Deus, 1: Dicionário Bíblico e versículos na Bíblia
Deus – 1 – Enciclopédia Internacional da Bíblia Padrão
Deus – 1
deus (‘Elohim, ‘El, [`Elyon], Shadday, Yahweh; Theos):
I. INTRODUÇÃO À IDEIA GERAL
1. A Ideia na Experiência e no Pensamento
2. Definição da Ideia
3. O Conhecimento de Deus
4. Ideias Étnicas de Deus
(1) Animismo
(2) Fetichismo
(3) Idolatria
(4) Politeísmo
(5) Henoteísmo
(6) Panteísmo
(7) Deísmo
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(8) Monolatria Semítica
(9) Monoteísmo
II. A IDEIA DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO
1. O Curso do Seu Desenvolvimento
2. Formas de Sua Manifestação
(1) O Rosto ou a Face de Deus
(2) A Voz e a Palavra de Deus
(3) A Glória de Deus
(4) O Anjo de Deus
(5) O Espírito de Deus
(6) O Nome de Deus
(7) Formas Ocasionalmente
3. Os Nomes de Deus
(1) Genérico
(2) Atributivo
(3) Yahweh
4. Concepções Pré-Proféticas de Deus
(1) Yahweh é o Único Deus de Israel
(a) Seu Culto Inicial
(b) Religião Popular
(c) Tendências Politeístas
(i) Coordenação
(ii) Assimilação
(iii) Desintegração
(d) Sem Deusas Hebraicas
(e) Sacrifícios Humanos
(2) Natureza e Caráter de Yahweh
(a) Um Deus de Guerra
(b) Sua Relação com a Natureza
(3) Características Mais Distintivas de Yahweh
(a) Personalidade
(b) Lei e Julgamento
5. A Ideia de Deus no Período Profético
(1) Justiça
(2) Santidade
(3) Universalidade
(4) Unidade
(5) Criador e Senhor
(6) Compaixão e Amor
6. A Ideia de Deus no Judaísmo Pós-Exílico
(1) Novas Condições
(2) Atributos Divinos
(3) Limitações Sobreviventes
(a) Antropomorfismo Desaparecendo
(b) Localização
(c) Favoritismo
(d) Legalismo Cerimonial
(4) Tendências à Abstração
(a) Transcendência
(b) Ceticismo
(c) Imanência
(5) Logos, Memra’, e Anjos
III. A IDEIA DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO
1. Dependência do Antigo Testamento
2. Influência Gentílica
3. Ausência de Provas Teístas
4. Paternidade de Deus
(1) No Ensino de Jesus Cristo
(a) Sua Relação Consigo Mesmo
(b) Para os Crentes
(c) Para Todos os Homens
(2) No Ensino Apostólico
(a) Pai de Jesus Cristo
(b) Nosso Pai
(c) Pai Universal
5. Deus é Rei
(1) O Reino de Deus
(2) Seu Rei
(a) Deus
(b) Cristo
(c) Sua Relação
(3) Ensino Apostólico
6. Atributos Morais
(1) Personalidade
(2) Amor
(3) Justiça e Santidade
7. Atributos Metafísicos
8. A Unidade de Deus
(1) A Divindade de Cristo
(2) O Espírito Santo
(3) O Problema da Igreja
LITERATURA
I. Introdução à Ideia Geral.
1. A Ideia na Experiência e no Pensamento:
A religião dá a ideia de Deus, a teologia constrói e organiza seu conteúdo, e a filosofia estabelece sua relação com a totalidade da experiência humana. A ordem lógica de tratá-la pode parecer ser, primeiro, estabelecer sua verdade por provas filosóficas; em segundo lugar, desenvolver seu conteúdo em proposições teológicas; e finalmente, observar seu desenvolvimento e ação na religião.
Tal tem sido a ordem mais usual de tratamento. Mas a história real da ideia foi bastante diferente. Os homens tinham a ideia de Deus, e ela provou ser um fator criativo na história, muito antes que a reflexão sobre ela resultasse em sua expressão sistemática como doutrina.
Além disso, os homens enunciaram a doutrina antes de tentarem ou mesmo sentirem qualquer necessidade de definir sua relação com a realidade. E a lógica da história é a filosofia mais verdadeira. Para chegar à verdade de qualquer ideia, o homem deve começar com alguma porção de experiência, definir seu conteúdo, relacioná-lo com a totalidade da experiência, e assim determinar seu grau de realidade.
