Fé na Bíblia. Significado e Versículos sobre Fé

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1. Definição da Palavra. A simples fé implica uma disposição de alma para confiarem outra pessoa. Difere da credulidade, porque aquilo em que a fé tem confiança é verdadeiro de fato, e, ainda que muitas vezes transcenda a nossa razão, não Lhe é contrário.

A credulidade, porém, alimenta-se de coisas imaginárias, e é cultivada pela simples imaginação. A fé difere da crença porque é uma confiança do coração e não apenas uma aquiescência intelectual. A fé religiosa é uma confiança tão forte em determinada pessoa ou princípio estabelecido, que produz influência na atividade mental e espiritual dos homens, devendo, normalmente, dirigir a sua vida.

A fé é uma atitude, e deve ser um impulso. A fé cristã é uma completa confiança em Cristo, pela qual se realiza a união com o Seu Espírito, havendo a vontade de viver a vida que Ele aprovaria. Não é uma aceitação cega e desarrazoada, mas um sentimento baseado nos fatos da Sua vida, da Sua obra, do Seu Poder e da Sua Palavra.

A revelação é necessariamente uma antecipação da fé. A fé é descrita como ‘uma simples mas profunda confiança Naquele que de tal modo falou e viveu na luz, que instintivamente os Seus verdadeiros adoradores obedecem à Sua vontade, estando mesmo às escuras’.

E mais adiante diz o mesmo escritor: ‘o segredo de um belo caráter está no poder de um perpétuo contato com Aquele Senhor em Quem se tem plena confiança’ (Bispo Moule). A mais simples definição de fé é uma confiança que nasce do coração. 2.

A fé, no A. T. A atitude para com Deus que no Novo Testamento a fé nos indica, é largamente designada no A. T. Pela palavra ‘temor’. O temor está em primeiro lugar que a fé – a reverencia em primeiro lugar que a confiança.

Mas é perfeitamente claro que a confiança em Deus é princípio essencial no A. T., sendo isso particularmente entendido naquela parte do A. T., que trata dos princípios que constituem o fundamento das coisas, isto é, nos Salmos e nos Profetas.

Não se está longe da verdade, quando se sugere que o ‘temor do Senhor’ contém, pelo menos na sua expressão, o germe da fé no N. T. As palavras ‘confiar’ e ‘confiança’ ocorrem muitas vezes – e o mais famoso exemplo está, certamente, na crença de Abraão (Gênesis 15.6), que nos escritos tanto judaicos como cristãos é considerada como exemplo típico de fé na prática. 3.

A fé, nos Evangelhos. Fé é uma das palavras mais comuns e mais características do N. T. A sua significação varia um pouco, mas todas as variedades se aproximam muito. No seu mais simples emprego mostra a confiança de alguém que, diretamente, ou de outra sorte, está em contato com Jesus por meio da palavra proferida, ou da promessa feita.

As palavras ou promessas de Jesus estão sempre, ou quase sempre, em determinada relação com a obra e palavra de Deus. Neste sentido a fé é uma confiança na obra, e na palavra de Deus ou de Cristo. É este o uso comum dos três primeiros Evangelhos (Mateus 9.29Mateus 13.58Mateus 15.28 – Me 5.34 a 36 – Mateus 9.23Lucas 17.5,6).

Esta fé, pelo menos naquele tempo, implicava nos discípulos a confiança de que haviam de realizar a obra para a qual Cristo lhes deu poder – é a fé que obra maravilhas. Na passagem de Marcos 11.22 a 24 a fé em Deus é a designada.

Mas a fé tem, no N. T., uma significação muito mais larga e mais importante, um sentido que, na realidade, não está fora dos três primeiros evangelhos (Mateus 9.2Lucas 7.50): é a fé salvadora que significa Salvação.

Mas esta idéia geralmente sobressai no quarto evangelho, embora seja admirável que o nome ‘fé’ não se veja em parte alguma deste livro, sendo muito comum o verbo ‘crer’. Neste Evangelho acha-se representada a fé, como gerada em nós pela obra de Deus (João 6.44), como sendo uma determinada confiança na obra e poder de Jesus Cristo, e também um instrumento que, operando em nossos corações, nos leva para a vida e para a luz (João 3.15 a 18João 4.41 a 53João 19.35João 20.31, etc.).

Em cada um dos evangelhos, Jesus Cristo proclama-Se a Si mesmo Salvador, e requer a nossa fé, como uma atitude mental que devemos possuir, como instrumento que devemos usar, e por meio do qual possamos alcançar a salvação que Ele nos oferece.

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A tese é mais clara em S. João do que nos evangelhos sinópticos, mas é bastante clara no último (Mateus 18.6Lucas 8.12Lucas 22.32). 4. A fé, nas epístolas de S. Paulo. Nós somos justificados, considerados justos, simplesmente pelos merecimentos de Jesus Cristo.

As obras não têm valor, são obras de filhos rebeldes. A fé não é a causa, mas tão somente o instrumento, a estendida mão, com a qual nos apropriamos do dom da justificação, que Jesus, pelos méritos expiatórios, está habilitado a oferecer-nos.

