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João (evangelho segundo) na Bíblia. Significado e Versículos sobre João (evangelho segundo)

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A prova positiva de ter sido João Evangelista o autor do quarto Evangelho. O próprio autor apresenta-se ao leitor no seu Evangelho. Em três passagens (1.14 – 19.35 – 21.24), o escritor, embora permanecendo anônimo, parece referir-se a si próprio, reclamando precisamente para os seus escritos a autoridade de uma testemunha ocular.

Para a identificação do autor, uma direção é fornecida, na última das passagens referidas (21.24). Quem é ‘o discípulo que dá testemunho destas coisas’? A resposta é: Aquele ‘discípulo a quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito de Jesus’ (21.20 – cp. Com 13.23,25 – 19.26 – 20.2 – 21.7).

Ora, aos acontecimentos referidos no cap. 21 estavam presentes Pedro, Tomé, Natanael, os filhos de Zebedeu, e ‘mais dois dos seus discípulos’ (vers. 2). Dentro deste círculo é natural procurar ‘o discípulo amado’ naquele trio, que nos sinópticos aparece na mais estreita relação com Jesus, e que consta de Pedro, Tiago e João.

Pedro, contudo, é excluído pela própria narração, e Tiago foi martirizado muito antes de ter podido escrever-se este Evangelho. Fica, pois, o apóstolo João. A prova interna, oferecida pelo próprio Evangelho.

Pela narrativa se infere que o seu autor era: 1. Judeu. Ele acha-se perfeitamente familiarizado com as opiniões judaicas (especialmente tratando-se da esperança messiânica – 1.21 – 4.25 – 6.14,15 – 7.52 – 12.13,34 – – 19.15,21), e com os usos e práticas do povo de israel.

As explicações que o autor dá só poderiam ser fornecidas por um judeu, vivendo a certa distância da Palestina, depois da ruína da nação e do culto judaico, e quando se tinham tornado numerosas as conversões de pagãos ao Cristianismo.

E assim ele se refere às festas, chamando-lhes ‘festas dos judeus’ (5.1 – 6.4) – esclarece que o mar da Galiléia é a mesma coisa que o ‘mar de Tiberíades’ (6.1) – diz aos seus leitores que ‘Rabi’ quer dizer ‘Mestre’ (1.38), e que ‘Messias’ quer dizer ‘Cristo’ (1.41) – e explica o procedimento dos samaritanos, recordando o fato de que ‘os judeus não se dão com os samaritanos’ (4.9). 2.

Natural da Palestina. Mostra que lhe era familiar a topografia da Palestina e a de Jerusalém (cidade que já estava em ruínas quando o Evangelho foi escrito). 3. Falava aramaico. O estilo é semítico, e as citações do A.

T. Mostram não só o conhecimento do hebreu, mas também da versão dos LXX. 4. Testemunha ocular. Tempo, pessoas e lugares são constantemente especificados, mostrando o caráter gráfico da narrativa ou ‘a habilidade de um artista consumado ou a memória de um observador’ (Westcott).

Vejam-se as passagens do Evangelho, a que já nos referimos (1.14 – 19.35 – 21.24). 5. Um apóstolo. Trata-se de uma testemunha ocular em estreita relação com os pensamentos e ações dos apóstolos e de Jesus Cristo.

E agora passemos destas considerações, que têm a sua origem no próprio Evangelho, para o testemunho externo em favor da autoria de João. As palavras de João 1.1 são citadas por Teófilo de Antioquia (c. 180 d.C.), fazendo-as preceder de: ‘João diz.’ ireneu (que conheceu Policarpo, sendo este conhecido de João) atribui o livro, sem hesitação alguma, a ‘João discípulo do Senhor, e que também se recostara no Seu peito’, afirmando inclusive, que ele o escreveu em Éfeso, onde permaneceu até ao tempo de Trajano (97 a 117 d.C.).

Um testemunho semelhante é dado por Tertuliano, por Clemente de Alexandria, e por outros escritores dos tempos subseqüentes. Além disto, investigações recentes mostram que já Taciano (c. 170 d.C) fazia uso deste Evangelho, e que é quase certo ter sido conhecido de Justino Mártir (c. 150) – e lêem-se passagens da mesma obra em Valentino (c. 130), e em Basilides (c. 125), que são citadas por Hipólito.

A DATA do livro apenas a podemos deduzir. As palavras de João 21.19 sugerem-nos que se está aludindo a fatos passados havia bastante tempo, embora este capítulo 21 possa ter sido um apêndice à narrativa original.

Com dificuldade se pode crer que tenha sido escrito o Evangelho antes do ano 80, devendo, talvez, pertencer à última década do primeiro século. Não há suficiente base para pôr em dúvida a crença da primitiva igreja de que o Evangelho foi escrito em Éfeso.

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Sumário do conteúdo: i. (1.1 a 18): o prólogo, expondo a glória do Filho de Deus na Sua natureza divina e atos, bem como no fato e fim da Sua Encarnação. Ii. (1.19 a 12.50): Acontecimentos que ocorreram durante a Sua vida pública, manifestando o Filho de Deus a Sua glória a todo o povo. (a) Na primeira parte achamos: o testemunho de João Batista, a fé dos primeiros discípulos, a inquirição de Nicodemos, e a fé dos samaritanos e a de um nobre da Galiléia (1.19 a 4.54) – (b) nas narrativas subseqüentes se tratam os milagres de Cristo, conversações, e o Seu modo de viver, no meio de uma oposição violenta sempre em aumento (5.1 a 12.36).

Vêm finalmente as reflexões sobre as precedentes narrativas (12.37 a 50). Iii. (13.1 a 21.25): Acontecimentos preparatórios e em conexão com a Sua morte, manifestando Jesus a Sua Glória de um modo especial aos Seus discípulos.

Temos nesta parte final: (a) os Seus discursos particulares, falando o Mestre aos Seus discípulos mais íntimos, e a Sua oração intercessória (13.1 a 17.26) – (b) o Seu julgamento, paixão e morte (18.1 a 19.42) – (c) a ressurreição e aparecimento aos Seus discípulos (20), acrescentando-se em apêndice uma nova descrição dos acontecimentos, junto ao mar de Tiberíades.

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