A religião é tão universal quanto o homem, e toda religião envolve alguma ideia de Deus. Das várias ideias filosóficas de Deus, cada uma tem seu equivalente e antecedente em alguma religião real. O panteísmo é a filosofia da consciência religiosa da Índia.
O deísmo prevaleceu durante séculos como uma atitude real dos homens para com Deus, na China, no judaísmo e no islamismo, antes de encontrar expressão como teoria racional na filosofia do século XVIII.
O teísmo é apenas a tentativa de definir em termos gerais a concepção cristã de Deus e de Sua relação com o mundo. Se o pluralismo reivindica um lugar entre os sistemas de filosofia, ele pode apelar à consciência religiosa daquela grande parte da humanidade que até agora aderiu ao politeísmo.
Mas nem todas as religiões resultam em reconstruções especulativas de seu conteúdo. É verdade, em certo sentido, que toda religião é uma filosofia inconsciente, porque é a reação de toda a mente, incluindo o intelecto, sobre o mundo de sua experiência, e, portanto, toda ideia de Deus envolve algum tipo de explicação do mundo.
Mas a reflexão consciente sobre seu próprio conteúdo emerge apenas em algumas das religiões mais altamente desenvolvidas. O bramanismo, o budismo, o judaísmo, o islamismo e o cristianismo são as únicas religiões que produziram grandes sistemas de pensamento, exibindo seu conteúdo de forma especulativa e racional.
As religiões da Grécia e de Roma foram incapazes de sobreviver ao período reflexivo. Elas não produziram nenhuma teologia que pudesse se aliar a uma filosofia, e a filosofia grega foi desde o início, em grande medida, a negação e superação da religião grega.
A literatura bíblica quase toda representa a experiência espontânea da religião, e contém relativamente pouca reflexão sobre essa experiência. No Antigo Testamento, é apenas em Segundo Isaías, na literatura sapiencial e em alguns Salmos que a mente humana pode ser vista voltando-se sobre si mesma para perguntar o significado de seus sentimentos e crenças práticas.
Mesmo aqui nada aparece da natureza de uma filosofia do teísmo ou da religião, nenhuma teologia, nenhuma definição orgânica e nenhuma reconstrução ideal da ideia de Deus. Nunca ocorreu a nenhum escritor do Antigo Testamento oferecer uma prova da existência de Deus, ou que alguém precisasse dela.
Sua preocupação era trazer os homens a uma relação correta com Deus, e eles propuseram visões corretas de Deus apenas na medida em que era necessário para seu propósito prático. Mesmo o tolo que “disse em seu coração: Não há Deus” (Salmos 14 – Salmos 53.1), e as nações ímpias “que se esquecem de Deus” (Salmos 9.17) não são ateus teóricos, mas homens ímpios e corruptos, que, em conduta e vida, negligenciam ou rejeitam a presença de Deus.
O Novo Testamento contém mais teologia, mais reflexão sobre o conteúdo interno da ideia de Deus e sobre seu significado cósmico; mas aqui também, nenhum sistema aparece, nenhuma doutrina coerente e completa, muito menos qualquer construção filosófica da ideia com base na experiência como um todo.
A tarefa de exibir a ideia bíblica de Deus é, portanto, não a de reunir uma série de textos, ou de escrever a história de uma teologia, mas sim de interpretar o fator central na vida das comunidades hebraica e cristã.
2. Definição da Ideia:
Logicamente e historicamente a ideia bíblica está relacionada a uma série de outras ideias. Tentativas têm sido feitas para encontrar uma definição de natureza tão geral que compreenda todas elas. Os teólogos mais antigos assumiram o ponto de vista cristão e colocaram em suas definições as conclusões da doutrina e filosofia cristãs.
Assim, Melanchthon:
“Deus é uma essência espiritual, inteligente, eterna, verdadeira, boa, pura, justa, misericordiosa, mais livre e de poder e sabedoria infinitos.” Thomasius define Deus mais brevemente como “a personalidade absoluta.” Essas definições não levam em conta a existência de religiões inferiores e ideias de Deus, nem transmitem muito da concretude e proximidade de Deus revelado em Cristo.
Uma definição recente semelhante, proposta, no entanto, declaradamente da concepção cristã, é a do Professor W. N. Clarke: “Deus é o Espírito pessoal, perfeitamente bom, que em santo amor cria, sustenta e ordena tudo” (Outline of Christian Theology – Salmos 66).