Este é o ensino da epístola aos Romanos (3 a 8), e o da epístola aos Gálatas. Nós realmente estamos sendo justificados, somos santificados pela constante operação e influência do Santo Espírito de Deus, esse grande dom concedido à igreja e a nós pelo Pai celestial por meio de Jesus Cristo.

E ainda nesta consideração a fé tem uma função a desempenhar, a de meio pelo qual nos submetemos à operação do Espírito Santo (Efésios 3.16 a 19, etc). 5. Fé e obras. Tem-se afirmado que há contradição entre S.

Paulo e S. Tiago, com respeito ao lugar que a fé e as obras geralmente tomam, e especialmente em relação a Abraão (Romanos 4.2Tiago 2.21). Fazendo uma comparação cuidadosa entre os dois autores, acharemos depressa que Tiago, pela palavra fé, quer significar uma estéril e especulativa crença, uma simples ortodoxia, sem sinal de vida espiritual.

E pelas obras quer ele dizer as que são provenientes da fé. Nós já vimos o que S. Paulo ensina a respeito da fé. É ela a obra e dom de Deus na sua origem (*veja Mateus 16 17) – a sua sede é no coração, e não meramente na cabeça – é uma profunda convicção de que são verdadeiras as promessas de Deus em Cristo, por uma inteira confiança Nele – e deste modo a fé é uma fonte natural e certa de obras, porque se trata de uma fé viva, uma fé que atua pelo amor (Gálatas 5.6).

Paulo condena aquelas obras que, sem fé, reclamam mérito para si próprias – ao passo que Tiago recomenda aquelas obras que são a conseqüência da fé e justificação, que são, na verdade, uma prova de justificação.

Tiago condena uma fé morta – Paulo louva uma fé.

Fé – Dicionário Evangélico de Teologia Bíblica de Baker

Crença, confiança e lealdade a uma pessoa ou coisa. Os cristãos encontram sua segurança e esperança em Deus revelado em Jesus Cristo, e dizem “amém” a esse relacionamento único com Deus no Espírito Santo através do amor e obediência expressos em vidas de discipulado e serviço.

O Antigo Testamento. A língua hebraica tem seis termos que desenvolvem as ideias fundamentais de crença, confiança e lealdade. A raiz bth expressa o sentimento de segurança de um indivíduo, e assim significa sentir-se seguro. Às vezes essa confiança é centrada em si mesmo (Ezequiel 33.13) ou relacionada a guerreiros (Oséias 10.13) e riquezas (Jeremias 49.4).

Mas a segurança que resulta de um relacionamento de confiança com Deus é a mais importante. Pode ser combinada com o temor do Senhor e a obediência à sua Palavra para que aquele que anda na escuridão seja encorajado a “confiar no nome do Senhor e apoiar-se em seu Deus” (Isaías 50.10).

Também pode ser equiparada ao reconhecimento de Deus em todos os nossos caminhos em contraste com confiar em nosso próprio entendimento (Provérbios 3.5-6).

O termo hsh descreve o estado de alguém necessitado de ajuda que depende de outro para proteção. Na parábola de Jotão, o espinheiro desafia as árvores que o convidam a ser seu rei: “Se realmente querem me ungir como rei sobre vocês, venham e refugiem-se à minha sombra” (Juízes 9.15).

Enquanto é perseguido por um inimigo, Davi pede ao Senhor para “salvá-lo e livrá-lo” baseado em uma afirmação semelhante: “Eu me refugio em ti” (Salmos 7.1). A ideia de buscar refúgio também pode ser contrastada com confiar em pessoas ou príncipes (Salmos 118.8-9).

Não é surpreendente então que “aqueles que buscam refúgio” em Deus sejam os mesmos que experimentam o amor e a salvação de Deus (Salmos 17.7). Reconhecer a dependência de Deus para proteção quando se está necessitado de ajuda é uma marca única dos piedosos.

Os termos qwh, yhl, e hkh expressam persistência, uma simples esperança ou uma espera. Isaías promete: “Aqueles que esperam no Senhor renovarão suas forças” (40:31). Davi ora: “Que o teu amor infalível repouse sobre nós, ó Senhor, assim como esperamos em ti” (Salmos 33.22); ele confessa: “Esperamos no Senhor; ele é nossa ajuda e nosso escudo” (Salmos 33.20).

Essas descrições que expressam uma esperança em Deus que envolve paciência e persistência são expressões de fé. Durante o cerco de Samaria, Acabe, que culpou seus problemas no Senhor, mostrou falta de fé quando perguntou: “Por que devo esperar mais pelo Senhor?” (2 Reis 6.33).

O termo mn com seu foco em firmeza e estabilidade enfatiza as variadas atividades de Deus e nossas respostas a ele. Deuteronômio 7.9 majestaticamente nos chama a entender quem é Deus: “Saiba, portanto, que o Senhor, seu Deus, é Deus; ele é o Deus fiel, que mantém sua aliança de amor a mil gerações daqueles que o amam e guardam seus mandamentos.” Porque a pessoa de Deus e sua palavra são uma, Salomão ora: “E agora, ó Deus de Israel, que tua palavra que prometeste ao teu servo Davi, meu pai, se cumpra” (1 Reis 8.26); e o profeta ameaça: “Proclamo o que é certo” ao falar do julgamento certo de Deus (Oséias 5.9).

