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Exorcismo; exorcista: Dicionário Bíblico e versículos na Bíblia

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Exorcismo; exorcista – Enciclopédia Internacional da Bíblia Padrão

Exorcismo; exorcista

ek’-sor-siz’-m, ek’-sor-sist (Exorkistes, de exorkizo, “adjurar” (Mateus 26.63)):

1. Definição:

Aquele que expulsa demônios pelo uso de fórmulas mágicas. No sentido etimológico estrito, não há exorcismo na Bíblia. O termo “exorcistas” é usado uma vez (Atos 19.13) de forma a desacreditar os exorcistas profissionais conhecidos tanto entre judeus quanto gentios.

2. Método de Expulsão de Demônios no Novo Testamento:

O método de Jesus ao lidar com endemoniados não era o dos exorcistas. Enquanto é dito (Mateus 8.16) que Ele “expulsou os espíritos com uma palavra,” está abundantemente claro que a palavra em questão não era ritualística, mas autoritária.

Em Lucas 4.35 temos uma frase típica proferida por nosso Senhor na realização de Suas curas:

“Cala-te e sai dele.” Em Marcos 9.29 temos a própria ênfase de Cristo sobre o elemento ético ao lidar com essas doenças misteriosas: “Essa espécie só pode sair com oração.” Em Mateus 12.28 Jesus dá Sua própria explicação do método e poder usados em Suas curas: “Mas se eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, então é chegado a vós o reino de Deus.”

Em Lucas 9.1 os termos “autoridade” e “poder” são usados de tal maneira que mostram a crença dos evangelistas de que para curar a possessão demoníaca era necessário um poder real de Deus, juntamente com o direito de usá-lo.

Este grupo de passagens fornece a filosofia do Novo Testamento sobre este temível mistério e sua cura. Os demônios são poderes pessoais malignos que afligem a vida humana em sua oposição a Deus. Está além do homem, sem ajuda, obter libertação deles. É função de Cristo, como redentor da humanidade, libertar os homens disso, bem como de outros males devido ao pecado.

Curas milagrosas do mesmo tipo que as realizadas pelo próprio Cristo foram realizadas por Seus discípulos em Seu nome (Marcos 16.17). O poder atribuído ao “Seu nome” nos oferece a oportunidade para uma comparação e contraste mais esclarecedores.

3. Exorcismo em Escritos Étnicos e Judaicos:

O exorcismo entre povos antigos e primitivos baseia-se amplamente na fé no poder de fórmulas mágicas, geralmente compostas pelos nomes de divindades e pronunciadas em conexão com ritos exorcísticos, sobre os corpos dos aflitos.

As próprias palavras supõem-se ter poder sobre os demônios, e a mera recitação da lista correta de nomes supõe-se ser eficaz.

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Deve-se chamar atenção novamente para os textos de encantamento dos babilônios e assírios. Nesta direção, as absurdidades e crueldades da superstição levaram os homens a extremos. No caso de Josefo, ficamos surpresos ao ver como, mesmo no caso de um homem educado, a mais abjeta superstição controla suas visões sobre tais assuntos.

Em Ant, VIII, v, ao falar da sabedoria de Salomão, ele diz que “Deus lhe permitiu aprender aquela habilidade que expulsa demônios, que é uma ciência útil e sanitária para ele.” Ele também descreve, na mesma conexão, uma cura que alega ter visto, “na presença de Vespasiano e seus filhos,” realizada de acordo com métodos de encantamento atribuídos a Salomão.

Um anel ao qual estava presa uma espécie de raiz mencionada por Salomão foi colocado nas narinas do endemoniado e o demônio foi extraído pelas narinas. A prova de que o exorcismo realmente havia ocorrido foi dada pela derrubada de uma bacia colocada nas proximidades.

As absurdidades dessa narrativa são mais do que igualadas pela história do exorcismo contada no Livro de Tobias, onde o fígado e o coração de um peixe, miraculosamente capturado, são queimados sobre as cinzas do incenso, e a fumaça resultante afugenta um demônio.

Toda essa história é digna de leitura cuidadosa pela luz que lança sobre o trabalho desenfreado da imaginação sobre tais assuntos.

Nos escritores rabínicos, o limite da morbidez doentia é alcançado nos longos e repulsivos detalhes que dão dos métodos usados no exorcismo.

4. Contrastes dos Métodos do Novo Testamento e Populares com Demônios:

Em contraste mais marcante com isso estão as narrativas bíblicas. O ponto de conexão que notamos também é o ponto de contraste. A poderosa e eficaz palavra com a qual Jesus repreendeu e controlou demônios não era uma fórmula exorcística falada de cor, mas Sua própria palavra viva de poder sagrado. “Em nome de Jesus” não significava que o nome sagrado formalmente pronunciado possuía poder mágico para efetuar uma cura.

A antiga fórmula semítica, “em nome de,” dada um profundo significado ético no Antigo Testamento, tinha um significado ainda mais profundo no Novo Testamento. O uso adequado e útil dela significava uma confiança na presença e no poder vivo de Cristo, de quem somente vem o poder para realizar qualquer obra poderosa (João 15.5).

Esta diferença fundamental entre as ideias e métodos de Jesus e Seus discípulos e as concepções e usos correntes torna-se mais impressionante quando lembramos que a gama inferior de ideias e práticas realmente prevalecia entre as pessoas com quem o Senhor e Seus seguidores estavam associados.

A famosa passagem (Mateus 12.24 e paralelo) na qual os fariseus atribuem à influência demoníaca as curas realizadas por Jesus sobre os endemoninhados, geralmente estudada com referência à palavra de nosso Senhor sobre o pecado imperdoável, também é notável pela ideia sobre demônios que expressa.

A ideia que evidentemente subjaz à acusação contra Jesus era que a maneira natural de obter controle sobre demônios é obtendo, através da magia, poder sobre o governante dos demônios. Em resposta a isso, Jesus mantém que, como os demônios são maus, eles só podem ser controlados pela oposição a eles no poder de Deus.

É muito sugestivo que tenhamos em Atos 19.13 uma clara exposição, em conexão com o exorcismo, exatamente do ponto aqui insistido. De acordo com esta narrativa, um grupo de exorcistas judeus profissionais itinerantes, testemunhando as curas realizadas por Paulo, tentou fazer o mesmo pelo uso ritualístico do nome de Jesus.

Eles falharam ignominiosamente porque, segundo a narrativa, faltava-lhes fé no Cristo vivo pelo poder de quem tais milagres de cura eram realizados, embora fossem perfeitos na letra do uso da fórmula. Esta narrativa mostra claramente o que o entendimento do Novo Testamento da expressão “em meu nome” implicava em termos de fé e obediência.

Aqui, como em outros lugares, a contenção mental disciplinada sob a qual o Novo Testamento foi composto, os altos resultados espirituais e éticos da intimidade dos discípulos com Jesus, são claramente manifestos.

Nosso Senhor e Seus discípulos lidaram com os endemoniados como lidaram com todos os outros sofredores do poder maligno, escravizador e devastador do pecado, com a ternura de uma simpatia ilimitada e a firmeza e eficácia daqueles a quem foi concedida em abundância a presença e o poder de Deus.

Louis Matthews Sweet

Orr, James, M.A., D.D. Editor Geral. “Entrada para ‘EXORCISMO; EXORCISTA’”. “Enciclopédia Bíblica Padrão Internacional”. 1915.

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