A ascensão da religião comparada mostrou que “enquanto todas as religiões envolvem uma relação consciente com um ser chamado Deus, o Ser Divino é concebido nas diferentes religiões das maneiras mais diferentes; como um e como muitos, como natural e como espiritual, como semelhante a e manifestado em quase todos os objetos nos céus acima ou na terra abaixo, em montanhas e árvores, em animais e homens; ou, pelo contrário, como sendo incapaz de ser representado por qualquer imagem finita; e, novamente, como o Deus de uma família, de uma nação ou da humanidade” (E. Caird, Evolution of Religion, I – Salmos 62).
Tentativas têm sido feitas, portanto, para encontrar um novo tipo de definição, tal que inclua sob uma categoria todas as ideias de Deus possuídas pela raça humana. Um exemplo típico desse tipo de definição é a do Professor W.
Adams Brown: “Um deus no sentido religioso é um ser invisível, real ou suposto, ao qual um indivíduo ou um grupo social está unido por laços voluntários de reverência e serviço” (Christian Theology in Outline – Salmos 30).
Muitas definições semelhantes são dadas: “Um ser ou seres supersensíveis” (Lotze, Asia Minor Fairbairn); “um poder superior” (Allan Menzies); “seres espirituais” (E.B. Tylor); “um poder não nós mesmos fazendo pela justiça” (Matthew Arnold).
Esta classe de definição sofre de um duplo defeito. Diz demais para incluir as ideias das religiões inferiores, e diz pouco para sugerir as das superiores. Nem todos os deuses são “invisíveis” ou “supersensíveis,” ou “fazendo pela justiça,” mas todas essas qualidades podem ser compartilhadas por outros seres além dos deuses, e elas não conotam aquilo que é essencial nas ideias superiores de Deus.
Dr. E. Caird, procurando uma definição em um princípio germinativo da gênese da religião, define Deus “como a unidade que é pressuposta na diferença do eu e do não-eu, e dentro da qual eles agem e reagem um sobre o outro” (op. cit., I – Salmos 40 64).
Este princípio reconhecidamente encontra sua plena realização apenas na religião mais elevada, e pode-se duvidar se faz justiça à personalidade transcendente e ao amor de Deus como revelado em Jesus Cristo.
Nas religiões inferiores aparece apenas em formas fragmentárias, e só pode ser detectado nelas depois de ter sido revelado na religião absoluta. Embora esta definição possa não ser nem adequada nem verdadeira, seu método reconhece que só pode haver uma ideia verdadeira e definição de Deus, e ainda que todas as outras ideias são mais ou menos elementos verdadeiros dela e aproximações a ela.
A ideia bíblica não está sozinha como uma ilha no meio do oceano, mas é antes o centro de luz que irradia em outras religiões com graus variados de pureza.
Não é o propósito deste artigo lidar com o problema da filosofia da religião, mas dar uma explicação da ideia de Deus em certos estágios de seu desenvolvimento e dentro de uma área limitada de pensamento.
A ausência de uma definição final não apresentará dificuldade prática, porque a denotação do termo Deus é clara o suficiente; inclui tudo o que é ou foi objeto de adoração; é sua conotação que permanece um problema para especulação.
3. O Conhecimento de Deus:
Uma terceira classe de definição exige alguma atenção, porque levanta uma nova questão, a do conhecimento ou verdade de qualquer ideia. A definição de Herbert Spencer pode ser tomada como representativa:
Deus é a causa desconhecida e incognoscível do universo, “um poder inescrutável manifestado a nós através de todos os fenômenos” (First Principles, V – Salmos 31). Isso significa que não pode haver definição da ideia de Deus, porque não podemos ter nenhuma ideia Dele, nenhum conhecimento “no sentido estrito de saber”.
Para o presente propósito, pode ser suficiente uma resposta de que ideias de Deus realmente existem; que podem ser definidas e são mais definíveis, porque mais completas e complexas, quanto mais altas elas se elevam na escala das religiões; que podem ser reunidas do folclore e tradições das raças inferiores, e dos livros sagrados e credos das religiões superiores.
Mas a visão de Spencer significa que, na medida em que as ideias são definíveis, elas não são verdadeiras. Quanto mais definimos, mais fictício se torna nosso assunto. Embora nada seja mais certo do que a existência de Deus, Seu ser é para o pensamento humano totalmente misterioso e inescrutável.