A resposta adequada das pessoas a essa atividade firme e estável de Deus é modelada por Abraão, que é escolhido por Deus. Porque seu coração é fiel, Deus entra em uma aliança com ele que envolve uma terra natal (Neemias 9.7-8).

O reconhecimento e a aceitação do relacionamento em que Deus entra com as pessoas é uma declaração de “amém” a Deus e uma atitude religiosa especial do povo de Deus. Os mandamentos de Deus exigem uma resposta adequada.

As pessoas devem reconhecer suas demandas, considerá-lo confiável e obedecer-lhe. Fé é uma atitude espiritual que envolve atividade. Os filhos de Israel foram condenados porque se rebelaram contra o comando de Deus de tomar posse da terra que ele lhes havia dado.

Fundamental a essa rebelião é a afirmação: “Vocês não confiaram nele nem lhe obedeceram” (Deuteronômio 9.23). Por outro lado, Abrão foi aprovado quando reconheceu a promessa de Deus e confiou no poder de Deus para cumprir o que havia prometido: “Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça” (Gênesis 15.6).

O Senhor indicou a Abrão seu plano para a história, e Abrão acreditou que era algo real e foi preenchido com firmeza e segurança no Senhor. Seu subsequente exercício de paciência e ações obedientes são indicações claras do significado da fé.

A origem e o contexto do termo “fé” como usado no Antigo Testamento estão intimamente ligados à aliança entre Deus e seu povo. O termo resume todas as maneiras pelas quais as pessoas expressam seu relacionamento com Deus.

Isaías ousa equiparar existência e fé quando afirma que o povo de Deus tem seu modo particular de ser e é estabelecido por meio de sua fé (Isaías 7.9). Esse entendimento contrasta fortemente com a imagem de Acaz, que rejeita o convite de Deus para confirmar a verdade de sua palavra, e então ironicamente recebe a promessa de Emanuel (Isaías 7.14).

No cumprimento dessa promessa reside o desafio do Novo Testamento de redefinir a fé.

O Novo Testamento. A transição do entendimento da fé do Antigo Testamento para o Novo Testamento envolve uma apreciação da continuidade entre eles e aquilo que é único no Novo Testamento. Os conceitos de aliança, povo de Deus, revelação e a atividade de Deus na história continuam do Antigo Testamento para o Novo Testamento.

O entendimento único no Novo Testamento é definido por uma nova aliança, e o povo de Deus sendo identificado por sua resposta ao Filho de Deus, Jesus. Na linguagem do Novo Testamento, o grego comum da época de Jesus, somos informados de como Deus entra na história como o Cristo na pessoa de seu Filho Jesus, e permanece ativo no mundo através de seu Espírito Santo e da igreja.

A Septuaginta, como um texto de transição entre o hebraico do Antigo Testamento e o grego do Novo Testamento, fixa o vocabulário teológico que a igreja usa para definir o que Deus fez, está fazendo e fará.

O significado da fé no Novo Testamento é então tanto uma reflexão de sua continuidade com o Antigo Testamento quanto uma expressão de sua singularidade em um contexto histórico e cultural diferente. Nas seleções representativas do Antigo Testamento que examinamos, apenas um termo, mn, é consistentemente traduzido na Septuaginta por um único conceito, pisteuein/pistos. É esse conceito que os Evangelhos Sinópticos, Atos, as Epístolas e os escritos joaninos usam para examinar e ilustrar o significado da fé no Novo Testamento.

Os Evangelhos Sinópticos. Assim como para os antigos israelitas, para o novo povo de Deus, fé significa principalmente confiança baseada na promessa de Deus conforme entendida através de sua Palavra (Lucas 1.20Lucas 24.25).

Em Jesus Cristo, a Palavra viva de Deus, e o evangelho, a verdadeira mensagem de Deus, as pessoas são chamadas a dizer “sim” a Deus e a reconhecer o mensageiro e a mensagem como verdadeiros (Marcos 1.15).

Para Jesus, Deus é Pai e Rei. Essa afirmação envolve um senso único de presença e comunhão com Deus, bem como o chamado aos seus ouvintes para responder à sua própria afirmação de filiação (Marcos 12.1-12), e sua interpretação do reino de Deus como estando próximo (Mateus 12.22-28).

Marcos abre seu Evangelho com a simples afirmação de que este é “o evangelho sobre Jesus Cristo, o Filho de Deus” (Marcos 1.1). Começa com o ministério de João Batista, que culmina com o batismo de Jesus e o anúncio celestial da filiação de Jesus (Marcos 1.11 ; cf. Mateus 3.17 ; Lucas 3.22).

Esse anúncio é repetido durante a transfiguração de Jesus e seguido pelo comando, “Ouçam-no” (Marcos 9.7 ; cf. Mateus 17.5 ; Lucas 9.35). No início de seu ministério, Jesus proclama o evangelho em termos da proximidade do reino e da necessidade de acreditar (Marcos 1.14-15).

