Casamento na Bíblia. Significado e Versículos sobre Casamento
A instituição do casamento tem, segundo a Sagrada Escritura, a sua origem na criação (Gênesis 2.23,24), e assim é esse ato considerado por Jesus Cristo (Mateus 19.4,5). As mais antigas memórias do casamento no A.
T. Mostram que eram os pais que combinavam a união (Gênesis 21.21 – Gênesis 24), embora, algumas vezes, fosse pedido o acordo das partes contratantes (Gênesis 24.58). Na ocasião dos esponsais, era pago o preço, ou o dote (Gênesis 24.53 – Gênesis 34.12).
O pagamento era, algumas vezes, realizado por meio de serviços que deviam ser prestados (Gênesis 29.1 – Gênesis 27.28 – Josué 15.16). O casamento era acompanhado de um festim (Gênesis 29.22 – Juízes 14.10,12). Pelo espaço de um ano estava o recém-casado livre de ser chamado para a guerra, ou para ‘qualquer encargo’ (Deuteronômio 24.5 – Cp. Com Lucas 14.20).
Sendo um fato que por lei era proibido o casamento dentro de certos graus de parentesco (Levítico 18.6 a 18 – Levítico 20.11,12,17,19 a 21 – Deuteronômio 22.30 – Deuteronômio 27.20,22,23), há, contudo, exemplos de casamentos entre parentes próximos (Gênesis 24.4 – Gênesis 29.19).
O casamento com irmã da esposa, ainda viva, era proibido (Levítico 18.18). Com um fim particular era prescrito o casamento com a viúva do irmão falecido (Gênesis 38.8,11 – cp. Com Mateus 22.24). No princípio, as uniões matrimoniais eram formadas, tanto quanto possível, dentro da mesma família (Cp Gênesis 29.19 com Gênesis 27.43 – Gênesis 28.5).
Mais tarde foi proibido o casamento com mulheres cananéias, ou ainda com outras fora da família israelita. Uma exceção parece ter sido feita em favor dos edomitas e dos egípcios (Deuteronômio 23.7,8). Era, também, permitido o casamento com mulher aprisionada na guerra (Deuteronômio 21.10 a 14).
José e Moisés casaram com mulheres que não eram hebréias (Gênesis 41.45 – Êxodo 2.21 – Números 12.1). E pelo tempo adiante assim fizeram Davi, Salomão, Acabe e Manassés (2 Samuel 3.3 – 1 Reis 11.1 – 1 Reis 16.31 – 1 Crônicas 7.14).
A respeito das dificuldades ocasionadas pelos casamentos com mulheres pagãs, *veja (Esdras 9 – Esdras 10 e Neemias 13.23). O casamento do sumo sacerdote, dos sacerdotes, de uma herdeira, e de uma mulher divorciada estava sujeito a certas restrições(Levítico 21.7,13,14 – Números 36.5 a 9 – Deuteronômio 24.1 a 4).
No N. T. Refere-se Jesus Cristo ao casamento, como divinamente instituído, e indissolúvel – e se fora permitido o divórcio, isso se devia à ‘dureza do coração’ (Mateus 5.31,32 – Mateus 19.9 – Marcos 10.2 a 9). Ele honrou com a sua presença um casamento em Caná, e ali operou o Seu primeiro milagre (João 2.1 a 11).
Contra o pensar dos ascetas, que pregavam a necessidade do celibato (1 Timóteo 4.3), o casamento é declarado ‘digno de honra’ (Hebreus 13.4). São avisados os membros da igreja a fazerem o seu casamento dentro da esfera cristã (1 Coríntios 7.39 – 2 Coríntios 6.14).
O caso dos dois consortes, aceitando um a fé cristã, e permanecendo o outro fora do Cristianismo é tratado em 1 Coríntios 7.12 a 16. As relações gerais e deveres de marido e mulher são assuntos considerados em 1 Coríntios 11.3,8 a 12 – 1 Coríntios 14.35 – Efésios 5.22 a 33 – Colossenses 3.18,19 – 1 Timóteo 2.11 a 15 – 1 Pedro 3.1 a 7. (*veja Adultério, Poligamia, e o artigo seguinte.).
Casamento (cerimônia)
O conhecimento das cerimônias relacionadas com os atos nupciais no oriente é essencial para a compreensão de várias passagens da Escritura. Os esponsais realizam-se festivamente, com muita alegria, e então é permitido aos dois que conversem, tornando-se, assim, mais conhecidos um do outro.
Mas, por espaço de alguns dias, antes do casamento, eles fecham-se nas suas respectivas casas, recebendo, então, o noivo e a noiva as visitas de amizade. Os companheiros do noivo acham-se expressamente mencionados na história de Sansão – também são indicadas as companheiras da noiva em Juízes 14 10 a 18 e Salmos 45.9,14,15.
As amigas e companheiras da noiva cantavam o Epitalâmio, ou cântico nupcial, à porta da noiva, à tarde, antes do casamento. Os convidados das duas partes são chamados ‘filhos das bodas’, sendo isto um fato que lança muita luz sobre as palavras de Jesus Cristo: ‘Podem acaso estar tristes os convidados para o casamento, enquanto o noivo está com eles?’ (Mateus 9.15) o noivo parte de tarde a reclamar a sua noiva, a hora já avançada, acompanhado de um certo número de amigos – e todos em procissão levam tochas e lâmpadas, indo adiante, geralmente, uma banda musical.
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Nenhuma pessoa pode juntar-se ao cortejo, sem alguma espécie de luz. As luzes que se levam nessas procissões são chamadas meshals. Estopa ou farrapos de linho são muito torcidos e metidos em certos vasos de metal, no topo de um varapau.
Doutras vezes a lâmpada ou a tocha vai em uma das mãos, ao passo que a outra segura um vaso de azeite, havendo o cuidado, de quando em quando, de deitar azeite na candeia para conservar acesa em todo o trajeto (Mateus 25.1 a 8).
Depois da cerimônia e bênção do casamento, são conduzidos o noivo e a noiva com grande pompa à sua nova casa. A procissão assemelha-se, em todos os seus principais aspectos, à do noivo que vem buscar a sua noiva.
O episódio da ‘veste nupcial’ baseia-se no fato de que era costume aparecerem as pessoas nas festas do casamento com ricos vestidos. Havia um guarda-roupa, do qual, podia servir-se todo aquele que não estava devidamente provido de veste nupcial.
Se o casamento era entre pessoas de alta estirpe, recebia cada convidado uma magnífica vestimenta. Estavam as vestes penduradas numa câmara por onde passavam os convidados, que se revestiam em honra do seu anfitrião antes de entrarem na sala do banquete.
Ainda prevalece no oriente este costume: quando um homem rico faz uma festa, ordena uma espécie de pelica, para vestir sobre a sua roupa.
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