A variedade de ideias pode parecer apoiar essa visão. Mas a variedade de ideias tem sido sustentada sobre todo assunto conhecido, como testemunha o progresso da ciência. A variedade não prova nada.
E a abstração completa do pensamento da existência não pode ser mantida. O próprio Spencer não consegue fazer isso. Ele diz muitas coisas sobre o “incognoscível” que implicam um extenso conhecimento Dele.
As provas tradicionais da “existência” de Deus enganaram os agnósticos. Mas a existência é sem sentido, exceto para o pensamento, e um noumenon ou causa primeira que se esconde em mistério impenetrável por trás dos fenômenos não pode ser concebido nem mesmo como uma ficção.
A ideia de Spencer do Infinito e Absoluto é contraditória e impensável. Um Infinito que estivesse fora de tudo o que é conhecido não seria infinito, e um Absoluto fora de toda relação não poderia nem mesmo ser imaginado.
Se há alguma verdade na ideia do Absoluto, ela deve ser verdadeira para a experiência e o pensamento humanos; e o verdadeiro Infinito deve incluir em si toda perfeição possível e atual. Na verdade, toda ideia de Deus que viveu na religião refuta o Agnosticismo, porque todas qualificam e interpretam a experiência, e a única questão é quanto ao grau de sua adequação e verdade.
Uma breve enumeração das principais ideias de Deus que viveram na religião servirá para colocar a ideia bíblica em sua verdadeira perspectiva.
4. Ideias Étnicas de Deus:
(1) Animismo:
Animismo é o nome de uma teoria que explica as formas mais baixas (e talvez as mais antigas) de religião, e também o princípio de toda religião, como a crença na presença universal de seres espirituais que “são considerados como afetando ou controlando os eventos do mundo material, e a vida do homem aqui e no além; e, sendo considerado que eles mantêm intercâmbio com os homens, e recebem prazer ou desprazer das ações humanas, a crença em sua existência leva naturalmente, e, pode-se quase dizer, inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde, à reverência ativa e propiciação” (E.B. Tylor, Primitive Culture, I – Salmos 426.27).
Segundo essa visão, o mundo está cheio de espíritos desencarnados, considerados semelhantes à alma do homem, e qualquer um ou todos esses podem ser tratados como deuses.
(2) Fetichismo:
Fetichismo é às vezes usado em um sentido geral para “a visão de que os frutos da terra e as coisas em geral são divinas, ou animadas por espíritos poderosos” (J.G. Frazer, Adonis, Attis, Osiris – Salmos 234); ou pode ser usado em um sentido mais particular da crença de que espíritos “tomam sua morada, temporária ou permanentemente, em algum objeto, …..
e este objeto, como dotado de poder superior, é então adorado” (Tiele, Outlines of the History of Religion – Salmos 9).
(3) Idolatria:
Idolatria é um termo de significado ainda mais definido. Significa que o objeto é pelo menos selecionado, como sendo a habitação permanente ou símbolo da divindade; e, geralmente, é marcado por algum grau de trabalho humano, projetado para permitir que ele represente mais adequadamente a divindade.
Não se deve supor que os homens adoravam meros “troncos e pedras”, mas dirigiam sua adoração a objetos, sejam fetiches ou ídolos, como sendo as moradas ou imagens de seu deus. É uma ideia natural e comum que o espírito tenha uma forma semelhante ao objeto visível em que habita.
Paulo refletiu com precisão a ideia pagã quando disse: “Não devemos pensar que a Divindade é semelhante ao ouro, ou prata, ou pedra, gravados pela arte e imaginação do homem” (Atos 17.29).
(4) Politeísmo:
A crença em muitos deuses, e a adoração deles, é uma atitude de alma compatível com Animismo, Fetichismo e Idolatria, ou pode ser independente de todos eles. O termo Politeísmo é mais usualmente empregado para designar a adoração de um número limitado de deidades bem definidas, sejam consideradas como espíritos puros desencarnados, ou como residindo nos maiores objetos da Natureza, como planetas ou montanhas, ou como simbolizadas por imagens “gravadas pela arte e imaginação do homem”.
Na Grécia antiga ou na Índia moderna, os grandes deuses são bem definidos, nomeados e numeráveis, e é claramente entendido que, embora possam ser simbolizados por imagens, habitam separadamente em um reino espiritual acima do resto do mundo.
