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Tolo, tolice, loucura: Dicionário Bíblico e versículos na Bíblia

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Tolo, tolice, loucura – Dicionário Evangélico de Teologia Bíblica de Baker

Tolo, tolice, loucura

O Antigo Testamento. Várias palavras hebraicas são traduzidas como “tolo”, com nuances que vão desde a pessoa ingênua mas ensinável (Provérbios 14.15 — peti, derivado da raiz hebraica que significa “aberto”, portanto impressionável) até a pessoa irremediavelmente incorrigível que não merece esforços corretivos, pois tais serão em vão (Provérbios 26.3 kesil).

Na maioria dos casos, o contexto ajudará o leitor a determinar qual dos muitos significados deve ser preferido.

A maior concentração de palavras hebraicas referindo-se à tolice está na literatura sapiencial, onde o tolo é constantemente contrastado com o sábio. O tolo não é tanto estúpido (exceto quando o contexto exige tal significado) quanto imoral e pernicioso.

O problema do tolo não é tanto intelectual quanto prático e espiritual. De fato, os termos “sábio” e “tolo” são usados pelos sábios para designar respectivamente os fiéis e os pecadores. Essa caracterização é bem retratada na competição entre Sabedoria e Loucura pela atenção e lealdade do jovem.

A Loucura é uma sedutora que busca atrair o jovem para longe da esposa de sua juventude (Provérbios 5.18). Ela personifica mais do que estupidez. Ela é imoralidade e adultério (Provérbios 6.23-3Provérbios 7.6-27Provérbios 9.13-18).

O tolo é a pessoa ingênua que sucumbe às suas investidas amorosas.

Um insight adicional sobre a natureza do tolo é fornecido pela palavra hebraica nabal. Esta é a palavra usada no Salmo 14:1, onde o tolo declara: “Não há Deus.” Não apenas o tolo é imoral, ele também é ímpio.

Sua mente está fechada para Deus (como a mente de Nabal estava fechada para a razão 1 Samuel 25.25). Ele conduz sua vida sem qualquer reconhecimento de Deus e, assim, é corrupto e perverso (Salmos 14.1; Salmos 14.3).

Ele não teme ao Senhor e, portanto, nada sabe de sabedoria (Provérbios 1.29). O mesmo termo hebraico também é aplicado às nações. A sabedoria é vista como o dom de Deus, expressa na Torá. Estar sem ela, como estavam as nações gentias (Deuteronômio 32.21) ou ignorá-la, como Israel fez (Deuteronômio 32.6), é ser tolo.

O Novo Testamento. Existem menos termos gregos empregados para o tolo e estes são essencialmente negativos, indicando que o tolo carece de senso e inteligência. A gravidade da condição do tolo pode ser vista no aviso de Jesus de que chamar uma pessoa assim é estar em perigo do “fogo do inferno” (Mateus 5.22).

A designação “tolo” é consideravelmente mais depreciativa do que outros termos de abuso. Claramente, ser um tolo nesse sentido bíblico é uma questão séria.

Paulo faz frequentes referências irônicas à tolice, particularmente em 1 e 2 Coríntios. Ele deprecia a sabedoria do mundo, que caracteriza a ação de Deus em Jesus como absurda e escandalosa. O entendimento humano erroneamente toma a sabedoria de Deus por tolice e a força de Deus por fraqueza, já que as ações de Deus não se encaixam na razão ou expectativa humana.

De fato, de uma perspectiva mundana, Deus usa a coisa tola e chama a pessoa tola (1 Coríntios 1.27-28).

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Paulo caracteriza sua autodefesa em 2 Coríntios como tola. Ele é forçado pelas circunstâncias a empregar métodos mundanos de refutação das acusações contra ele (2 Coríntios 11.1-6). Ele é forçado a combater fogo com fogo.

Além disso, ele reconhece que é considerado um tolo pelo mundo devido ao seu sofrimento pelo evangelho (1 Coríntios 4.10).

Em outras partes do Novo Testamento, tolice tem um sentido mais convencional. Os crentes são instados a não serem tolos (Efésios 5.15-16) e a distinguir cuidadosamente entre a sabedoria celestial e a terrena (Tiago 3.13-18).

Essa atitude negativa em relação à tolice é compreensível quando suas práticas são observadas. Entre essas práticas estão: confiar nas riquezas terrenas (Lucas 12.20); não reconhecer que o ministério de Jesus é a visitação de Deus para reivindicar sua própria noiva (Mateus 25.1-13); afastar-se do evangelho da graça para o legalismo (Gálatas 3.1-3); adorar a criatura em vez do Criador (Romanos 1.18-23); e ab-rogar as exigências de Deus com distinções sem sentido (Mateus 23.16-22).

Talvez ainda mais significativo do que as características acima seja a falha em agir segundo as palavras de Jesus construindo uma casa sem uma fundação adequada (Mateus 7.26-27) e a falha em acreditar nas boas novas da ressurreição de Jesus (Lucas 24.25 aqui os tolos são descritos como “lentos de coração”, a expressão do Antigo Testamento é “sem coração”, sem entendimento, como em Provérbios 9.16).

O crente não deve ser tolo, mas “entender qual é a vontade do Senhor” (Efésios 5.17).

Carl Schultz

Bibliografia. R. L. Harris, et al., TWOT; D. Kidner, Provérbios; A. Richardson, Um Livro Teológico de Palavras da Bíblia.

Elwell, Walter A. “Entrada para ‘Tolo, Tolice, Loucura’”. “Dicionário Evangélico de Teologia”. 1997.

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