Epistola na Bíblia. Significado e Versículos sobre Epistola
Carta.
Epístola – Dicionário King James
Epístola
Uma carta enviada.Eu vos encarrego pelo Senhor que esta
EPÍSTOLA
seja lida a todos os irmãos santos. (1 Tessalonicenses 1.1 Deuteronômio 5.27)
“Entrada para ‘Epístola’”. Um Dicionário King James.
Epístola – Enciclopédia Internacional da Bíblia Padrão
Epístola
e-pis’-‘-l (epistole, “uma carta,” “epístola”; de epistello, “enviar para”):
Conteúdo
1. Epístolas do Novo Testamento 2. Características Distintivas 3. Escrita de Cartas na Antiguidade 4. Cartas no Antigo Testamento 5. Cartas nos Apócrifos 6. Escritos Epistolares no Novo Testamento 7. Epístolas Diferenciadas de Cartas 8.
Epístolas Patrísticas 9. Epístolas Apócrifas
1. Epístolas do Novo Testamento:
Uma comunicação escrita; um termo inclusivo de todas as formas de correspondência escrita, pessoal e oficial, em voga desde uma antiguidade remota. Aplicado às vinte e uma cartas que constituem quase metade do Novo Testamento, a palavra “epístola” passou a ter principalmente um significado técnico e exclusivo.
Refere-se, no uso comum, às comunicações dirigidas por cinco (possivelmente seis) escritores do Novo Testamento a igrejas individuais ou coletivas, ou a pessoas ou grupos de discípulos cristãos. Treze dessas cartas foram escritas por Paulo; três por João; duas por Pedro; uma por Tiago e Judas; uma–a epístola aos Hebreus–por um escritor desconhecido.
2. Características Distintivas:
Como um todo, as Epístolas são classificadas como Paulinas e Católicas, ou seja, gerais; as Paulinas sendo divididas em duas classes:
aquelas escritas para igrejas e para indivíduos, estas últimas sendo conhecidas como Pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito; alguns também incluindo Filemom). O fato de que o Novo Testamento é tão amplamente composto de cartas distingue-o, de forma única, de todos os escritos sagrados do mundo.
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As Escrituras de outras religiões orientais–os Vedas, o Zend Avesta, o Tripitaka, o Corão, os escritos de Confúcio–não têm o endereço direto e pessoal de forma alguma. As Epístolas do Novo Testamento são especificamente o produto de uma nova vida espiritual e era.
Elas lidam, não com a verdade no abstrato, mas no concreto. Elas tratam das experiências e processos internos da alma. São as mensagens ardentes e pulsantes dos apóstolos e seus confrades para os companheiros cristãos de seu próprio tempo.
Os discípulos escolhidos que testemunharam os eventos após a ressurreição de Jesus e receberam o poder (Atos 1.8) concedido pelo Espírito Santo no, e após, o Dia de Pentecostes, eram espiritualmente uma nova ordem de homens.
A única aproximação a eles na história espiritual da humanidade são os antigos profetas hebreus. Consequentemente, as Epístolas, escritas por homens que experimentaram uma grande redenção e a maravilhosa emancipação intelectual e vivificação que veio com ela, eram um tipo totalmente novo de literatura.
Seu objetivo é pessoal. Relatam as verdades vitais da era da ressurreição e os princípios fundamentais do novo ensino à vida individual e coletiva de todos os crentes. Este objetivo específico explica a forma em que as cartas apostólicas foram escritas.
A lógica desse objetivo prático aparece conspicuamente nas ordenadas Epístolas de Paulo que, após a saudação inicial em cada carta, estabelece com clareza maravilhosa a base doutrinária sobre a qual constrói os deveres práticos da vida cristã diária.
Seguindo estes, conforme cada caso pode exigir, estão as mensagens pessoais e saudações afetuosas e direções, adequadas a esta forma familiar de endereço.