(5) Henoteísmo:
No entanto, há uma tendência, tanto em indivíduos quanto em comunidades, mesmo onde se acredita na existência de muitos deuses, de colocar um deus acima dos outros, e consequentemente confinar a adoração a esse deus apenas. “A tendência monoteísta existe entre todos os povos, depois de atingirem um certo nível de cultura.
Há uma diferença no grau em que essa tendência é enfatizada, mas quer nos voltemos para a Babilônia, Egito, Índia, China ou Grécia, há traços distintos de uma tendência a concentrar as variadas manifestações de poderes divinos em uma única fonte” (Jastrow, The Study of Religion – Atos 76).
Essa atitude mental tem sido chamada de Henoteísmo ou Monolatria–a adoração de um Deus combinada com a crença na existência de muitos. Essa tendência pode ser governada por motivos metafísicos, ou por motivos éticos e pessoais, seja pelas demandas monísticas da razão, ou por apego pessoal a uma regra política ou moral.
(6) Panteísmo:
Onde o primeiro princípio predomina, o Politeísmo se funde no Panteísmo, como é o caso na Índia, onde Brahma não é apenas o supremo, mas o único ser, e todos os outros deuses são apenas formas de sua manifestação.
Mas, na Índia, os deuses vencidos tiveram uma vingança muito completa sobre seu vencedor, pois Brahma se tornou tão abstrato e remoto que a adoração é dada principalmente aos outros deuses, que são formas de sua manifestação.
A Monolatria foi revertida, e o hinduísmo moderno seria melhor descrito como a crença em um Deus acompanhada pela adoração de muitos.
(7) Deísmo:
A tendência monística, por uma aplicação menos rigorosa dela, pode tomar o rumo oposto em direção ao Deísmo, e ainda assim produzir condições religiosas semelhantes. O Ser Supremo, que é a realidade última e o poder do universo, pode ser concebido de maneira tão vaga e abstrata, pode ser tão remoto do mundo, que se torna uma necessidade prática interpor entre Ele e os homens um número de seres subordinados e mais próximos como objetos de adoração.
Na Grécia antiga, Necessidade, na China, Tien ou Céu, eram os Seres Supremos; mas uma multiplicidade de deuses menores eram os objetos reais de adoração. Os anjos do Zoroastrismo, Judaísmo e Islã e os santos do Romanismo ilustram a mesma tendência.
Panteísmo e Deísmo, embora tenham tido considerável aceitação como teorias filosóficas, provaram ser instáveis e impossíveis como religiões, pois invariavelmente reverteram a algum tipo de politeísmo e idolatria, o que parece indicar que são processos falsos da tendência monística.
(8) Monolatria Semítica:
A tendência monística da razão pode alistar em sua ajuda muitas causas menores, como isolamento tribal ou engrandecimento nacional. Sustenta-se que muitas tribos semíticas eram monolatristas por uma ou ambas essas razões; mas as exigências das relações intertribais em guerra e comércio logo neutralizaram seus efeitos, e fundiram os deuses tribais em um panteão territorial.
(9) Monoteísmo:
Monoteísmo, ético e pessoal:
Um princípio adicional pode se combinar com o Monismo para trazer um Monoteísmo estável, que é a concepção de Deus como estando em relações morais com o homem. Sempre que o homem reflete sobre a conduta como moral, ele reconhece que só pode haver um padrão e autoridade moral, e quando Deus é identificado com essa autoridade moral, Ele inevitavelmente passa a ser reconhecido como supremo e único.
A crença na existência de outros seres chamados deuses pode sobreviver por um tempo; mas eles são despojados de todos os atributos de divindade quando são vistos como inferiores ou opostos ao Deus que governa na consciência.
Não só não são adorados, mas sua adoração por outros passa a ser considerada imoral e perversa. O fator ético na concepção monística de Deus a protege de divergir para o Panteísmo ou Deísmo e assim reverter ao Politeísmo.
Pois a ideia ética de Deus necessariamente envolve Sua personalidade, Sua transcendência como distinta do mundo e acima dele, e também Sua íntima e permanente relação com o homem. Se Ele governa na consciência, Ele não pode ser fundido na natureza morta ou no ser abstrato, nem ser removido além dos céus e do exército angelical.
Uma concepção completamente moralizada de Deus emerge primeiro no Antigo Testamento, onde é o tipo predominante de pensamento.
Orr, James, M.A., D.D. Editor Geral. “Entrada para ‘DEUS – 1′”. “International Standard Bible Encyclopedia”. 1915.
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