Especificamente, as parábolas de Jesus e o Sermão da Montanha chamam para uma resposta. A parábola do semeador chama a resposta adequada à palavra de Jesus de “crer” (Lucas 8.12-13). O Sermão da Montanha (Mateus 5.7), como a ética daqueles que devem viver sob o governo de Deus como Pai, conclui com a advertência de Jesus para serem sábios e colocarem essas palavras em prática (Mateus 7.24-27 ; cf. Mateus 5.19-20).

Os resultados da fé são vistos nas mudanças radicais que as pessoas experimentam quando colocam sua confiança em Jesus. Os Evangelhos tornam a resposta de fé explícita em milagres específicos. O servo do centurião (Mateus 8.13), um paralítico (Mateus 9.2), uma mulher que estava doente há doze anos (Marcos 5.34), uma criança de doze anos que morreu (Marcos 5.36), e um mendigo cego (Lucas 18.42) são todos exemplos dos Evangelhos Sinópticos daqueles que são informados por Jesus: “Sua fé o curou.”

No Evangelho de Marcos, as respostas temerosas e maravilhadas das pessoas à pessoa e obra de Jesus são indicadores de crença ou descrença. O espanto das pessoas na sinagoga de Cafarnaum com o ensino de Jesus e a cura de um homem possuído por um espírito maligno leva ao reconhecimento de sua autoridade (Marcos 1.21-27).

Quando esse mesmo espanto é expresso pelas pessoas na sinagoga na cidade natal de Jesus, leva à ofensa e ao comentário de Jesus sobre sua falta de fé (Marcos 6.1-6). As histórias lado a lado da cura da mulher com hemorragia e da ressurreição da filha de Jairo têm como tema comum a superação do medo e o exercício da fé que resulta em nova vida (Marcos 5.32-34 Marcos 5.36).

Em dois incidentes no Mar da Galileia, os discípulos, quando resgatados por Jesus, respondem com medo e espanto que são identificados como falta de fé (Marcos 4.40-41) ou dureza de coração (Marcos 6.50-52).

Essas condições os impedem de responder a Jesus quando ele revela a eles o que significa ser o Messias (Marcos 8.31-32Marcos 9.31-32Marcos 10.32-34), ou de ouvir como os crentes podem ser verdadeiros seguidores desse Messias (Marcos 8.34-38Marcos 9.33-37Marcos 10.41-45).

Porque Marcos está determinado a esclarecer para a igreja a verdade central de que Jesus como o Filho do Homem é um Messias servo-sofredor cujo exemplo eles devem estar dispostos a seguir, um Bartimeu cego, que é curado ao exercer fé, torna-se o discípulo modelo enquanto segue Jesus para Jerusalém e o caminho da cruz com sua nova visão.

Jesus afirma, em uma discussão com discípulos céticos, que o poder está disponível para todos que têm fé (Marcos 11.23), e que a oração é um meio de expressar essa fé (Marcos 11.24). Esse poder paradoxal da fé é visto não apenas em sua qualidade de “movedor de montanhas”, que é uma espécie de participação na atividade criativa de Deus, mas também em sua comparação com um minúsculo grão de mostarda (Lucas 17.6).

Colocar a confiança em Jesus é abrir a porta para uma mudança radical no significado da própria vida.

O Livro de Atos. Em seu registro das declarações e atividades da igreja primitiva, Atos enfatiza que Jesus Cristo é o foco da fé. Se a fé nos Evangelhos Sinópticos significa confiança baseada na promessa de Deus conforme entendida através de sua palavra e da pessoa de seu Filho, então em Atos, que serve como uma ponte entre os Evangelhos e as Epístolas, é isso e mais.

Uma única declaração sobre fé em Deus é esclarecida como “crença no Senhor” (Atos 5.14Atos 9.42Atos 11.21Atos 14.23Atos 18.8) ou “crença em Jesus” (3:1 – Atos 19.4), e tornada abrangente quando ligada à ideia de salvação através da audição da palavra (Atos 4.4Atos 13.12).

Gentios (Atos 11.21 ; Atos 13.12 Atos 13.48 – 12 Atos 15.7 – 12 Atos 17.34 – 12 Atos 21.25), judeus (Atos 6.7Atos 15.5Atos 16.1Atos 18.8Atos 21.20) e pessoas de ambos os gêneros (Atos 5.14) serão salvos quando acreditarem no Senhor Jesus Cristo.

A igreja, em resposta ao exemplo e às palavras de Jesus, radicalizou o significado da fé no Antigo Testamento. Por meio dos ministérios de Pedro e Paulo, Lucas pinta um quadro vívido das lutas internas e externas da comunidade cristã, enquanto tanto a sinagoga quanto a igreja de Jerusalém resistem a romper com a estrita observância da lei e as limitações da descendência racial para reconhecer a afirmação de que a salvação é pela fé em Jesus Cristo somente (Atos 4.12; Atos 15.14).

Todos aqueles que aceitam a mensagem do evangelho e o senhorio de Cristo são identificados como “crentes” (Atos 4.32; Atos 11.21; Atos 18.27; Atos 19.18; Atos 22.19), um sinônimo para “cristãos”.

Antecipando a análise mais formal das Epístolas, a fé em Atos está ligada ao batismo (Atos 8.12-13; Atos 18.8; Atos 19.2), confissão (Atos 19.18), perdão (Atos 10.43), graça (Atos 15.11; Atos 18.27), cura (Atos 3.16; Atos 14.9), o Espírito Santo (Atos 19.2), justificação (Atos 13.39), purificação (Atos 15.9) e santificação (Atos 26.18).

