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Paulo na Bíblia. Significado e Versículos sobre Paulo

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Pequeno. Paulo é o nome romano de Saulo de Tarso, que pela primeira vez se lê em Atos (13.9), quando ele resistiu a Elimas, o feiticeiro, principiando nessa ocasião o seu trabalho gentílico na corte de Sérgio Paulo.

Pode presumir-se que ele já era assim chamado nas suas relações com os gentios – mas depois deste incidente é sempre esse nome que o Apóstolo tem nos Atos e nas suas epístolas. O nascimento e família do futuro apóstolo habilitaram-no a chamar-se a si próprio ‘hebreu de hebreus’.

Era de puro sangue judaico, da tribo de Benjamim (Romanos 11.1Filipenses 3.5) – e nasceu em Tarso, na Cilícia (Atos 9.11Atos 21.39Atos 22.3), pelo ano 2 antes de Cristo, quando estava no seu auge o poder do imperador romano César Augusto.

A sua educação foi caracteristicamente judaica. Quando rapaz, foi mandado para Jerusalém a fim de ser instruído por Gamaliel ‘segundo a exatidão da lei de nossos antepassados’, dizia ele (Atos 22.3). Tanto Gamaliel, como a própria família de Paulo, pertenciam à seita dos fariseus.

Do seu mestre, pois, era natural que Paulo obtivesse um firme conhecimento da doutrina da ressurreição (Atos 23.6Atos 26.5Filipenses 3.5). Com Gamaliel aprendeu ele, também, aquelas estreitas doutrinas do farisaísmo, ‘sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais’ (Gálatas 1.14).

Além disto, sabia Paulo a arte de fazer tendas (Atos 20.341 Tessalonicenses 2.9). Como Tarso era, naquele tempo, notável centro de instrução, quase tão célebre como Atenas ou Alexandria, foi ali, sem dúvida, que Paulo estudou os antigos poemas e a filosofia do tempo – e isso se deduz de algumas citações que ele faz (Atos 17.281 Coríntios 15.35Tito 1.12).

A erudição de Paulo era, desta forma, notável. Pela sua cultura estava ele em contato com o mundo grego – pelos seus privilégios de cidadão estava ele em contato político com o mundo romano – e pelo fato de que essa prerrogativa de cidadão romano era hereditária, tinha por conseqüência a sua família vantagens sociais.

Os seus parentes estavam muito espalhados, porque alguns deles viviam em Jerusalém (Atos 23.16), e outros, segundo uma certa interpretação, em Roma (Romanos 16.11), os quais tinham aceitado o Cristianismo antes dele (Romanos 16.7).

Paulo é mencionado pela primeira vez nos Atos dos Apóstolos, na descrição que ali se faz do apedrejamento de Estêvão. Embora ele não apedrejasse, é certo que esteve guardando as vestes dos que estavam praticando o ato (Atos 7 58 a 60 – Atos 8.1).

Foi um incidente que manifestamente deixou profunda impressão no seu espírito (Atos 22.20). Paulo entrou abertamente na obra da perseguição. E neste seu procedimento julgava ele que estava trabalhando para Deus, segundo as tradições de seus pais (Atos 22.3Atos 26.9Gálatas 1.14).

Pouco tempo depois Jerusalém já não era campo suficiente para o seu zelo, pois que os cristãos que ali viviam estavam, ou na prisão, ou escondidos, ou em fuga (Atos 9.1,2). Com probabilidade se pode dizer que Paulo foi eleito membro do Sinédrio, depois da morte de Estêvão, se ele já não o era.

Como ele mesmo disse, não só exercia o poder de lançar na prisão, por missão daquele tribunal, mas também dava o seu voto quando matavam os cristãos (Atos 26.10). A morte de Estêvão trouxe em conseqüência a conversão de Paulo.

Naquela sua missão de servir a Deus, como ele supunha, tomou o caminho de Damasco. Foi então, quando se dirigia para aquela cidade, que o perseguidor se transformou em discípulo de Jesus Cristo. O zelo que tinha mostrado contra o Cristianismo se mudou em apoio e auxílio aos perseguidos.

O miraculoso acontecimento acha-se narrado por Lucas (Atos 9.1 a 19), e por Paulo nos seus discursos feitos ao povo de Jerusalém, depois da sua prisão (Atos 2L4 a 16) – e mais tarde na presença de Agripa e de Festo em Cesaréia (Atos 26.10 a 18).

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O primeiro efeito do milagre foi o alívio que tiveram os cristãos de Damasco. Era bem conhecido o fim da sua ida àquela cidade – e o terror, que inspirava aquele fariseu, pode deduzir-se da relutância de Ananias em aproximar-se dele (Atos 9.13,14), e da incredulidade dos discípulos, quando Saulo lhes apareceu como correligionário nas sinagogas (Atos 9.21).

A cegueira de Paulo e a sua inquietação, que Lucas nota nos Atos (9.18,19), foram uma preparação para a visita de Ananias e para nova revelação da vontade de Deus. Dignas de nota, também, são as palavras dirigidas a Ananias ‘pois ele está orando’ (Atos 9.11).

Elas nos mostram o homem que tinha por hábito levantar o pensamento a Deus, nos atos da sua vida (Atos 16.25Atos 20.36Atos 21.5). As próprias palavras de Paulo nos fazem ver isso mesmo (Gálatas 1.16,17). A natureza da revelação do Senhor a Paulo é por ele explicada. É evidente que não se trata de uma mera impressão na sua alma durante qualquer arrebatamento.

Ele sentiu a visível presença de Jesus Cristo. Isto é sustentado em várias passagens, quer de uma forma positiva, quer incidentalmente. Na sua primeira epístola aos Coríntios, quando ele sustenta a validade do seu próprio apostolado, ele argumenta assim: ‘Não sou apóstolo?

Não vi a Jesus, nosso Senhor?’ (1 Coríntios 9.1). E quando ele aduz, para prova, a verdade da ressurreição, o seu argumento é: ‘E apareceu a Cefas… depois foi visto por Tiago … e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo’ (1 Coríntios 15.5 a 8).

Significativas são também, as palavras de Ananias: ‘Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas’ (Atos 9.17 – cp. Com Atos 22.14). O direto e imediato caráter da sua chamada, sem a intervenção de qualquer agência humana, é outro ponto sobre o qual o próprio Paulo insistia muito, no decurso da sua vida apostólica. ‘Chamado para ser apóstolo’, ‘apostolo pela vontade de Deus’ (Romanos 1.1Atos 1Co 1.1 – Atos 2Co 1.1 – Efésios 1.1 – Cl l.1), são expressões que não usam os outros apóstolos, e com as quais Paulo se descreve a si próprio, quando a sua autoridade estava em perigo de ser contestada.

Paulo foi aliviado da cegueira, de que tinha sido ferido por motivo da visão, pela oração de Ananias (Atos 9.18) – e, com a abertura dos seus olhos, nasceu na sua alma uma completa submissão à vontade de Deus, e o desejo de ser ‘Sua testemunha diante de todos os homens’ (Atos 22.1Atos 15).

Foi batizado, e.

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