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Condenação na Bíblia. Significado e Versículos sobre Condenação

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Situação de tormento a que é definitivamente destinado quem morre em inimizade com Deus. É um ponto de nossa fé que para muitos fica muito difícil de aceitar. A causa é que se entende como se Deus se vingasse de quem não lhe obedeceu.

Tal visão repugna com a idéia correta de Deus, que é todo bondade. A condenação deve ser entendida como separação voluntária de Deus. Deus é felicidade para si e para quem se adere a Ele pelo amor. Pelo amor experimentamos e fazemos própria a felicidade do ser amado, como o comprovante frente a familiares e amigos.

Para quem não ama a Deus, é intrinsecamente impossível gozar de sua felicidade. E esta separação daquilo que constitui nossa realização e nossa felicidade é o que é traduzido por condenação. O que nos é incompreensível é como o ser humano pode escolher de modo definitivo o que o faz desgraçado e permanecer nessa aberrante escolha.

Condenação – Dicionário Evangélico de Teologia Bíblica de Baker

Condenação

Do ponto de vista semântico, condenação é parte da terminologia legal. Quando se descobre que um crime foi cometido, que a lei foi quebrada, o processo de investigação pode levar a acusações formais contra um réu.

O processo de litígio leva ao desfecho, um veredicto de absolvição ou culpa. O veredicto indica que o réu está livre ou responsável pela penalidade da lei por aquele crime. Assim, o resultado é absolvição ou condenação.

Condenação pode se referir tanto ao status legal de responsabilidade pela punição quanto à imposição real dessa punição. Às vezes, a palavra também é usada em um contexto mais amplo para se referir a avaliações negativas de uma pessoa por seus pares ou por sua própria consciência.

Esse processo legal é, em certa medida, o pano de fundo para a linguagem bíblica sobre julgamento e condenação.

Na teologia bíblica, Deus como criador, redentor e legislador, é o juiz de toda a humanidade. Ele instituiu a família, o governo civil e o povo de Deus como instituições que governam as relações humanas.

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No Antigo Testamento, a teocracia de Deus mediava sua justiça através de juízes, reis, sacerdotes e profetas. No Novo Testamento, os líderes da igreja são responsáveis por administrar sua justiça ao povo de Deus.

Tudo isso é baseado no fato de que Deus agiu para redimir os seres humanos e revelar sua vontade a eles. Aqueles que se recusam a crer e obedecer são culpados de violar sua lei. Sua punição já começou e sua condenação final ocorrerá no julgamento final se não se arrependerem antes da morte.

No Antigo Testamento, a rebelião contra Deus começou no jardim do Éden (Gen 3). Nossos primeiros pais se afastaram do plano de Deus, levando à sua morte e alienação. No entanto, Deus pacientemente suportou suas criaturas rebeldes e escolheu Abraão e seus descendentes para serem seu povo especial e mediar suas bênçãos a todas as nações (Gen 12).

Ele redimiu Israel do Egito e lhes deu uma terra junto com um pacto que estabelecia as condições de sua bênção contínua (Exod 19-20). Deus como criador, redentor e pactuante estava como juiz sobre Israel e colocou diante deles vida e prosperidade, morte e adversidade (Exod 34:5-7; Deut 30:15-20).

Através de seus profetas, ele continuou a chamar Israel à obediência, mas seus governantes teocráticos frequentemente negligenciavam sua justiça ao condenar os inocentes e absolver os culpados. Eventualmente, Deus condenou essa injustiça enviando outras nações para levar Israel ao cativeiro.

Assim, o Antigo Testamento geralmente enfatiza a justiça de Deus em punir pecadores durante a vida presente, não na vida após a morte (mas veja Dan 12:2). Para explorar esse tema mais a fundo no Antigo Testamento, deve-se estudar as palavras hebraicas sapat, “julgar”, e mispat, “julgamento”.

Na teologia do Novo Testamento, a rebelião do primeiro Adão, com suas consequências desastrosas de morte e condenação para toda a humanidade, é mais do que compensada pela obediência do segundo Adão, o Senhor Messias Jesus (Rom 5:12-21; 1 Cor 15:22).

A vida sem pecado e a morte sacrificial de Jesus fornecem a base para que Deus dê vida e justificação a todos os que nele creem. Deus permanece justo ao justificar os pecadores por causa da redenção perfeita realizada por Jesus, o substituto dos pecadores (Acts 13:38-39; Rom 3:21-26).

Aqueles que foram feitos justos com Deus pela fé em Cristo não são condenados (John 5:24; Rom 8:1-4; Col 2:14), mas aqueles que se recusam a crer em Jesus já estão condenados (John 3:16-18; Rom 1:18-32; Gal 1:8-9).

A menos que se arrependam, enfrentarão a finalização irrevogável dessa condenação na ressurreição e julgamento (Matt 25:46; John 5:28-29; Acts 17:30-3 – 24.15; Rom 2:5-1 – 2 Thess 1:5-1 – 2.9-12; 1 Peter 4:4-5; 1 Peter 4:17; 2 Peter 2:1-10; Jude 4-9; Rev 20:7-1 – 21.6-8 – 22.12-17).

Enquanto isso, a expectativa desse julgamento escatológico motiva os crentes a examinarem suas vidas para que não sejam condenados com o mundo (1 Cor 11:31-32). A disciplina da igreja também deve ser realizada com essa perspectiva escatológica em mente (1 Cor 5:1-13).

Para resumir, o tema da condenação é sempre visto na Bíblia contra o pano de fundo de um Deus justo que cria, redime e faz aliança com seu povo para que vivam sua justiça na terra. Pecadores que vêm a este Deus com fé não são condenados, mas são esperados a viver juntos em uma comunidade onde a justiça prevalece na vindicação dos oprimidos e na condenação do opressor.

David L. Turner

Bibliografia. F. Bü hsel et al., TDNT – 3.920-55; H. Buis, The Doctrine of Eternal Punishment; W. Eichrodt, Theology of the Old Testament; D. Guthrie, New Testament Theology; J. P. Louw and E. Nida, A Greek-English Lexicon of the New Testament Based on Semantic Domains; L.

Morris, The Biblical Doctrine of Judgment; W. Schneider et al., NIDNTT – 2.361-71.

Elwell, Walter A. “Entry for ‘Condemnation’”. “Evangelical Dictionary of Theology”. 1997.

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