As Epístolas, consequentemente, têm um charme, uma franqueza, uma vitalidade e poder desconhecidos nos outros escritos sagrados do mundo. Em nenhum lugar elas são igualadas ou superadas, exceto nas instruções pessoais que caíram dos lábios de Jesus.
Dedicadas exclusivamente à religião experimental e prática, elas se tornaram, juntamente com os ensinamentos de Cristo, o livro-texto da vida espiritual para a igreja cristã em todo o tempo subsequente.
Por essa razão, “elas são de mais valor real para a igreja do que todos os sistemas de teologia, de Orígenes a Schleiermacher”. Nenhum escrito na história revela tanto a natureza e os processos da experiência redentora.
Em Paulo e João, especialmente, o instinto pastoral é sempre supremo. Suas cartas são muito humanas, muito pessoais, muito vitais para serem tratados formais ou argumentos. Elas pulsam com paixão pela verdade e amor pelas almas.
Sua franqueza e intensidade afetuosa convertem seus autores em profetas da verdade, pregadores da graça, amantes dos homens e missionários da cruz. Portanto, seu valor como biografias espirituais dos escritores é imensurável.
Como as cartas são a forma mais espontânea e livre de escrita, as Epístolas do Novo Testamento são o próprio sangue da vida do Cristianismo. Elas apresentam teologia, doutrina, verdade, apelo, em termos de vida, e pulsarão com uma vitalidade que será fresca e recriativa até o fim dos tempos.
3. Escrita de Cartas na Antiguidade:
Embora as Epístolas do Novo Testamento, em estilo e qualidade, sejam distintas e superiores a toda outra literatura dessa classe, elas pertencem, no entanto, a uma forma de endereço pessoal e escrito comum a todas as eras.
Os primeiros escritos conhecidos eram epistolares, a menos que excecionemos algumas das cronologias e inscrições dos antigos reis babilônicos e assírios. Algumas dessas inscrições reais levam a arte da escrita de volta a 3800 a.
C., possivelmente a um período ainda anterior, e escavações trouxeram à luz “uma imensa massa de cartas de oficiais para a corte–correspondência entre personagens reais ou entre oficiais menores”, já no reinado de Khammurabi da Babilônia, cerca de 2275 a.
C. O mundo civilizado ficou surpreso com a extensão dessa correspondência internacional revelada nas Cartas de Tell el-Amarna (1480 a.C.), descobertas no Egito em 1887, entre as ruínas do palácio de Amenófis IV.
Essa massa de correspondência política é, portanto, aproximadamente simultânea com o êxodo hebreu e a invasão de Canaã sob Josué.
4. Cartas no Antigo Testamento:
Como era de se esperar, então, o Antigo Testamento abunda em evidências de extensa correspondência epistolar entre as nações orientais. Que um serviço postal existia no tempo de Jó (João 9.25) é evidente pelo termo hebraico ratsim, significando “corredores”, e usado dos correios montados dos persas que levavam os éditos reais às províncias.
A ilustração mais marcante desse serviço de correio no Antigo Testamento ocorre em Ester 3.13,1 – Ester 8.10,14 onde o rei Assuero, nos dias da rainha Ester, envia duas vezes cartas reais aos judeus e sátrapas de todo o seu reino da Índia à Etiópia, nos cavalos mais velozes.
Segundo Heródoto, esses geralmente estavam estacionados, para maior rapidez, quatro parasangas de distância. As cartas de Ezequias a Efraim e Manassés foram enviadas da mesma maneira (2 Crônicas 30.1,6,10).
