Início Dicionário F Presciência

Presciência na Bíblia. Significado e Versículos sobre Presciência

5 min de leitura

Que sabe antes.

Presciência – Dicionário Evangélico de Teologia Bíblica de Baker

Presciência

Em sua onisciência, Deus sabe o que o futuro reserva tanto para indivíduos quanto para nações. Ele sabe e vê tudo com antecedência e sua vontade é realizada de acordo com seus planos e propósitos. No Antigo Testamento, a presciência de Deus é geralmente representada pelo verbo yada, que é o verbo normal para “saber”.

No Novo Testamento, os principais verbos são proginosko, “saber com antecedência”, e proorao, “ver o que está à frente”. A presciência está intimamente ligada à eleição e predestinação e ao governo soberano de Deus sobre seu universo.

Como o Onisciente, Deus sabe tudo sobre nós, incluindo “todos os dias determinados para mim antes que um deles existisse” (Salmo 139:16). Ele conhece nossos pensamentos e palavras mesmo antes de serem expressos (Salmo 139:4; Mateus 26.34), e ele pode determinar o trabalho de nossa vida antes de nascermos.

Jeremias foi separado no ventre para ser um profeta, escolhido para ministrar às nações (Jeremias 1.5). A ideia de escolha também é evidente no chamado de Abraão para ser o fundador da nação do pacto de Deus.

Quando Gênesis 18.19 diz “Eu o escolhi”, o verbo é literalmente “Eu o conheci”. O mesmo é verdadeiro na descrição de Amós sobre Israel, “De todas as famílias da terra, somente a vós outros conheci” (Amós 3.2a).

Compare com a declaração de Paulo em Romanos 11.2: “Deus não rejeitou o seu povo, que de antemão conheceu”. A escolha soberana de Israel por Deus estabeleceu um relacionamento único com um povo específico.

Através do ministério dos profetas do Antigo Testamento, Deus frequentemente revelou informações específicas sobre o futuro. Micaías previu com precisão que Acabe morreria em uma batalha futura (1 Reis 22.17).

Eliseu sabia que o cerco sírio de Samaria seria levantado no dia seguinte (2 Reis 7.1), e Isaías antecipou a vinda do rei persa Ciro, que resgataria Israel do exílio (Isaías 41Isaías 44.28Isaías 45.1). Isaías também falou sobre a vinda do Servo do Senhor que viria a Sião para ser o Redentor do mundo (Isaías 42Isaías 59.20Isaías 61.1).

E o contemporâneo de Isaías, Miqueias, profetizou que o Messias nasceria em Belém (Miqueias 5:2).

Ao realizar seus propósitos, Deus é capaz de trabalhar através das ações malignas daqueles que não têm desejo de fazer sua vontade. Quando os irmãos de José o venderam como escravo, Deus estava na realidade enviando José para elaborar um plano que salvaria toda a família da fome (Gênesis 45.5-7).

Os irmãos pretendiam prejudicá-lo, mas Deus sabia que muitas vidas seriam salvas através do planejamento sábio de José (Gênesis 50.20). Ao armazenar alimentos no Egito, José cumpriu parcialmente a promessa feita a Abraão de que “todas as nações da terra serão abençoadas por meio de você” (Gênesis 12.3).

No Novo Testamento, a presciência de Deus está claramente ligada à morte de Cristo e à salvação dos eleitos. “Antes da criação do mundo” Cristo foi “escolhido” ou “conhecido de antemão” para ser o Redentor (1 Pedro 1.20), uma indicação clara de que Deus sabia desde o início que a humanidade cairia em pecado.

Apoie Nosso Trabalho

Faça agora uma contribuição para que possamos continuar espalhando a palavra de Deus. Clique no botão abaixo:

No dia de Pentecostes, o apóstolo Pedro denunciou os homens perversos que mataram Cristo, mas reconheceu que eles agiram de acordo com “o propósito determinado e a presciência de Deus” (Atos 2.23). Governantes maus conspiraram para matar o Filho de Deus, mas sua morte era algo que Deus “já havia decidido que acontecesse” (Atos 4.28).

A mesma justaposição de presciência, eleição e predestinação também se aplica à salvação individual. Nós também fomos escolhidos “antes da criação do mundo”, de acordo com a presciência de Deus (Efésios 1.4; 1 Pedro 1.2).

E o apóstolo Paulo nos diz que “aqueles que Deus conheceu de antemão” também foram predestinados e chamados para serem justificados pela fé (Romanos 8.29-30). Em cada caso, a presciência precede a eleição e está intrinsecamente ligada à vontade e ao propósito de Deus.

No entanto, não devemos pensar nisso como algum tipo de fatalismo ou determinismo. Deus não força ninguém a se tornar crente, mas trabalha no coração da pessoa para que ela livremente escolha receber Cristo como Salvador.

Quando Faraó se recusou a deixar os israelitas saírem do Egito, parecia que ele não tinha escolha, porque Deus endureceria seu coração (Êxodo 4.21). Mas só na sexta praga o texto diz que o Senhor endureceu o coração de Faraó (Êxodo 9.12).

Durante as primeiras cinco pragas, Faraó endureceu seu próprio coração, recusando-se a ouvir Moisés e Arão; depois disso, o Senhor confirmou-o em sua condição endurecida (Êxodo 7.13-14; Êxodo 8.15; Êxodo 8.19; Êxodo 8.32).

De acordo com seus propósitos soberanos, Deus traz alguns para a salvação e outros para a perdição.

Herbert M. Wolf

Elwell, Walter A. “Entrada para ‘Presciência’”. “Dicionário Evangélico de Teologia”. 1997.

Apoie Nosso Trabalho

Faça agora uma contribuição para que possamos continuar espalhando a palavra de Deus. Clique no botão abaixo:

Artigos Relacionados

Contribua e nos ajude para continuarmos produzindo bons conteúdos sobre a Bíblia.