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Pérsia na Bíblia. Significado e Versículos sobre Pérsia

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Na sua maior extensão, o império da Pérsia ia desde a Trácia e o Egito, no ocidente, até ao indo, no oriente, e desde o mar Negro, o Cáucaso, o mar Cáspio, e o oxo e Jaxartos, ao Norte, até à Arábia, o golfo Pérsico, e o oceano indico, ao Sul.

As principais cidades eram a Babilônia (conquistada por Ciro em 539 a.C.), Susã, Ecbátana na Média (2 Crônicas 36.20 a 23 Et – 2 Crônicas 1.3, 14 a 18 – 2 Crônicas 10.2Ezequiel 27.10Ezequiel 38.5Daniel 8.20Daniel 10.1,13,20Daniel 11.2). A primitiva Pérsia constava de um território, comparativamente pequeno, sobre o golfo Pérsico, ainda hoje conhecido pelo nome de Farsistã.

Era limitado ao norte pela Média, ao ocidente por Elã, e ao oriente pela Carmânia. Era principalmente uma região deserta, sujeita a grandes vendavais – mas nas terras mais elevadas a partir da costa havia alguns vales férteis, onde abundavam as vinhas, as laranjeiras e os limoeiros.

Eram mesmo famosos os vinhos de Shiraz. O norte do país eram terras desertas. Há apenas duas referências na Escritura a esta Pérsia, em confronto com o império (Ezequiel 27.10Ezequiel 38.5), devendo, talvez, ali ler-se Patros.

Os persas pertenciam à raça ariana, e falavam a língua ariana, ou indo-européia. O tipo físico dos conterrâneos de Dario e Xerxes, bem como o dos seus modernos descendentes, era ariano em todos os seus traços fisionômicos.

Os viajantes ainda falam das populações de cor branca e olhos azuis, que se encontram nas terras altas da Pérsia, embora o povo em geral pertença ao tipo moreno, de cabeça bela, tendo pretos os cabelos e os olhos.

Até na mesma família podem alguns membros ser do tipo loiro, e outros do tipo moreno. Os persas eram no princípio uma tribo meda, que se tinha estabelecido nas proximidades do mar. Eles tinham avançado mais para o sul do que os outros indivíduos da mesma família, estabelecendo-se para além de Elã na praia oriental do golfo Pérsico.

Estavam então ainda, como parece, na idade da Pedra, segundo o testemunho das sepulturas que têm sido abertas. Mas pelas suas relações com o reino civilizado da Assíria não tardaram a fazer uso do bronze e do ferro, e mesmo da louça vidrada de Nínive.

Desde os tempos mais remotos tornou-se notável a Pérsia pelas suas frutas e legumes. A maior parte das árvores frutíferas, pertencentes aos climas temperados e tropicais, dão-se bem ali, constituindo o seu tratamento uma indústria importante daquela gente.

Cresce ali facilmente arroz, trigo, cevada, milho, ervilhas e favas, havendo desses cereais grandes mercados para alimentação do povo. Todas as hortas são cultivadas e grandemente estimadas. Os persas são bons jardineiros, e muito apreciadores de flores, especialmente de rosas, que excedem em grandeza, beleza e fragrância as da maior parte de outros países.

Eles não foram grandes negociantes, mas levaram a arte da agricultura a grande estado de perfeição. O governo da antiga Pérsia era monárquico, sendo a coroa hereditária. O poder dos reis era absoluto, e eles consideravam o seu povo como escravos.

Os títulos que eles tinham de ‘grande rei’, e de ‘rei dos reis’, mostram a grande reverência que lhes tributavam os seus súditos, que os consideravam como representantes da divindade, prostrando-se por isso diante deles.

Além do rei havia sete conselheiros de Estado, sendo todos eles sempre pessoas de alta hierarquia (Esdras 7.12 e seg.). Este conselho não se entremetia no governo do rei: apenas existia para aconselhar. O rei, na sua qualidade de juiz, era auxiliado por vários ‘juizes reais’, que ele próprio escolhia, para administrarem justiça em certas épocas nas várias províncias do império.

Os juizes simples eram selecionados entre os homens de experiência, de cinqüenta anos para cima. Os governadores das províncias tinham o nome de sátrapas, e eram nomeados pelo próprio rei. Estes só exerciam a sua missão por meio do monarca, que podia nomeá-los, castigá-los, ou recompensá-los.

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Para se tratarem com brevidade os negócios do Estado, estavam as províncias em ligação com a capital por meio de correios regulares, estabelecidos segundo um plano imaginado por Ciro. Estes postilhões viajavam de dia e de noite por meio de mudas cuidadosamente colocadas (Ester 8.10).

Os persas conservavam uma antiga crença num Deus supremo, mas eles também prestavam culto ao Sol, à Lua, e às estrelas. Os seus sacerdotes eram os magos, que sob o domínio dos assírios e medas tinham procurado alcançar poder sobre reis e povo.

Quando os persas se tornaram poderosos, esta casta sacerdotal perdeu muito da sua influência, e foi perseguida pelos monarcas. O rei Ciro adotou esta política, e conseguiu efetuar grandes mudanças no sistema dos magos.

A sua revolução foi completada por Zoroastro, cujo sistema, extraordinariamente notável, era apenas considerado como o produto da razão humana. Ele ensinava que ‘Deus existia desde toda a eternidade sendo como que a infinidade do tempo e do espaço’.

Havia dois princípios no Universo: o bem e o mal – um era ormazda, o agente de todo o bem – outro era Arimã, o senhor do mal. Cada um deles tinha poder criativo, e por isso se acham o bem e o mal em todas as coisas.

A luz era figura do espírito bom – a escuridão era figura do espírito mau. Por esta razão o discípulo de Zoroastro volta-se para o fogo sobre o altar, e para o Sol como sendo a mais nobre de todas as luzes.

Zoroastro afirmava que o seu livro encerrava tudo o que era necessário saber para direção dos persas, quer se tratasse de religião, de política, de literatura, e de moralidade, quer das ciências naturais.

Há no livro de isaías um notável versículo (45.7), que se supõe conter uma referência à religião dos magos, que prevalecia na Pérsia, no tempo de Ciro: ‘Eu formo a luz, e crio as trevas – eu faço a paz, e crio o mal – Eu, o Senhor, faço todas as coisas.’ Nesta passagem censura o Senhor o culto às substâncias inanimadas, chamando a atenção para Ele próprio, como autor dessas coisas.

A religião dos persas permitia a poligamia e o incesto. A sua maneira de tratar os mortos era um ato religioso. O corpo era exposto numa alta torre, vindo as aves devorá-lo. Era este um costume abominável para o povo em geral, e por isso foi posto de parte logo que se ofereceu a oportuni.

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