Moabe, a Amom, a Edom, a Damasco, a Quedar, e aos reinos de Hazor, Elão, e Babilônia.
O breve discurso contra Elão (49.34 a 39) foi proferido no princípio do reinado de Zedequias – e a maravilhosa profecia, que diz respeito à Babilônia (50,51), foi publicada no 4º ano do mesmo rei, quando este foi com o principal oficial da sua corte à Cáldéia, por qualquer motivo que nos é desconhecido.
Este discurso devia ser lançado no rio Eufrates, preso a uma pedra, como figura de naufrágio da cidade soberba (51.63,64 – cp. Com Apocalipse 18.21). – Depois da queda de Jerusalém. Uma das mais notáveis partes do livro é, no cap. 29, a carta que foi enviada por Jeremias aos que estavam exilados em Babilônia com o rei Jeoaquim, dando-lhes conselhos sobre a sua vida no cativeiro.
Em lugar de se revoltarem e de se afligirem, deviam viver como pacíficos e industriosos habitantes da terra, procurando s prosperidade do país, e repudiando aqueles falsos profetas que andavam a espalhar entre eles idéias de descontentamento e de agitação.
E declarava o profeta que, passados setenta anos, havia de terminar o cativeiro. Esta nobre carta, revelando grande sabedoria, influiu por muito tempo nos judeus para seu bem, e foi lembrada quando chegou o dia da libertação (Esdras 1.1). – Até ao fim da vida de Jeremias – Esdras 39 a 44.
Esta divisão é principalmente histórica, tendo sido já notadas as suas particularidades. O principal discurso profético, que esta parte contém, é um protesto contra a idolatria dos judeus no Egito (44).
Entre as predições especiais de Jeremias, acham-se as que se referem ao destino de Zedequias (34.2,3: cp. Com 2 Reis 25.5 a 7 – e Jeremias 52.11), à duração do cativeiro de Babilônia (25.11,12 – *veja Daniel 9.2), e à volta dos judeus (29.10 a 14 – Ezequiel 1.1).
A queda da Babilônia (25.12 – Ezequiel 50 – Ezequiel 51) e de muitas nações (46 a 49) são, também, acontecimentos anunciados, sendo o cumprimento sucessivo destas predições razão suficiente para ser conservada a fé dos judeus naquelas palavras que se referem ao Messias (23.3 a 8 – Ezequiel 30.9 – Ezequiel 31.15 – Ezequiel 32.37 – Ezequiel 33.26).
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Ele prediz de forma muito clara a revogação da Lei de Moisés – afirma que nunca mais será lembrada a arca da aliança (3.16) – e atinge a verdadeira altura nas predições do A. T. Com a sua grande profecia sobre o Novo Pacto (31.31 a 34).
As referências que no N. T. Se fazem ao livro de Jeremias são freqüentes. Compare-se 7.11 com Mateus 21.13 ‘um covil de salteadores’ – Mateus 9.34 com 1 Coríntios 1.31 ‘glorie-se no Senhor’ – 1 Coríntios 10.7 com Apocalipse 15.4 – Apocalipse 11.20 com 1 Tessalonicenses 2.4 – 1 Tessalonicenses 17.10 com Ap L23 – 1 Tessalonicenses 22.5 com Mateus 23.38 – Mateus 25.10 com Apocalipse 18.22,23 – Apocalipse 51.7 a 9 com Apocalipse 14.8 – Apocalipse 17.24 – Apocalipse 18.3,5 – Apocalipse 51.45 com Apocalipse 18.4 – – Apocalipse 51.63,64 com Apocalipse 18.21.
A designação ‘oriente’, aplicada ao Messias, Lucas 1.78, é de Jeremias (23.5), segundo a versão dos LXX – no hebreu é Ramo (*veja Zacarias 3.8 – Zacarias 6.12). A mais notável das aplicações que o N. T. Faz do texto de Jeremias (31.31 a 34), vê-se em Hebreus 8.8 a 13 – Hebreus 10.15 a 17.
O profeta descreve o Novo Pacto em termos tais que a passagem se torna uma verdadeira antecipação do Evangelho – e talvez a frase ‘nova aliança’, na instituição da Santa Ceia, tenha sido sugerida pelas palavras de Jeremias.
E deste modo é este escritor colocado ao lado de isaías, como ‘profeta evangélico’.
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