Reino de deus, dos céus na Bíblia. Significado e Versículos sobre Reino de deus, dos céus
Acha-se a frase ‘reino dos Céus’ somente em S. Mateus, que emprega umas quatro vezes a expressão ‘o reino de Deus’. Provavelmente ‘Reino dos Céus’ representa as próprias palavras de Jesus, porque céu era, para os judeus, sinônimo de Deus, e tinha preferência por motivos de respeito.
Mas como os outros escritores do N. T. Estavam em maiores relações com cristãos não judeus, usavam por isso uma frase mais inteligível – ‘o reino de Deus’. E é hoje geralmente admitido que ‘reino’ tem mais a significação de domínio do que a de lugar ou território dominado.
Para os judeus do tempo de Jesus, aquelas palavras não eram de natureza a satisfazê-los pela idéia que tinham do reino do Messias. A sua maneira de ver, baseada em Daniel 2.44, – Daniel 7.14 (vede também Salmos 2.6, – Salmos 110.2), apresentava ao seu espírito um reino material de caráter político.
E certo que homens piedosos, como José de Arimatéia, tinham realmente mais esperanças de renovação religiosa do que de reforma política (Me 15.43) – mas na maior parte dos judeus predominavam mais os aspectos políticos e materiais deste reino do que os espirituais e morais.
A existência desta expectativa dá-nos a explicação de muitos casos: a terceira tentação de Jesus Cristo (Mateus 4.8 a 11) – a atitude do povo que queria vir ‘arrebatá-lo para o proclamarem rei’ ( João 6.15) – o pedido da mãe dos filhos de Zebedeu (Mateus 20.20,21) – a saudação de ‘toda a multidão dos discípulos’ (Lucas 19.37,38) – e a pergunta de Pilatos (Mateus 27.11).
Mesmo a familiaridade com os ensinamentos de Jesus não afasta a antiga convicção. E a prova disto está na lamentação dos dois discípulos que iam para Emaús (Lucas 24.21), e no apelo da igreja nascente (Atos 1.6).
Todavia, esta maneira de considerar o reino foi inteiramente repudiada pelo Salvador (Jo i8.36 – vede Lucas 12.14). O reino de Deus, o reino dos Céus, como apresentado nas palavras de Jesus Cristo, está inseparavelmente ligado à Sua obra redentora – este reino não é do mundo, na sua origem, ou na sua conservação.
Não é também político, com limites geográficos ou de raças. É um domínio espiritual e moral, no qual Deus é supremo. É para todos (Mateus 8.11,12 – Mateus 25.31,34) – o que caracteriza o cidadão deste reino não é a sua raça, mas a sua obediência (Mateus 7.21 – cp. Com 5.20).
Está em contraste com possessões materiais, e é colocado acima delas (Mateus 6.33). Desde o momento em que o reino é já operativo nas vidas dos súditos, pode dizer-se que está dentro deles (Lucas 17.21). O seu crescimento, contudo, e especialmente o seu complemento deviam ser objeto de oração dos discípulos (Mateus 6.10) – a sua aproximação era anunciada pelos apóstolos (Mateus 10.7), e à própria mensagem de Jesus se chamava o ‘evangelho do reino’ (Mateus 9.35). Algumas vezes do joio e na da rede – Mateus 13), e também ao lugar ou estado falou Jesus deste reino, referindo-Se aos seus membros (como na parábola em que os seus membros serão encontrados na vida futura (Mateus 8.11 – Mateus 25.34).
Os usos apostólicos das palavras de que se trata, harmonizam de igual modo os dois pensamentos: a vida presente do povo de Deus na terra e a sua glória futura. E deste modo o reino ‘não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo’ (Romanos 14.17) – é em outro ponto de vista um reino que a ‘carne e sangue’ não podem herdar (1 Coríntios 15.50), é uma herança vindoura (Gálatas 5.21). (V Messias.).
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