Outros exemplos de mensagens ou comunicações epistolares no Antigo Testamento são a carta de Davi a Joabe sobre Urias e enviada por ele (2 Samuel 11.14,15); a de Jezabel, aos anciãos e nobres de Jezreel, enviada em nome de Acabe, sobre Nabote (1 Reis 21.8,9); a carta de Ben-Hadade, rei da Síria, a Jeorão, rei de Israel, pela mão de Naamã (2 Reis 5.5-7); as cartas de Jeú aos governantes de Jezreel, em Samaria (2 Reis 10.1,2,6,7); a carta de Senaqueribe a Ezequias (2 Reis 19.14; Isaías 37.14; 2 Crônicas 32.17), e também a de Merodaque-Baladã, acompanhada de um presente (2 Reis 20.12; Isaías 39.1).
Aproximando-se da epístola do Novo Testamento em propósito e espírito está a carta de conselho sincero e amoroso enviada por Jeremias aos exilados na Babilônia. É tanto apostólica quanto pastoral em seu fervor profético, e está registrada na íntegra (Jeremias 29.1,4-32) com sua referência à carta amarga e hostil de Semaías, o falso profeta, em resposta.
Como muitos escritores bem indicaram, o cativeiro babilônico deve ter sido um grande estímulo para a escrita de cartas por parte dos hebreus separados e entre o extremo oriente e a Palestina. Evidências disso aparecem nas histórias de Esdras e Neemias, por exemplo, a correspondência, ida e volta, entre os inimigos dos judeus em Jerusalém e Artaxerxes, rei da Pérsia, escrita na língua síria (Esdras 4.7-23); também a carta de Tatenai (a Versão King James “Tatnai”) o governador ao Rei Dario (Esdras 5.6-17); a de Artaxerxes para Esdras (Esdras 7.11), e para Asafe, guarda da floresta real (Neemias 2.8); finalmente a troca de cartas entre os nobres de Judá e Tobias; e as deste último para Neemias (Neemias 6.17,19; assim Sanbalate versículo 5).
5. Cartas nos Apócrifos:
Os Apócrifos do Antigo Testamento contêm exemplares escolhidos de cartas pessoais e oficiais, aproximando-se em forma literária das epístolas do Novo Testamento. Em cada caso, elas começam, como estas últimas, em verdadeira forma epistolar com uma saudação:
“saudações” ou “envia saudações” (1 Macabeus 11:30,3 – Neemias 12.6,20 – Neemias 15.2,16), e em dois casos encerrando com o costumeiro “Adeus” ou “Despedida” (2 Macabeus 11:27-33,34-38; compare 2 Coríntios 13.11), tão universalmente característico da escrita de cartas na era helenística.
6. Escritos Epistolares no Novo Testamento:
O exemplo mais feliz e perfeito de correspondência oficial no Novo Testamento é a carta de Cláudio Lísias a Félix sobre Paulo (Atos 23.25-30). Igualmente completa em forma é a carta, enviada, evidentemente em duplicata, pelos apóstolos e anciãos aos seus irmãos gentios nas províncias da Ásia (Atos 15.23-29).
Nessas duas cartas temos o primeiro, e com Tiago 1.1, o único exemplo da forma grega de saudação no Novo Testamento (chairein). Esta última é considerada por muitos estudiosos como provavelmente a carta mais antiga em forma epistolar no Novo Testamento, sendo em propósito e substância uma Carta Pastoral emitida pelo Conselho Apostólico de Jerusalém às igrejas de Antioquia, Síria e Cilícia.
Continha instruções sobre a base da comunhão cristã, semelhantes às do grande apóstolo às igrejas sob seus cuidados.
As cartas do sumo sacerdote em Jerusalém recomendando Saulo de Tarso às sinagogas de Damasco são exemplos das cartas de apresentação costumeiras (Atos 9 – Atos 22.5; compare Atos 28.21; também Atos 18.27).
Como apóstolo cristão, Paulo refere-se a esse uso comum de “cartas de recomendação” (2 Coríntios 3.1; 1 Coríntios 16.3) e ele próprio fez uso feliz das mesmas (Romanos 16.1); ele também menciona receber cartas, por sua vez, das igrejas (1 Coríntios 7.1).