A fé também é retratada como algo de que se pode estar cheio (Atos 11.24), desviar-se (Atos 13.8), permanecer fiel (Atos 14.22) e ser fortalecido (Atos 16.5). Fundamental para todas essas ideias é o entendimento de que o ato de crer também é um compromisso com uma comunidade de adoração (Atos 5.12), o atendimento das necessidades dos outros (Atos 2.44-45) e o compartilhamento dessa fé com todos, conforme Jesus lhes disse (Atos 1.7-8).

As Epístolas. A posição judaica fundamental — que a lei é o presente de amor de Deus para seu povo e que, cumprindo seus requisitos, eles poderiam alcançar a justiça de Deus — é contestada nas Epístolas pela afirmação de que a salvação é pela fé no Cristo crucificado e ressuscitado.

Saulo, um judeu cuja perseguição aos cristãos baseava-se nessa premissa (Atos 22.3-5), após encontrar o Cristo ressuscitado torna-se Paulo, que com os olhos abertos recebe o Espírito Santo e prega que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (Atos 9 Gálatas 1.23).

Suas cartas às igrejas validam a afirmação de que a fé em Cristo é o único meio de alcançar a justiça de Deus (Romanos 1.16-17; Filipenses 3.7-9).

Segundo Paulo em sua carta à igreja em Roma, a degradação moral de todas as pessoas torna-se a ocasião para a atividade salvadora de Deus (Romanos 1.18-3:20), resultando em uma justiça recebida pela fé (Romanos 3.21-31).

Esta salvação é descrita por Paulo usando as analogias de justificação (Romanos 3.24; Romanos 4.25), redenção (Romanos 3.24; 1 Coríntios 1.30), reconciliação (Romanos 5.10; 2 Coríntios 5.18-20) e liberdade (Gálatas 4.1-7; Gálatas 5.1).

O argumento de Tiago sobre a necessária manifestação desta salvação em boas obras (Tiago 2.14-24) é contrariado pela insistência de Paulo na atuação da graça de Deus no ato de fé para a salvação (Romanos 3.24-31).

O efeito da fé na vida do crente pode ser generalizado sob a figura de uma nova criação (2 Coríntios 5.17), mas também é particularizado em termos de filiação (Romanos 8.14-17; Gálatas 4.4-7), unidade (1 Coríntios 1.10), amor (1 Coríntios 13 Gálatas 5.6; Gálatas 5.22), esperança (Romanos 6.8; 1 Pedro 1.21) e firmeza (Hebreus 11).

As cartas de Paulo às igrejas, com sua recitação de problemas com unidade, amor e esperança, parecem negar essas afirmações. Se a fé significa ser uma nova criação, por que há tão pouca unidade e amor na igreja de Corinto e tão pouca esperança na igreja de Tessalônica?

A resposta de Paulo é dupla. Primeiro, ele reconhece a tensão entre o poder de Deus em ação no povo de fé e sua mortalidade contínua (2 Coríntios 4.7-12). Segundo, ele lembra aos coríntios que a presença do Espírito capacita o povo de Deus em sua mortalidade agora e também serve como um depósito garantindo o que está por vir, para que vivam agora pela fé e não pela visão (2 Coríntios 5.5-7; 2 Tessalonicenses 2.13-17).

O escritor aos Hebreus usa essa mesma definição, além dos exemplos de pessoas de fé do Antigo Testamento e de Jesus, como base para a exortação a viver a vida de fé diante de seus obstáculos (Hebreus 10.35-12:12).

As cartas posteriores no Novo Testamento a Timóteo e Tito, além de seu uso contínuo dessas definições dinâmicas de fé, distinguem a verdadeira fé da falsa fé tornando o conteúdo da fé confessional (2 Timóteo 4.3; Tito 1.9).

A sã doutrina torna-se a base para o ensino correto (Tito 2.1) e a vida correta (2 Timóteo 3.15). As palavras de Paulo a Timóteo quando confrontado com a perspectiva da morte “Eu guardei a fé” (2 Timóteo 4.7) podem ser um testemunho tanto da qualidade dinâmica de sua vida em Cristo quanto da correção de seu entendimento.

Os Escritos Joaninos. A mudança para um vocabulário específico para falar sobre fé é mais evidente no Evangelho e nas Epístolas de João. O verbo grego “crer” (pisteuein) é usado em todas as instâncias, exceto 1 João 5.4, que usa o substantivo para definir “a vitória que venceu o mundo”, embora até mesmo isso seja seguido pela explicação verbal de que “quem crê que Jesus é o Filho de Deus” vence o mundo (1 João 5.5).

Os noventa e oito usos do verbo para crer no Quarto Evangelho contrastam com apenas trinta usos em todos os Evangelhos Sinópticos. Todos os quatro Evangelhos referem-se a crer em fatos (cláusula hoti: Mateus 9.28; Marcos 11.23-24; Lucas 1.45; João 6.69), a crer em pessoas ou Escrituras (caso dativo: Mateus 21.25; Marcos 11.31; Lucas 1.20; João 2.22), e a crer sem um objeto declarado (uso absoluto: Mateus 8.13; Marcos 5.36; Lucas 8.12-13; João 1.50).

