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Jó (livro de) na Bíblia. Significado e Versículos sobre Jó (livro de)

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Este livro tem o nome dopatriarca, cujas experiências se acham nele escritas. O tempo em que Jó viveu é uma questão sobre a qual se têm levantado grandes discussões. Segundo opinião antiga, existiu Jó antes de Abraão, e sendo assim, o seu lugar, no Gênesis, devia ser entre os caps. 11 – 12 como suplemento aos fatos que dizem respeito à primitiva condição da nossa raça, segundo se lê no primeiro livro de Moisés.

Outros, porém, descobrem alusões à destruição de Sodoma, etc., em 15.3 – 18.15, – 20.26, e apresentam a coincidência de muitos nomes do livro serem iguais aos de alguns descendentes de Abraão, por ismael e Esaú – e por isso julgam o livro pertencente a uma época posterior.

Alguns destes críticos atribuem-no ao tempo da residência dos israelitas no Egito, mas outros consideram-no produto de um período que talvez possa fixar-se depois do cativeiro. A respeito de quem seja o autor do livro, diferentes opiniões existem: uns dizem ser obra do próprio Jó, mas também é atribuído, principalmente pelos rabinos, a Moisés – e ainda outros julgam ter sido escrito por Eliú, ou Salomão, ou Esdras, sendo mencionados mais alguns escritores do A.

T. Quanto ao teatro dos acontecimentos descritos não é coisa fácil de se determinar. Pensam alguns que foi na iduméia ou no deserto da Arábia – outros crêem ter sido na Mesopotâmia. Evidentemente, foi dentro da esfera dos sabeus, dos caldeus, ou dos edomitas (1.15,17 – 2.11), parecendo indicarem os fatos certa localidade ao norte da península arábica.

O livro acha-se naturalmente dividido em 3 partes: – A introdução histórica em prosa (caps. 1 – 2): narra-se ali a aflição repentina e rude de Jó, sob a ação de Satanás, que se apresenta na corte do céu como acusador daquele piedoso varão – este, contudo, sofre com exemplar paciência e confiança em Deus todos os males. – o argumento, ou controvérsia, em cinco partes: – A primeira série de discussões compreende a lamentação de João (3) – a fala de Elifaz (4,5), e a resposta de João (6.7) – a fala de Bildade (8), e a resposta de João (9.10) – a fala de Zofar (11), e a resposta de João (12 a 14). – A segunda série compreende a fala de Elifaz (15), e a resposta de João (16.17) – a fala de Bildade (18), e a resposta de João (19) – a fala de Zofar (20), e a resposta de João (21). – A terceira série compreende a fala de Elifaz (22), e a resposta de João (23.24) – a fala de Bildade (25), e a resposta de João (26 a 31).

Têm alguns afumado que uma parte do discurso, atribuído a Jó (cap. 27.7 a 23), foi na realidade uma terceira réplica de Zofar, tendo sido deslocada pelo erro de algum copista – mas esta maneira de ver não tem geral aceitação.

Toda a questão encerra-se neste ponto: são ou não são os grandes sofrimentos a conseqüência de graves culpas? Os amigos de Jó dizem que são, e por isso aconselham-no a que se arrependa e reforme a sua vida.

Jó diz que não são, e apela para os fatos, queixando-se ao mesmo tempo amargamente dos seus amigos por terem agravado a sua triste situação com falsas acusações. – A fala de Eliú (32 a 37). Eliú sustenta que as aflições são para o bem dos que as sofrem, mesmo que, estritamente falando, não sejam o fruto do pecado – e então censura Jó por procurar mais a sua justificação do que a de Deus, e faz a defesa da divina providência. – Esta divisão compreende o encerramento da controvérsia com profundas palavras do Altíssimo, não explicando o Senhor a Sua ação, mas ilustrando o Seu poder e sabedoria (38 a 41) – e a resposta de Jó, submetendo-se no seu arrependimento aos juízos de Deus (42.1 a 6). – A conclusão em prosa (42.7 a 17).

Esta parte descreve ter sido Jó bem aceito por Deus, e ter depois prosperado imensamente. As lições práticas sugeridas pelo livro são óbvias e importantes. Nota-se logo em Satanás o seu caráter, falho de caridade (1.9,10).

Tanto a sua origem como a sua índole acusadora nos devem pôr de sobreaviso contra ele… Homens retos e de boa consciência são os primeiros a confessar que há neles vileza (1.1 – João 40.4 – João 42.6). O nosso progresso em sabedoria e santidade está em proporção com a humildade… Que não é preciso sabedoria para bem sustentar uma controvérsia, quando é certo que o próprio Jó teve falhas… E como se torna necessária uma revelação especial, sabendo-se que homens justos, com um exato conhecimento das coisas de Deus e da Sua providência, não souberam ler bem as lições escritas nas Suas obras!

O próprio Criador teve de intervir para corrigir os defeitos da inteligência humana nessas questões, de que trata o livro de Jó. Se tratarmos de indagar qual a relação entre o livro de Jó e os outros do A.

T. Acharemos que certas coincidências de expressão, entre Jó e muitas passagens dos Salmos, Provérbios e isaías, nos sugerem a idéia de que o livro era familiar nos dias da monarquia hebraica. Há, no N.

T., apenas uma citação explícita do livro de Jó, e é a que se lê em 1 Coríntios 3.19 após a fórmula ‘está escrito’, e que tem a sua origem no cap. 5, *veja13. Compare-se também Filipenses 1.19 com 13.16 do livro. Em Tiago (5.11) há uma referência à paciência de Jó.

A frase ‘o dia da ira’ (Romanos 2.5), embora primeiramente ocorra em Jó, pode ter sido citada pelo Apóstolo, lendo ou pensando nas palavras de Sofonias (1.15,18).

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