Tributo na Bíblia. Significado e Versículos sobre Tributo
Parece que os hebreus estiveram livres de pagar impostos até ao tempo dos reis, não querendo referir-nos às contribuições para a manutenção do culto religioso. No tempo da monarquia, os tributos lançados sobre os habitantes compreendiam o dízimo dos produtos tanto das terras como dos gados (1 Samuel 8.15,17) – presentes ao rei, teoricamente voluntários, mas realmente obrigatórios no princípio do seu reinado ou no tempo de guerra (1 Samuel 10.27 – 1 Samuel 16.20 – 1 Samuel 17.18) – direitos de gêneros importados, sendo estes principalmente as especiarias de certos territórios da Arábia (1 Reis 10.15) – o monopólio de alguns ramos de comércio como, por exemplo, o ouro, o linho fino do Egito, e cavalos (1 Reis 9.28 – 1 Reis 10.28,29 – 1 Reis 22.48) – e a apropriação para a casa do rei da primeira colheita de forragem (Amós 7.1).
Que estes tributos eram pesados, pode inferir-se do fato que, no tempo do rei Saul, a isenção deles era considerada como recompensa suficiente pelos grandes serviços militares (1 Samuel 17.25). Apesar da prosperidade e esplendor do reinado de Salomão, havia descontentamento no povo por ser obrigado a pagar grandes impostos, e essa situação contribuiu muito para a revolução que se seguiu.
O povo queixava-se, não da idolatria de Salomão, mas das contribuições (1 Reis 12.4). Os judeus, enquanto estiveram sujeitos aos persas, e aos reis do Egito e da Síria, tinham de pagar fortes contribuições que lhes eram exigidas.
Pelo que respeita às exações persas, podem ver-se certas particularidades em Esdras 4.13,20 – Esdras 7.24. O povo via-se obrigado a hipotecar as suas vinhas e campos, pedindo dinheiro emprestado a 12% (Neemias 5.1 a 11).
Na falta de pagamento, eram presos os devedores e tratados como escravos. Quando a Judéia se tornou formalmente uma província romana, os tributos eram contratados, aparecendo então os publicanos (*veja esta palavra), como uma nova praga para o país.
Os direitos de alfândega, que Mateus (9.9) recebia, iriam não para Roma, mas para a tetrarquia de Herodes Antipas. Os tributos com o nome de portoria eram levantados nos portos, nos cais, e às portas das cidades.
Além de tudo isto, os judeus deviam pagar um tributo por cabeça (Marcos 12.15). Era acerca da legitimidade deste pagamento que os rabinos disputavam (Mateus 22.17 – Marcos 12.13 – Lucas 20.22). Este imposto ‘per capita’ era particularmente odioso aos judeus, pois era considerado como sinal de servidão, dando lugar à astúcia dos inimigos de Jesus, que procuravam apanhá-Lo em algumas palavras sobre esse ônus, para o colocar mal com o povo ou com as autoridades romanas.
O tributo mencionado em Mateus 17.24 dizia respeito ao dinheiro do resgate, que se devia dar às autoridades do templo (Êxodo 30.13 a 16). Em Atos 5.37, o que ali se diz é, provavelmente, uma referência ao fato de ser indagado o valor da propriedade na Síria, com o fim certamente de fixar os respectivos impostos.
Serve isto para explicar a revolta de Judas da Galiléia. *veja Judas 1.4.
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