O Evangelho de João sozinho enfatiza o que significa crer em (eis) Jesus Cristo.

Desde o início do Evangelho, onde nos é dito que o testemunho de João Batista sobre Jesus como a luz é “para que por meio dele todos possam crer” (João 1.7), até a declaração final de propósito do Evangelho “Para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo tenham vida em seu nome” (João 20.31), o evangelho é apresentado como um chamado à fé.

Jesus Cristo, como objeto da fé, é primeiro retratado como a Palavra que se fez carne e veio ao mundo para tornar possível que todos se tornem filhos de Deus crendo/recebendo-o (João 1.10-14), e finalmente mostrado como o Cristo ressuscitado que na crença é reconhecido como Senhor e Deus (João 20.28-29).

Entre esses dois pontos, a crença ou descrença é determinada pelas respostas das pessoas aos sinais de Jesus, nos quais ele revela sua glória (João 2.11), seu poder de curar (João 4.53; João 5.9), sua disposição para atender às necessidades dos famintos (João 6.12-14), dos desamparados (João 6.21; João 6.61-70) e dos cegos (João 9.38), e para ressuscitar os mortos (João 11.25-26).

Aos seus discípulos, ele explica como eles também podem “vencer o mundo” (João 16.33). Sua confissão de fé no final do discurso no cenáculo afirma sua disposição de deixar seu relacionamento com Jesus definir a essência de sua vida e fé (João 16.29-30; cf. João 14.20-21; João 15.1-17; João 16.12-15).

A intensidade do relacional na descrição de João sobre crer em Cristo pode ser comparada ao uso de Paulo do termo “em Cristo” para definir o que significa ser cristão (Romanos 6.11; Romanos 6.23). O resultado desse relacionamento é um movimento das trevas para a luz (João 12.46), da morte para a vida (João 11.25-26), e um amor que reciprocamente corresponde ao amor do Pai pelo Filho e pelo mundo (João 15.9-13; João 3.16) enquanto o crente se envolve em serviço ativo e abnegado (João 13.1; João 13.12-17).

O poder para isso é encontrado após a ressurreição de Jesus no relacionamento contínuo entre o Filho e o crente através do Espírito Santo (João 14.15-27; João 16.5-15; João 7.37-39).

O Livro do Apocalipse, com sua ênfase no que está por vir, vê a fé quase inteiramente da perspectiva do fim e do papel exaltado do mártir como uma testemunha fiel (Apocalipse 2.10; Apocalipse 2.13; Apocalipse 2.19; Apocalipse 14.12) que é comparado com Jesus Cristo, que também é designado como fiel (Apocalipse 1.5; Apocalipse 3.14; Apocalipse 19.11).

Todos cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro respondem à promessa deste Fiel: “Eu venho em breve”, com a oração, “Marana tha.”

Herbert L. Swartz

Bibliografia. H. Berkhof, Fé Cristã; R. M. Brown, A Fé Está Obsoleta?; G. Ebeling, A Natureza da Fé; R. M. Hals, Graça e Fé no Antigo Testamento; D. B. Harbuch, A Dinâmica da Crença; H.-J. Hermisson e E.

Lahse, Fé; J. G. Machen, O Que É Fé?

Elwell, Walter A. “Entrada para ‘Fé’”. “Dicionário Evangélico de Teologia”. 1997.

Fé – Dicionário Bíblico de Easton

Fé é, em geral, a persuasão da mente de que uma certa afirmação é verdadeira (Filipenses 1.27 ; 2 Tessalonicenses 2.13). Sua ideia principal é confiança. Uma coisa é verdadeira e, portanto, digna de confiança.

Admite muitos graus até a plena certeza da fé, de acordo com as evidências sobre as quais se baseia.

Fé é o resultado do ensino (Romanos 10.14-17). Conhecimento é um elemento essencial em toda fé, e às vezes é falado como equivalente à fé (João 10.38 ; 1 João 2.3). No entanto, os dois são distintos nesse aspecto, que a fé inclui assentimento, que é um ato da vontade além do ato do entendimento.

Assentir à verdade é da essência da fé, e o fundamento último sobre o qual nosso assentimento a qualquer verdade revelada se baseia é a veracidade de Deus.

Fé histórica é a apreensão e assentimento a certas declarações que são consideradas meros fatos históricos.

Fé temporária é aquele estado de espírito despertado nos homens (por exemplo, Félix) pela exibição da verdade e pela influência da simpatia religiosa, ou pelo que às vezes é chamado de operação comum do Espírito Santo.

Fé salvadora é assim chamada porque tem a vida eterna inseparavelmente ligada a ela. Não pode ser melhor definida do que nas palavras do Catecismo Menor da Assembleia: “Fé em Jesus Cristo é uma graça salvadora, pela qual recebemos e descansamos somente nele para salvação, como ele nos é oferecido no evangelho.”

O objeto da fé salvadora é toda a Palavra de Deus revelada. A fé aceita e acredita nela como a própria verdade mais segura. Mas o ato especial de fé que une a Cristo tem como objeto a pessoa e a obra do Senhor Jesus Cristo (João 7.38 ; Atos 16.31).

