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Jactância na Bíblia. Significado e Versículos sobre Jactância

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Gabar-se; vangloriar-se.

Jactância – Dicionário Evangélico de Teologia Bíblica de Baker

Jactância

O conceito de jactância é encontrado frequentemente tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. O objeto da jactância determina a sua natureza. Se é Deus ou as qualidades louváveis de outros, então pode ser descrito como próprio; se é aplicado erroneamente a si mesmo, então é impróprio.

A palavra hebraica mahalal é às vezes traduzida como “jactar-se”. O significado básico da palavra é “louvar”, como na palavra inglesa “hallelujah”, que significa “louvor a Jeová”. A palavra grega kauchaomai (“vangloriar-se”) é usada no Novo Testamento.

Como o seu equivalente hebraico, é usado tanto em um bom quanto em um mau sentido.

Jactância Própria Em Salmos 44.8 os filhos de Corá confessam, “Em Deus nos gloriamos todo o dia”. Não há forma mais elevada ou mais apropriada de jactância do que essa. A palavra hebraica mahalel também transmite a ideia de cantar louvores em voz alta.

Alguns estudiosos sugeriram que a intensidade do louvor pretendia afastar espíritos malignos, mas isso é improvável. No entanto, impedir Satanás pode ser um subproduto do louvor, já que Satanás não pode realizar seus propósitos onde Deus é exaltado.

Deve-se também mencionar que incluído no louvor a Deus está a alegria que experimentamos ao fazê-lo.

Jactar-se sobre Deus é uma das atividades mais lucrativas para a humanidade. Jesus disse à mulher no poço que o Pai busca o nosso culto (João 4.23). Antropólogos e psicólogos nos dizem que os seres humanos invariavelmente imitam aquilo que adoram, então o resultado final de se gloriar em Deus é a aspiração sincera de ser como ele (2 Cor 4:18).

As Escrituras nos encorajam a nos engajar na jactância apropriada ou louvor de outros seres humanos: “Que outro te louve, e não a tua própria boca” (Provérbios 27.2); “a mulher que teme ao Senhor deve ser louvada” (Provérbios 31.30).

Paulo se gloria nas igrejas quando pode (2 Cor 7:14), e o nosso Senhor mesmo elogia seis das sete igrejas às quais fala no Livro do Apocalipse. A jactância adequada nos outros é fonte de encorajamento no corpo de Cristo.

Além de se gloriar nos outros, Paulo também se gloria na esperança da glória de Deus (Romanos 5.2), em sofrimentos (Romanos 5.3), em Deus (Romanos 5.11), no Senhor (Cristo) (1 Cor 1:31; Filipenses 3.3), em suas fraquezas (2 Cor 12:9) e na cruz (Gálatas 6.14).

Esses usos de kauchaomai basicamente transmitem a ideia de “alegrar-se” ou “glorificar” como a palavra é traduzida na maioria das versões.

Jactância Imprópria A maneira errada de se gabar é se gabar de nós mesmos. Depois de dizer que recebemos tudo de Deus, Paulo faz a pergunta, “Por que te glorificas como se não houveras recebido?” (1 Cor 4:7), claramente implicando que toda vez que nos gloriamos em nós mesmos estamos tomando o louvor que pertence somente a Deus.

Paulo também menciona o fato de que não devemos nos gloriar nas pessoas (1 Cor 3:21), no sentido de colocá-las acima de Cristo. Também não devemos nos gloriar nas aparências em vez do que está no coração (2 Cor 5:12).

Somos advertidos a não nos gabar além dos limites apropriados (2 Cor 10:13). Devemos nos abster de apresentar uma descrição exagerada de nós mesmos. No grande trecho sobre a graça como meio de salvação, Paulo descreve a salvação como não sendo “por obras”.

Por ser um dom de Deus, “ninguém se pode gloriar” (Efésios 2.9). Portanto, não devemos nos gloriar como se fôssemos autossuficientes. Tiago nos lembra que toda jactância arrogante é maléfica (Tiago 4.16).

Jactar-se em si mesmo é uma expressão de orgulho. Aqueles que pecam expressam arrogância ao sugerirem que podem violar com sucesso as leis do Deus Todo-Poderoso. Paulo descreve os arrogantes e jactanciosos como “inimigos de Deus” (Romanos 1.30).

Humildade é definida como a ausência de arrogância e jactância e é caracterizada por submissão à vontade de Deus. A ausência de autoexaltação e a atitude de humildade colocam alguém em posição de ser abençoado por Deus (Isaías 66.2).

No seu discurso sobre a pecaminosidade da raça humana Paulo conclui que a jactância é excluída pelo princípio da fé (Romanos 3.27). O escopo total do ensino bíblico sobre jactância é melhor resumido numa declaração feita por Jeremias e mais tarde citada por Paulo: “Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (Jeremias 9.24; 1 Cor 1:31).

Alan N. Winkler

Elwell, Walter A. “Entrada para ‘Jactância’”. “Dicionário Evangélico de Teologia”. 1997.

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