Pentateuco na Bíblia. Significado e Versículos sobre Pentateuco

Cinco volumes. Todos os exemplares completos das Sagradas Escrituras principiaram com o Pentateuco. Os judeus chamavam-lhe a ‘Lei’ (Torá), ou melhor ‘os cinco quintos da Lei’, ou simplesmente os ‘quintos’, sendo cada livro denominado ‘um quinto’.

Que estes cinco livros provieram de Moisés atestam-no os seguintes argumentos: l. Uma antiga tradição universal, tanto judaica como pagã, atribui a obra a Moisés. A convicção do povo judeu sobre este assunto foi sempre inabalavelmente a mesma.

Por todo o A. T. O fato é inquestionável. (*veja Josué 1.7,8 – Josué 8.31,34 – Josué 23.6 – 1 Reis 2.3 – 2 Reis 18.12 – 2 Reis 14.6 – 2 Reis 23.25 – 1 Crônicas 22.13 – 2 Crônicas 25.4 – 2 Crônicas 33.8 – Esdras 3.2 a 6 – Esdras 6.18 – Neemias 1.7,8.) os testemunhos pagãos seguem naturalmente os judaicos, que são aceitos sem contestação por Tácito, Juvenal e Strabo e também por Longino, Porflrio, e o imperador Juliano.

Maomé explicitamente reconhece a inspiração de Moisés e a genuína origem da lei judaica. 2. Este testemunho é sustentado pela própria História. As referências encontradas no Pentateuco ao ‘livro’ ou a ‘um livro’, que estava em via de preparação, são muitas e explícitas. (*veja Êxodo 17.14 – Êxodo 24.3 a 7 – Números 33.2 – Deuteronômio 28.58,61 – Deuteronômio 31.9 a 12,24.) Todavia, deve notar-se que nenhum dos livros, à exceção do Deuteronômio, diretamente indica ter sido Moisés o autor do Pentateuco. 3.

Os outros livros do A. T., especialmente os profetas, estão cheios de referências, mais ou menos explícitas, aos Cinco Livros. As leis, as narrações históricas, e a própria fraseologia do Pentateuco estavam, evidentemente, no espírito dos escritores sagrados, sendo-lhes tudo isso familiar e matéria autorizada.

A prova, deve-se dizer, é por acumulação. Algumas coincidências podiam imaginar-se acidentais – muitas, tomadas separadamente, seriam de pouca força, mas todas elas combinadas são irresistíveis. Dos profetas do reino de israel vejam-se as seguintes referências: Oséias 1.10 (Gênesis 22.17) – Gênesis 4.10 (Levítico 26.26) – Levítico 4.13 (Deuteronômio 12.2) – Deuteronômio 5.6 (Êxodo 10.9) – Êxodo 8.12, uma notável passagem que pode ser assim traduzida: ‘escrevi-lhe milhares de coisas da minha lei’ – Êxodo 11.1 (Êxodo 4.22) – Êxodo 11.3 (Deuteronômio 1.31) – Deuteronômio 11.8 0t 29.22,23) – Deuteronômio 12.3 (Gênesis 25.26 – Gênesis 32.24 a 58) – Gênesis 12.5 (Êxodo 3.15) – Êxodo 13.6 (Deuteronômio 8.11 a 14).

Amós 2.2 (Números 21.28) – Números 2.7 (Êxodo 23.6, etc.) – Êxodo 4.4 (Números 28.3) – Números 9.13 (Levítico 26.5). Os profetas do reino de Judá: Joel 2.2 (Êxodo 10.14) – Êxodo 2.23,26,27 (Levítico 26.4,5,11 a 13). Isaías 11.9 (Números 14.21) – Números 12.2 (Êxodo 15.2) – e Jeremias 4.23 (Gênesis 1.2) – Gênesis 41.10 (Deuteronômio 31.6 a 8) – Deuteronômio 44.2 (Deuteronômio 32.15 – Deuteronômio 33.5,26) – Deuteronômio 52.12 (Êxodo 12.33,39 – Êxodo 14.19) – Êxodo 58.14 (Deuteronômio 32.13). *veja também Miquéias 5.7 e Habacuque 3.19 (Deuteronômio 32.8,13) – Miquéias 6.5 (Números 22.5) – Sofonias 3.13 (Levítico 26.5,6).

Que Jeremias também é abundante em referências ao Deuteronômio, todos o admitem. 4. Jesus Cristo e os Seus apóstolos são concordes nas referências que fazem à origem mosaica do Pentateuco. É impossível ler passagens como as de João 1.17 – João 5.45 a 47 – João 7.19 a 23, sem reconhecer que todo o peso da autoridade no N.

T. Está do lado ‘tradicional’. Não podemos aqui discutir os argumentos contra a força do testemunho de Jesus Cristo. 5. O que o Pentateuco encene está inteiramente de harmonia com o fato de ser Moisés o seu autor. (1) os livros foram escritos por um hebreu, que falava a língua hebraica, e sentia grande amor por tudo o que à sua nação pertencia. (2) Foram escritos por um hebreu que conhecia bem o Egito e a Arábia, estando familiarizado com os seus costumes e instrução.

Ora, a instrução egípcia era cuidadosamente escondida aos estrangeiros: somente os sacerdotes e os membros da família real, visto como os sacerdotes eram considerados, a podiam adquirir (*veja Heródoto, ii 3. 164,168, etc.).

Logo, a esta classe de pessoas deve ter pertencido o escritor. (3) Além de tudo isso, há uma correspondência exata entre a narrativa e as instituições, mostrando que tanto estas como aquela tiveram um só autor.

As leis não são dadas na forma de estatutos, mas misturadas com a narração dos fatos, e inseridas quando as circunstâncias o exigiam. Muitas vezes são traçadas em resumo mas depois repetidas com maior desenvolvimento, e com as modificações que outras circunstâncias já pediam.

Cp Êxodo 21.27 com Deuteronômio 15.12 a 17 – Números 4.24 a 33 com 7.1 a 9 – Levítico 17.3,4 com Deuteronômio 12.5,6,21 – Êxodo 22.26 com Deuteronômio 24.6 – Deuteronômio 10 a 15. 6. A origem nosaica dos Cinco Livros implica a sua unidade essencial. Quaisquer que sejam as fontes, mais remotas, ou mais recentes, desta ou daquela parte dos anais, o historiador divinamente inspirado e legislador do povo hebreu fundiu tudo numa só obra.