Este é o ato específico de fé pelo qual um pecador é justificado diante de Deus (Romanos 3.22 Romanos 3.25 ; Gálatas 2.16 ; Filipenses 3.9 ; João 3.16-36 ; Atos 10.43Atos 16.31). Neste ato de fé, o crente apropria-se e descansa somente em Cristo como Mediador em todos os seus ofícios.

Este assentimento ou crença na verdade recebida sobre o testemunho divino sempre está associado a um profundo senso de pecado, uma visão distinta de Cristo, uma vontade consentida e um coração amoroso, juntamente com uma confiança, um confiar ou descansar em Cristo. É aquele estado de espírito em que um pobre pecador, consciente de seu pecado, foge de seu eu culpado para Cristo seu Salvador, e transfere o fardo de todos os seus pecados para ele.

Consiste principalmente, não no assentimento dado ao testemunho de Deus em sua Palavra, mas em abraçar com confiança e confiança o único e único Salvador que Deus revela. Esta confiança e dependência são da essência da fé.

Pela fé, o crente apropria-se direta e imediatamente de Cristo como seu. Fé em seu ato direto faz Cristo nosso. Não é uma obra que Deus graciosamente aceita em vez de obediência perfeita, mas é apenas a mão pela qual tomamos posse da pessoa e obra de nosso Redentor como o único fundamento de nossa salvação.

Fé salvadora é um ato moral, pois procede de uma vontade renovada, e uma vontade renovada é necessária para o assentimento crente à verdade de Deus (1 Coríntios 2.14 ; 2 Coríntios 4.4). Portanto, a fé tem seu assento na parte moral de nossa natureza tanto quanto na intelectual.

A mente deve primeiro ser iluminada pelo ensino divino (João 6.44 ; Atos 13.48 ; 2 Coríntios 4.6 ; Efésios 1.17 Efésios 1.18) antes que possa discernir as coisas do Espírito.

Fé é necessária para nossa salvação (Marcos 16.16), não porque haja algum mérito nela, mas simplesmente porque é o pecador tomando o lugar que lhe foi designado por Deus, concordando com o que Deus está fazendo.

O fundamento ou base da fé é o testemunho divino, não a razoabilidade do que Deus diz, mas o simples fato de que ele diz isso. Fé repousa imediatamente em, “Assim diz o Senhor.” Mas para esta fé, a veracidade, sinceridade e verdade de Deus devem ser reconhecidas e apreciadas, juntamente com sua imutabilidade.

A palavra de Deus encoraja e dá coragem ao pecador para tratar pessoalmente com Cristo como presente de Deus, fechar com ele, abraçá-lo, entregar-se a Cristo e tomar Cristo como seu. Essa palavra vem com poder, pois é a palavra de Deus que se revelou em suas obras, e especialmente na cruz.

Deus deve ser acreditado por causa de sua palavra, mas também por causa de seu nome.

Fé em Cristo garante ao crente liberdade da condenação, ou justificação diante de Deus; uma participação na vida que está em Cristo, a vida divina (João 14.19 ; Romanos 6.4-10 ; Efésios 4.15 Efésios 4.16 , etc.); “paz com Deus” (Romanos 5.1); e santificação (Atos 26.18 ; Gálatas 5.6 ; Atos 15.9).

Todos os que assim creem em Cristo certamente serão salvos (João 6.37 João 6.40 ; João 10.27 João 10.28 ; Romanos 8.1).

A fé=o evangelho (Atos 6.7 ; Romanos 1.5 ; Gálatas 1.23 ; 1 Timóteo 3.9 ; Judas 1.3).

Easton, Matthew George. “Entrada para Fé”. “Dicionário Bíblico de Easton”.

Fé – Enciclopédia Internacional da Bíblia Padrão

fé:

1. Etimologia

2. Significado:

a Divergência

3. Fé no Sentido de Credo

4. Uma Passagem Principal Explicada

5. Observações

6. Conclusão

No Antigo Testamento (a Versão King James) a palavra ocorre apenas duas vezes:

Deuteronômio 32.20 (‘emun); Habacuque 2.4 (‘emunah). Na última, a Versão Revisada (Britânica e Americana) coloca na margem a tradução alternativa, “fidelidade.” No Novo Testamento é de ocorrência muito frequente, sempre representando pistis, com uma exceção na Versão King James (não na Versão Revisada (Britânica e Americana)), Hebreus 10.23, onde representa elpis, “esperança.”

1. Etimologia:

A história da palavra inglesa é mais interessante do que importante; uso e contextos, tanto para ela quanto para seus paralelos hebraicos e gregos, são os guias mais seguros para o significado. Mas podemos notar que ela ocorre na forma “feyth,” em Havelok the Dane (século 13); que é semelhante a fides e esta novamente à raiz sânscrita bhidh, “unir,” “ligar.” Vale a pena recordar essa sugestão primitiva do trabalho espiritual da fé, como aquilo que, do lado do homem, o une a Deus para a salvação.

2. Significado:

a Divergência:

Estudando a palavra “fé” à luz do uso e dos contextos, encontramos uma bifurcação de significados na Bíblia. Podemos distinguir os dois sentidos como passivo e ativo; de um lado, “fidelidade,” “confiabilidade”; e “fé,” “confiança,” do outro.