Dignas de classificação como verdadeiras epístolas são as cartas, sob a orientação especial do Espírito Santo, às sete igrejas da Ásia (Apocalipse 2.1-3:22). De fato, todo o Livro de Apocalipse é marcadamente epistolar em forma, começando com a saudação beneditória de endereço pessoal e apostólico, e encerrando com a bênção comum às epístolas paulinas.
Isso novamente distingue a literatura do Novo Testamento em espírito e forma de todos os outros escritos sagrados, sendo quase exclusivamente direta e pessoal, seja em discurso vocal ou escrito. Nesse aspecto, os evangelhos, histórias e epístolas são igualmente o produto e expoente de uma nova era espiritual na vida da humanidade.
7. Epístolas Distintas de Cartas:
Esta pesquisa da escrita epistolar no extremo oriente, e especialmente nos períodos do Antigo e Novo Testamento, não pretende obscurecer a distinção entre a carta e a epístola. Uma linha clara de demarcação as separa, devido não apenas às diferenças em forma e substância, mas à missão e caráter espiritualmente elevados das cartas apostólicas.
A caracterização de uma carta como mais distintamente pessoal, confidencial e espontânea, e a epístola como mais geral em objetivo e mais adequada ou destinada à publicação, explica apenas em parte a classificação.
Mesmo quando dirigidas a igrejas, as epístolas de Paulo eram tão espontâneas e intimamente e afetuosamente pessoais quanto a correspondência ordinária. Embora destinadas à circulação geral, é duvidoso que qualquer dos escritores epistolares do Novo Testamento tenha antecipado um uso tão extenso e permanente de suas cartas como é possível no mundo moderno da impressão.
As epístolas do Novo Testamento são elevadas a uma categoria distinta por sua eminência e poder espiritual, e deram à palavra epístola um significado e qualidade que a distinguirão para sempre de carta.
Nessa distinção aparece aquele elemento Divino geralmente definido como inspiração:
uma vitalidade e dotação espiritual que mantém os escritos dos apóstolos permanentemente “vivos e poderosos”, enquanto os de seus sucessores caem em desuso e obscuridade.
8. Epístolas Patrísticas:
Tal foi a influência das Epístolas do Novo Testamento na literatura do cristianismo primitivo que os escritos patrísticos e pseudoepigráficos do século seguinte assumiram principalmente a forma epistolar.
Em cartas a igrejas e indivíduos, os Padres Apostólicos, tanto quanto possível, reproduziram seu espírito, qualidade e estilo.
9. Epístolas Apócrifas:
Pseudo-epístolas apareceram extensivamente após a era patrística, muitas delas escritas e circuladas em nome dos apóstolos e Padres Apostólicos. Essa tendência inicial de esconder escritos ambiciosos ou possivelmente heréticos sob autoridade apostólica e disfarce escritural pode ter explicado o anátema pronunciado por João contra todos os que tentassem adicionar ou subtrair da revelação inspirada (Apocalipse 22.18,19). É difícil supor que todas as cartas e escritos apostólicos tenham escapado à destruição.
Paulo em suas epístolas refere-se várias vezes a cartas suas que não existem mais e que evidentemente foram escritas com bastante frequência às igrejas sob seus cuidados (1 Coríntios 5.9; 2 Coríntios 10.9,10; Efésios 3.3); “em cada epístola” (2 Tessalonicenses 3.17) indica não apenas o método uniforme de subscrição do apóstolo, mas uma extensa correspondência.
Colossenses 4.16 fala de uma “epístola de Laodiceia”, agora perdida, sem dúvida escrita pelo próprio Paulo à igreja em Laodiceia, e a ser retornada por ela em troca de sua epístola à igreja em Colossos.
Dwight M. Pratt
Orr, James, M.A., D.D. Editor Geral. “Entrada para ‘EPISTLE’”. “International Standard Bible Encyclopedia”. 1915.
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