Em Gálatas 5.22, por exemplo, o contexto deixa claro que “fidelidade” está em vista, como uma qualidade congruente com as graças associadas. (a Versão Revisada (Britânica e Americana) consequentemente traduz pistis ali por “fidelidade.”) Novamente, Romanos 3.3 a Versão King James, “a fé de Deus,” pela natureza do caso, significa Sua fidelidade à promessa.

Mas na esmagadora maioria dos casos, “fé,” como tradução de pistis, significa “confiança,” “confiança.” Ilustrar seria citar muitas dezenas de passagens. Pode ser suficiente aqui chamar a atenção para o uso registrado pelo nosso Senhor.

De cerca de vinte passagens nos Evangelhos onde pistis ocorre vindo de Seus lábios, apenas uma (Mateus 23.23) apresenta-a no aparente sentido de “fidelidade.” Todas as outras exigem conspicuamente o sentido de “confiança,” “confiança.” O mesmo é verdadeiro nos escritos apostólicos.

Neles, com raríssimas exceções, as palavras “confiança,” “confiança,” encaixam-se precisamente no contexto como alternativas a “fé.” 3. Fé no Sentido de Credo:

Outra linha de significado é rastreável em pouquíssimas passagens, onde pistis, “fé,” aparece no sentido de “credo,” a verdade, ou corpo de verdade, que é confiada, ou que justifica a confiança. O mais importante desses lugares é o parágrafo Tiago 2.14-26, onde uma aparente contradição a alguns grandes ditos paulinos perplexa muitos leitores.

O enigma é resolvido ao observar que o escritor usa “fé” no sentido de credo, “crença” ortodoxa. Isso fica claro em Tiago 2.19, onde a “fé.” em questão é ilustrada:

“Tu crês que Deus é um.” Esta é a confissão credal do judeu ortodoxo (o shema`; veja Deuteronômio 6.4), tomada como um passaporte para a salvação. Brevemente, Tiago pressiona a futilidade do credo sem vida, Paulo a necessidade de confiança para receber “vida e paz.”

4. Uma Passagem Principal Explicada:

É importante notar que Hebreus 11.1 não é uma exceção à regra de que “fé” normalmente significa “confiança,” “confiança.” Lá “A fé é a substância (ou possivelmente, à luz de investigações recentes sobre o tipo de grego usado pelos escritores do Novo Testamento, “a garantia”) das coisas esperadas, a evidência (ou “prova convincente”) das coisas não vistas.” Isso às vezes é interpretado como se a fé, na visão do escritor, fosse, por assim dizer, uma faculdade de segunda visão, uma intuição misteriosa no mundo espiritual.

Mas o capítulo mostra amplamente que a fé ilustrada, por exemplo, por Abraão, Moisés, Raabe, era simplesmente confiança em um Deus conhecido por ser confiável. Tal confiança permitia ao crente tratar o futuro como presente e o invisível como visto.

Em suma, a frase aqui, “a fé é a evidência,” etc., é paralela em forma à nossa expressão familiar, “Conhecimento é poder.”

5. Observações:

Algumas observações avulsas podem ser adicionadas:

(a) A história do uso do grego pistis é instrutiva. Na Septuaginta normalmente, senão sempre, carrega o sentido “passivo” “fidelidade,” “boa fé,” enquanto no grego clássico não raramente carrega o sentido ativo, “confiança.” No koine, o tipo de grego universalmente comum na era cristã, parece ter adotado o significado ativo como o dominante apenas a tempo, por assim dizer, para fornecê-lo para a expressão Daquele cuja mensagem suprema era “confiança,” e que passou essa mensagem aos Seus apóstolos.

Através de seus lábios e penas “fé,” nesse sentido, tornou-se a palavra de ordem suprema do cristianismo.

6. Conclusão:

Em conclusão, sem invadir o terreno de outros artigos, chamamos a atenção do leitor, para seus estudos bíblicos, ao lugar central da fé no cristianismo e seu significado. Sendo, em sua verdadeira ideia, uma confiança tão simples quanto possível na palavra, poder, amor, de Outro, é precisamente isso que, do lado do homem, o ajusta à presença e ação viva e misericordiosa de um Deus confiável.

Em sua natureza, não por qualquer mero arranjo arbitrário, é sua única atitude receptiva possível, aquela em que ele não traz nada, para que possa receber tudo. Assim, “fé” é nosso lado da união com Cristo.

E assim é nosso meio de possuir todos os Seus benefícios, perdão, justificação, purificação, vida, paz, glória.

Como um comentário sobre nossa exposição do significado dominante de “fé” nas Escrituras, podemos notar que isso corresponde precisamente ao seu significado na vida comum, onde, para uma vez que a palavra significa outra coisa, significa “confiança” cem vezes.

Tal correspondência entre termos religiosos (nas Escrituras) e o significado das mesmas palavras na vida comum será encontrada invariavelmente.

Handley Dunelm

Orr, James, M.A., D.D. Editor Geral. “Entrada para ‘FÉ’”. “Enciclopédia Bíblica Padrão Internacional”. 1915.

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